Coluna Esplanada

Grupo de extermínio intimida Júri na Paraíba

Leandro Mazzini

O adiamento do julgamento do caso Manoel Mattos na Paraíba não foi mera estratégia do MP Federal e dos advogados de acusação contra os pistoleiros que mataram o militante petista. O script sigiloso é tenso, triste e envolve trama digna de cinema, com intimidação e assassinato patrocinados por grupos de extermínio.

A maioria dos jurados alegou problemas de saúde às vésperas do julgamento dos assassinos, marcado para 5 de Dezembro. Foi o segundo adiamento. Dia 18 de Novembro o Júri já fora suspenso por falta de quórum – de 25 sorteados, só 18 foram notificados e, no dia, 7 sumiram de João Pessoa.

Advogados e promotores de todo o Brasil, e a Corte Interamericana de Direitos Humanos estão de olho no julgamento. O processo é o primeiro federalizado do País. O pernambucano Manoel Bezerra de Mattos Netto, advogado de causas sociais, foi assassinado a tiros no litoral Sul da Paraíba em 2009. Os pistoleiros foram presos, mas os mandantes ainda são um mistério. O fracasso da tentativa de julgamento consolidou a suspeita de que algo anda muito errado.

É fato. Numa recente operação policial no Estado, sem qualquer ligação com o caso Mattos, os delegados descobriram com um bandido a lista completa dos jurados do caso, seus endereços e telefones. A lista explica o temor do Júri. Com a forte suspeita de tentativa de cooptação ou intimidação, os procuradores alertaram uma desembargadora do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, que concedeu liminar suspendendo o julgamento.

Não bastasse a Justiça intimidada, fatos criminosos recentes tornaram o clima mais tenso. Semana passada, foi assassinado em Pedras de Fogo, no interior da Paraíba, o primo do pistoleiro Sérgio Paulo da Silva, que prometera abrir o bico no tribunal, segundo reportagem de Humberto Lira e Ainoã Geminiano, do Correio da Paraíba. Para a polícia, foi um recado dos verdadeiros contratantes do matador.

A data e o local do novo julgamento dos cinco pistoleiros réus serão decididos pela Terceira Turma do TRF, e o júri todo deve ser substituído. Não se descarta escolta policial para cada um dos jurados até o dia do novo julgamento. O caso da lista está sob investigação da PF sob sigilo.

TENTÁCULOS DO CRIME

Eis uma prova de que o PCC, a conhecida facção criminosa paulista, cravou filiais internacionais e poderosas na Bolívia, de onde vem, segundo a polícia, grande parte da cocaína vendida no Brasil. Foi demitida na Quinta a juíza Valeria Salas, do Tribunal Liminar do 8º Magistrado. O processo dela se arrastava há seis meses, quando chegaram ao Tribunal Disciplinar do Conselho Judicial denúncias de que ela recebeu propina para sentenciar a liberdade do traficante brasileiro Marco Aurelio Gutierrez. Segundo autoridades locais, membro do PCC. Curiosamente, o advogado da juíza afastada é o mesmo do bandido. Trata-se do filho de um embaixador influente, morador de Santa Cruz de La Sierra, dono de uma faculdade de Medicina.

PIADA HERMANA

Por falar na Bolívia, o Senado acaba de aprovar o senador Roger Pinto Molina para o cargo de Secretário de Política Financeira, Monetária, Tributária e Seguros para este ano. É o similar à Comissão de Assuntos Econômicos do Senado brasileiro. A piada é que Pinto Molina fugiu para o Brasil, perseguido pelos aliados de Evo Morales, a quem faz oposição. E não pisa lá, ameaçado de morte.

PONTO FINAL

É uma maratona de cargos.. Depois do Especialista em Revezamento de Tocha (isso mesmo), o Comitê Rio 2016 abriu vaga para Especialista em Aquisição de Uniformes..

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