Coluna Esplanada

MEC autoriza curso à distância em faculdade mantida por posto de gasolina

Leandro Mazzini

uol-sab

Trecho do DO da portaria que autoriza o curso

A Portaria nº 225 de quinta-feira do Ministério da Educação, publicada no D.O. desta sexta, regulamentou dezenas de cursos à distância em instituições privadas no País, entre elas o de Pedagogia de uma pequena instituição de quatro cursos chamada FARES – Faculdade Roraimense, em Boa Vista.

Mais uma autorização corriqueira não fosse a curiosidade de a FARES ter com mantenedor um posto de gasolina – a Distribuidora de Derivados de Petróleo Pinheiro. Não bastasse a faceta pitoresca brasiliana, o episódio tem um curriculum politicum: o suposto sócio oculto da faculdade seria o senador Romero Jucá (PMDB-RR).

O proprietário e reitor da FARES é José Mozart Pinheiro. Em 2011, numa revelação ao site Congresso em Foco, o lobista Geraldo Rocha indicou o senador Jucá como sócio-oculto da faculdade. (leia aqui) . À ocasião, Jucá admitiu que ajudou o amigo na fundação da FARES, mas que nunca foi sócio da instituição.

Ex-tucano como Jucá, seu amigo, o reitor Mozart Pinheiro tentou em vão se eleger deputado federal pelo PT em 2010. Jucá não foi encontrado até na sexta à noite pela Coluna. Atualizada Segunda, 14, 19h32 – O senador ligou para a equipe na Segunda. Diz ele que não é e nunca foi sócio oculto ou investidor da FARES, que apenas, como parlamentar interessado nos investimentos em educação em seu Estado, ajudou na tramitação da fundação em Brasília. Informa que o lobista que o denunciou é movido por interesses políticos e pessoais.

Segundo o secretário-geral Nilvan Santos, a FARES oferece os cursos de administração, agronomia, enfermagem e pedagogia, e alegou que precisava do posto de combustível como mantenedor para funcionar.

O Curso não-presencial nº 1-200809300 já funcionava com 'gambiarras' do MEC desde 2005 – várias portarias autorizativas. Para facilitar a fiscalização, a faculdade e o posto são em endereços distintos em Boa Vista.

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DEFESA & DINHEIRO

Numa boa jogada da Apex – Agência Brasileira de Promoção a Exportações e Investimentos, braço do Ministério do Desenvolvimento econômico, grandes e pequenos empresários saíram de bolso cheio da FIDAE – Feira da Indústria Aeronáutica, ocorrida no Chile. O megaestande contou com 62 empresas brasileiras. A Apex investiu R$ 2,2 milhões para reunir as brasileiras do setor de defesa (90% de micro e pequenas) – com exceção da Embraer, que preferiu estande próprio. Empresário citou que, de cada Real investido pela Apex, o retorno será de R$ 10. Numa iniciativa inédita, o estande contou com representantes do Ministério da Defesa e do BNDES.

PÁSCOA PRA PEIXE

O Ministério da Pesca aferiu preços nos principais mercados e descobriu que o pescado está até três vezes mais barato, para algumas espécies, em relação a 2013.

ICEBERG 

A oposição está intrigada com a reconstrução da Estação Antártica Comandante Ferraz, no Polo Sul, destruída por incêndio em 2012. O projeto original previa R$ 72 milhões. Pulou para R$ 110 milhões em 2013 e agora chegou a.. R$ 145 milhões. O valor dobrou em menos de dois anos.

CARTÃO VERMELHO

O deputado federal Alceu Moreira (PMDB-RS) apresentou projeto de lei para proibir por 5 anos de frequentar estádios o torcedor punido por racismo. Foi instigado pelos episódios do árbitro Márcio Chagas e de Tinga (Cruzeiro), Paulão (Inter) e Arouca (Santos).

SEM BICADAS 

Após esbravejar que não seria mais candidato por ter sido preterido por Aécio Neves, que escolheu Pitiman para concorrer ao governo do Distrito Federal pelo PSDB, o deputado Izalci Lucas voltou mais calmo à tribuna na quinta-feira e não tocou mais no assunto. Antes, conversou a sós com Pitiman.

CUSTO DE SER VIP 

Badalada a inauguração da sala vip do aeroporto de Brasília na quinta. Apareceram por lá autoridades, entre elas o presidente do STF, Joaquim Barbosa, com séquito invejável. Os passageiros que optarem pela sala terão vários ambientes à disposição, café, lounge, sala de reunião e área de descanso a R$ 100 por tempo indeterminado.

DEMOROU, DANÇOU 

O grupo americano Edison Chouest, que promete porto de R$ 950 milhões em Itapemirim, sul do ES, fechou a construção de outro no Porto de Açu, no Norte do Rio, porque o Instituto de Meio Ambiente capixaba demorou a liberar a licença. O Açu fica em São João da Barra (RJ), a poucos quilômetros de Itapemirim, era de Eike Batista. Os americanos juram que manterão o projeto no ES..mas não assinaram nada.

PONTO FINAL 

Pelo novo layout, o aeroporto de Brasília pode se tornar o mais eficiente do País. Só faltava essa: os argentinos da Inframérica mostrarem à Infraero como se faz um aeroporto.