Coluna Esplanada

Amoêdo: ‘Não pregamos militância, mas pedimos engajamento por mudanças’

Leandro Mazzini

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Amoêdo – esperança no engajamento da militância. Foto extraída do whotalking.com

Em entrevista à Coluna, João Dionísio Amoêdo, o presidente do Partido NOVO – que aguarda oficialização no TSE – acredita que o engajamento da militância será natural à medida que a legenda consolide seus princípios, em especial por mudanças. Isso ficou evidente na eleição deste ano. O NOVO, embora não oficial mas com uma massa significativa nas redes sociais, indicou apoio a Aécio Neves (PSDB). Amoêdo diz que 'a presidente Dilma também está com o mesmo entendimento'.

Evita desde já rótulos para a futura legenda: 'Poderíamos por exemplo dizer que somos de esquerda no nosso propósito de melhorar a vida das pessoas, de direita quanto a crença no livre mercado e de centro quanto a atuação equilibrada e com bom senso que pretendemos adotar'. E prega mudanças imediatas na Lei Eleitoral como um dos temas prioritários: 'Consideramos o fundo partidário e o horário eleitoral mau uso dos recursos públicos, mas somos a favor do cumprimento rigoroso das leis. Trabalhar para alterar aquelas que julgamos inadequadas será um dos nossos desafios, enquanto isso não acontece iremos cumpri-las'.

Por que o NOVO?

Indignados com os altos impostos pagos e a qualidade dos serviços públicos prestados, um grupo de pessoas entendeu que deveria se reunir e ajudar a buscar uma solução para este quadro. Entendemos que a mudança do modelo de Estado e o maior engajamento na política, com novas lideranças, seria o caminho. Todo este processo deveria ser feito dentro das instituições democráticas. Por isso a opção pela montagem de um partido politico.

Partidos nascem inevitavelmente de uma ideologia. Qual é a do NOVO?

O Brasil é a prova de que isto, infelizmente, não é verdade. Temos hoje 32 partidos políticos e muitos não tem uma ideologia clara. O NOVO acredita que o indivíduo é o melhor gestor da sua vida, que nada fornecido pelo Estado é gratuito e que teremos portanto uma sociedade mais próspera se o Estado limitar a sua atuação as áreas essenciais.

Prega a militância de profissionais liberais e independência. Em suma, é de centro, esquerda ou direita?

Não pregamos nenhum tipo de militância, mas pedimos sim o engajamento e a participação de todos que anseiam por mudanças, sem nenhuma distinção de sexo, profissão, religião etc. O NOVO, como temos enfatizado, não acredita em rótulos. Poderíamos por exemplo dizer que somos de esquerda no nosso propósito de melhorar a vida das pessoas, de direita quanto a crença no livre mercado e de centro quanto a atuação equilibrada e com bom senso que pretendemos adotar. Procuraremos sempre seguir a lógica, a racionalidade e observar a experiência de outros países.

Há informações de ideias propaladas de mercado liberal, economia sem interferência do Estado, extinção de cotas raciais e diminuição dos benefícios sociais vão ao encontro de uma significativa representação da sociedade, em especial os que se dizem conservadores e de ultradireita. Isso conota uma afinidade com esse grupo?

O NOVO em nenhum momento propagou ideias da diminuição dos benefícios sociais ou de uma economia sem interferência do Estado. Não buscamos uma afinidade com nenhum grupo especifico. A base do partido são os valores,as ideias e os princípios. É em torno deles que agregamos as pessoas. Devemos lembrar sempre que o indivíduo é o único criador de riquezas e que todos os compromissos assumidos devem ter uma fonte de receita pois é inaceitável deixarmos dívidas para as próximas gerações.

Os movimentos partidários de alguns anos até hoje indicam um certo temor de partidos de se mostrarem de direita ou conservadores – uma lacuna enorme se abre com o enfraquecimento de legendas tradicionais até uma década atrás. O NOVO pode ser uma opção aos 'órfãos' deste segmento?

O NOVO será uma opção para todos que busquem mudanças e desejem trabalhar para transformar o Brasil em um país admirado.

Na entrevista à VEJA, o sr. diz ser contra o fundo partidário e critica o horário eleitoral. Como ser NOVO aderindo a essa lei Eleitoral?

Consideramos o fundo partidário e o horário eleitoral mau uso dos recursos públicos, mas somos a favor do cumprimento rigoroso das leis. Trabalhar para alterar aquelas que julgamos inadequadas será um dos nossos desafios, enquanto isso não acontece iremos cumpri-las.

Um dos pontos debatidos pelo Congresso Nacional é o fim das coligações proporcionais para as campanhas eleitorais, o que prejudicaria muito ou até extinguiria a representatividade de partidos pequenos em Brasília e nas Assembleias. O sr. é a favor ou não das coligações e por quê?

Somos favoráveis apenas às coligações de partidos que compartilhem das mesmas ideias e valores mas, como dissemos, o benefício do horário eleitoral deve ser extinto.

Se oficializado a tempo, qual a meta de filiação pelo País, de criação de diretórios e de lançamento de candidatos a prefeito e vereador em 2016?

Nossa meta principal no momento é divulgarmos as ideias e princípios do NOVO pelo Brasil. Teremos uma meta de filiações definitiva após o registro do partido.

Qual seria uma reforma política ideal a curto prazo, para uma resposta aos anseios da sociedade que requer mudanças?

Sugiro a leitura de artigo que escrevi para o UOL opinião.

Suponhamos que o NOVO participasse da campanha de 2014: o partido se aliaria ao PT ou PSDB? (Ou a qual outro partido, se nenhum dos dois)?

O NOVO teria uma posição própria, na medida em que nenhum dos partidos atuais representa integralmente as ideias do NOVO. Na época das eleições recomendamos -na nossa página no Facebook – o voto no candidato Aecio Neves.

Acreditávamos que as propostas do PSDB seriam melhores do que as do PT para o País. Felizmente, ao que parece, a presidente Dilma também está com o mesmo entendimento.