Coluna Esplanada

Decisão sobre terminal de gás ameaça causar explosão pré-eleitoral

Leandro Mazzini

A história tem os ingredientes de indicação política e motivos para uma explosão pré-eleitoral.

A Petrobras e o grupo japonês Mitsui planejam sociedade na construção de um terminal de regaseificação de gás natural liquefeiro (GNL) no Rio Grande do Sul. Mas esbarram nas pretensões do Fórum de Desenvolvimento do Sul, composto pelos três Estados, que almejavam a viabilidade da oferta no Paraná.

É que a Petrobras e a Mitsui são sócias minoritárias da estatal paranaense Copel/Compagás, e votaram contra a construção de terminal idêntico no Estado governado pelo tucano Beto Richa. Agora, surgem juntas no projeto que beneficia o governo petista de Tarso Genro.

A proposta aprovada pelo Ministério de Minas e Energia para a construção no RS, segundo fontes que acompanham o processo, era remota há poucos dias, pelo alto custo e logística para buscar o gás argentino, o mais próximo.

Para envolvidos nas negociações, há picuinha política no processo. Beto Richa e sua trupe já bateram de frente com o secretário do Tesouro, Arno Augustin, porque a União segurou empréstimo de R$ 817 milhões no ProInveste. (lembre aqui)

Acionada na quinta-feira, a assessoria da petroleira não respondeu até o momento. É que toda a demanda da imprensa agora passa obrigatoriamente pelos olhos da presidente Graças Foster.

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CAMPO EM CHAMAS 

A senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) dominou o partido no Tocantins, mas corre risco de perder o comando da Confederação Nacional da Agricultura, com muita voz no governo. Com apadrinhamento do ministro Neri Geller e do rei da soja, senador Blairo Maggi (PR-MT), o fazendeiro Rui Prado conquistou apoio dos diretórios de 12 Estados. Os outros 14 ou estão com Kátia ou em cima da cerca. A eleição será até Dezembro e o resultado pode influenciar na indicação de futuro ministro do setor. É tradição o governo ouvir (não obedecer) a CNA. Não por acaso a dama de ferro, antes na oposição, pulou do DEM para o PSD e hoje bate ponto no PMDB, aliada de Dilma Rousseff.

TERMÔMETRO 

Está nas mãos de governadores uma pesquisa contratada por uma grande emissora do país. Foi finalizada no fim do ano, mas é autêntica: mostra que há grande possibilidade de os protestos e Black blocs voltarem às ruas das principais sedes da Copa. Aliás, desde a morte do cinegrafista da Band Santiago Andrade, os black blocs não voltaram mais às ruas com violência. Na verdade, sumiram da praça.

NO AR.. 

Há muito mais sobre o jatinho fretado pelo doleiro Alberto Youssef para o deputado André Vargas. Os próximos capítulos revelarão.

PEGADINHA & TROCO

Os grandes jornais manchetaram a renúncia do deputado André Vargas (PT-PR), ventilada por ele na véspera. Vargas pegou todos, num troco vingativo. Ex-secretário de Comunicação do PT, foi ele quem criou a chamada patrulha contra a ‘mídia golpista’.

AGENDA DUPLA 

Agora oficialmente lançados, Eduardo Campos e Marina Silva fecham agenda nacional e vão se dividir em viagens pelo País – a exemplo do que farão Lula e Dilma a partir de julho. Marina quer retomar os encontros caseiros com empresários e jovens.

O LIVRO-BOMBA 

O ex-governador José Roberto Arruda não descarta lançar no meio da campanha eleitoral seu livro revelando bastidores e colocando ‘os pingos nos is’, como diz a amigos, sobre sua prisão na operação Caixa de Pandora.

MEMORIAL DO RETORNO

Arruda, acredite, é pré-candidato ao governo do DF, e ficha limpa. Apesar de preso, indiciado e denunciado, sequer foi julgado em 1ª instância no caso. A 7ª Vara Criminal do DF acaba de acolher a denúncia do MP. O processo estacionara no STJ , que decidiu só no meio do ano passado desmembrá-lo para a Justiça do DF..

PATOTINHA

Cada vez mais comuns em apartamentos de 500 a mil m² em SP reuniões de magnatas regadas a Moët & Chandon para desancar o jeito Dilma de ser. São financiadores de campanha, que também já foram muito ajudados por este e o governo anterior.

PÃO E CIRCO 

O Maracanã já passou por três reformas gerais em 10 anos: nos governos Garotinho, Rosinha e Sérgio Cabral. Foram mais de R$ 2 bilhões. O Engenhão custou R$ 400 mi.

PONTO FINAL

Hoje é o dia do Índio. Embora índio já não seja o mesmo.

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