Coluna Esplanada

Racha no PP cria o PAC 3 – Programa de Aceleração da Ciumeira

Leandro Mazzini

Covatti

Goergen

Desde que a política faz parte deste mundo, evidencia-se o ego como intrínseco aos afazeres dos mandatários, e o ciúme como consequência natural entre adversários. Em tempos de internet e com o peso das redes sociais, os deputados gostam de mostrar trabalho para os eleitores, as agendas exclusivas, as conquistas e as proximidades com excelências de cargos superiores em Brasília.

O que não se espera é que homens aparentemente maduros nesse cotidiano político caiam na tentação de se mostrarem escolares aos olhos dos eleitores. Foi o que aconteceu entre parlamentares de um mesmo partido.

Um quarteto de deputados gaúchos do Partido Progressista (PP) criou, pelo visto, o Programa de Aceleração da Ciumeira: contra um colega da legenda. Incitados por Vilson Covatti (foto), Afonso Hamm, José Germano e Luiz Carlos Heinze endossaram com o primeiro um ofício ao presidente do PP, senador Francisco Dornelles (RJ), acusando Jerônimo Goergen de ''tráfico de influência''. (Documentos abaixo).

Na carta, o quarteto fala em ''profunda preocupação com a conduta abusiva e antiética adotada pelo deputado Goergen, que vem anunciando, de forma prematura e descabida, a liberação de recursos junto ao Ministério das Cidades''.

Pelo relato da assessoria de Goergen, o motivo é fútil. O deputado teve acesso ao Ministério das Cidades, após uma reunião com o ministro interino divulgou em seu Twitter uma lista de verbas que serão liberadas. Ele postou no microblog: ''Governo federal vai liberar recursos de municípios gaúchos! Acertamos isso com o ministério das Cidades''. E exibe uma lista com 26 cidades sulistas com suas respectivas verbas a serem executadas via emendas.

Caberá ao presidente do partido decidir se o parlamentar foi egoísta, como acusam seus pares, ou apenas adiantou um bom anúncio para sua região. A assessoria de Goergen descobriu um fato curioso. Um dos signatários da carta, o deputado Heinze também fez o mesmo.

O caso revela que a bancada do PP na Câmara não se curou ainda do racha ocorrido com a mudança de seu ministro na pasta citada. Goergen tem bom trânsito com o novo titular, o deputado licenciado Aguinaldo Ribeiro. Ao contrário dos deputados que assinaram a carta acusatória, ligados ao ex-ministro Mário Negromonte, que foi substituído após uma crise com a bancada.

Resultado: Mal voltou do recesso e o decano senador Dornelles, que comanda o partido, encontra em sua mesa um ''dossiê'' do minibloco dos indignados.

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Confira o documento