Coluna Esplanada

Autor de “Who cares”, presidente do STF prepara refúgio em Miami

Leandro Mazzini

Atualizada Quinta, 4 de Julho, 15h33  – Não conotou apenas desdém a expressão ‘Who cares’, usada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, sobre a promulgação no Congresso da PEC que cria os quatro TRFs.

O linguajar é cada mais força de hábito: O ministro comprou apartamento em Miami, na Flórida, um quarto e sala com financiamento imobiliário.

É onde se refugia com cada vez mais frequência, reconhecido por compatriotas.

Miami, aliás, pode ser um refúgio pós-Supremo. Por aqui, com suas posições contundentes e provocadoras, o ministro Barbosa coleciona inimigos entre juízes e advogados.

Barbosa foi considerado desrespeitoso com juízes de classes durante audiência no STF. Sobre outra provocação, advogados entraram no time dos insatisfeitos ao ouvirem que ‘acordam às 11h’.

O presidente do Supremo não está sozinho no time dos poderosos brasileiros que têm apartamento em Miami. Entram no escrete alguns senadores e deputados, sempre vistos por lá durante feriados prolongados.

Assessores explicam que Barbosa já estudou nos Estados Unidos muitos anos atrás e opta por descansar esporadicamente em Miami. Esteve na cidade duas vezes em 2013, e que não recorre a staff do governo.

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'QUEREMOS AS PLANILHAS!'

Não é de hoje que o empresário detido com R$ 465 mil no Aeroporto JK, Eduardo Lemos, é citado com referências a Marcelo Sereno – o homem forte de José Dirceu. Na transição dos governos FHC e Lula, o staff de Sereno, que Lemos integrava, ligou para a cúpula da Fazenda: ‘Queremos as planilhas! Todas!’, conta ex-funcionária. Por ‘As planilhas’ entendiam-se as listas de nomeados em cargos de confiança nos fundos de pensão do Governo, onde posteriormente Dirceu fez seu domínio. Entram nisso Funcef, Petros, Previ etc. Onde, aliás, petistas graúdos ainda mandam.

OS NELSONS 

Com a saída de Nelson Barbosa da Fazenda, um grupo da cúpula defende a volta de Nelson Machado como secretário-executivo. Mesmo gabaritado, ele saiu em 2010 chamado por Dilma Rousseff, diz-se nos bastidores, de ‘aquele contadorzinho’. É que Dilma não perdoa Nelson por ele ter apadrinhado Lina Vieira na Receita Federal, que à época colidiu com a então ministra da Casa Civil, já pré-candidata.

TROCO GEOGRÁFICO

O PT do Rio tem discurso ensaiado para não fechar com o PMDB de Luiz Pezão na disputa pelo governo, e lançar o senador Lindbergh Farias. É troco certo: Os petistas lembram que o PMDB tentará o cargo de Tarso Genro (PT), que disputará a reeleição no RS.

CONCESSÃO A JATO 

O ministro Moreira Franco, da Aviação Civil, revelou à coluna que já entregou ao Conselho de Desestatização mais sugestões de aeroportos para concessão. Se haverá leilão além de Confins (BH) e Galeão (Rio), deixa mistério: ‘Talvez sim, talvez não’. Moreira não informou quais aeroportos entram no próximo leilão. A decisão cabe aos ministros Fernando Pimentel – que tutela o Conselho -, Gleisi Hoffmann e à presidente Dilma, que já têm a lista. Apostas do mercado para os terminais de Recife e Salvador.

PROJETO EXECUTIVO, UM FILÃO

Desde o PAC, projetos executivos tornaram-se bem mais caros, com padrão internacional. O fator ambiental ganhou prioridade. Mas sem técnicos experientes, muitas prefeituras contratam escritórios que ganham milhões nessa consultoria. ‘Mas um projeto bem feito pode evitar que toda uma obra seja refeita’. Quem revela é o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro: ‘Se os prefeitos entregassem projetos como eram feitos antes, eu não executaria hoje nem 10% do Orçamento’.

PONTO FINAL

Na onda de Mr. Barbosa: The Mensalão is on the table.

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