Sérgio Cabral, a Rio 2016 e a disputa pela prefeitura
Leandro Mazzini
Por onde anda o sumido político líder do PMDB do Rio, que ‘elegeu’ o sucessor no cargo e anteriormente o prefeito Eduardo Paes?
Queiram ou não reconhecer adversários e aliados, Sérgio Cabral ainda é hoje o maior líder político do Rio – ninguém, porém, até hoje, foi maior que o caudilho Leonel Brizola, que espalhou discípulos por mandatos no Rio: Cesar Maia, Saturnino Braga, Garotinho e Rosinha, e indiretamente os próprios Cabral e Paes, embora tucanos inveterados escondidos no PMDB.
A despeito de sua renúncia para o governo do Rio, em baixa aprovação depois da revelação das farras de Paris e MonteCarlo; de sua ligação de amizade com o enrolado Fernando Cavendish da Delta Construtora; e da agora assombrosa citação de seu nome na delação de Paulo Costa, ex-Petrobras, como um dos recebedores de propina.
Sérgio Cabral ainda dá as fichas veladamente na política municipal e estadual. Apesar de ter desistido da volta ao Senado para não ser derrotado vexatoriamente por uma estrela em ascensão, o ex-deputado Romário (PSB), o ex-governador prepara seu grande lance.
Cabral será candidato à prefeitura do Rio de Janeiro. Nunca dirá abertamente até o registro de candidatura em 2016. É o seu sonho. Foi a única eleição que perdeu até hoje (disputou em 1992 e ficou em quarto lugar, quando foi eleito Cesar Maia).
E será um candidato legítimo, alçado a um dos realizadores dos Jogos Olímpicos que vão ocorrer a menos de dois meses do futuro pleito. Cabral vai usar as Olimpíadas como trunfo e mote de campanha. Ele foi o patrocinador maior da candidatura do Rio.
Não haverá cenário melhor para seu lance. Mas a maratona será grande. Ainda desfila no imaginário carioca com um invisível guardanapo na cabeça, como seus asseclas de Paris.