Coluna Esplanada

Reforma ministerial pode ser gradativa até Abril

Leandro Mazzini

Além da gripe pós-praia que derrubou a presidente Dilma Rousseff, aquartelada no Palácio da Alvorada desde segunda-feira, outra certeza começa a rondar os ministros-candidatos prestes a sair: a minirreforma ministerial, ao que tudo indica, será a conta-gotas, e não de uma leva só como muitos imaginavam.

A presidente Dilma começou na segunda a acionar os ministros, através de Giles Azevedo, seu secretário particular no Planalto. Ela convocará cada um para reunião a sós. A ideia é negociar a saída a granel, até abril, para evitar crise de ciúme na base, e haver tempo para que os que partem possam indicar seus substitutos para análise.

Para alguns ministros, a locomotiva do primeiro escalão governista leva vagões com uma carga complexa de articulações que podem descarrilar a base se a freada for brusca. De imediato, até dia 30 de Janeiro, prevê-se, deixam os cargos os ministros da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e da Saúde, Alexandre Padilha – respectivamente candidatos petistas aos governos do Paraná e São Paulo.

Para seus lugares devem ser nomeados Aloizio Mercadante e a atual secretária-executiva da Saúde, Márcia Amaral  (por ora, até Dilma acalmar ânimos e acomodar um político que satisfaça partidos). Mas há candidatos de sobra no PT, PMDB e PROS para a vaga.

Uma vez na Casa Civil, a se concretizar a ida de Mercadante, abre-se uma vaga importante na Esplanada. O Ministério da Educação pode cair nas mãos do PMDB, e um dos mais cotados é o deputado federal Gabriel Chalita, apadrinhado pelo vice Michel Temer. Há muito Chalita está de olho na vaga. Ou o ministério continua nas mãos do PT.

São pelo menos oito ministros-candidatos que deixarão suas pastas rumo às disputas para a Câmara, Senado ou Governo. Entre eles Fernando Pimentel (Desenvolvimento Econômico), que disputará o governo de Minas; Pepe Vargas (Desenvolvimento Agrário), Gastão Vieira (Turismo), Maria do Rosário (Direitos Humanos) e Aguinaldo Ribeiro (Cidades) concorrerão à reeleição para a Câmara; Marcelo Crivella (Pesca), que tentará o Palácio Guanabara no Rio.

PONTO FINAL

O presídio da Papuda em Brasília já tem uma bancada de políticos maior que algumas legendas no Congresso.

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