Desnutrição matou 11 crianças índias em 5 meses em Japorã (MS)
Leandro Mazzini
Subiu para 11 o número de crianças de até dois anos que morreram por desnutrição, nos últimos cinco meses, na aldeia porto lindo, a 30 km de Japorã (MS), relatou nesta segunda à Coluna o prefeito Vanderlei Bispo.
A pequena cidade, fronteiriça com o Paraguai e de menor IDH do Mato Grosso do Sul, tem 80% de sua população composta pela etnia Guarani-Kaiowá. No domingo, a Coluna publicou sobre a mortalidade de cinco crianças em setembro passado.
Segundo Bispo, a prefeitura gasta atualmente R$ 23 mil por mês para manter aberto o Centro de Combate à Desnutrição. Antes, a Fundação Nacional da Saúde (Funasa), braço do Ministério da Saúde, destinava R$ 60 mil por mês para conta da prefeitura, rubricados especialmente para o combate à desnutrição, compra de mantimentos para a aldeia.
A Funasa foi substituída pela Secretaria de Saúde Indígena (Sesai). Atualmente, o atendimento é feito apenas no Centro, na cidade, e muitos dos Guarani-Kaiowá da aldeia que tinham atendimento na tribo não chegam ao município por falta de transporte – e também foi encerrado o envio de alimentos à tribo.
A Sesai, de acordo com o prefeito, paga enfermeiro e nutricionista na cidade, mas não tem equipes que vão à aldeia como a Funasa mantinha. Procurada pela coluna durante toda a semana passada, a Sesai e a Fundação Nacional do Índio silenciaram.