Coluna Esplanada

UFC verbal de Aécio x Renan começou fora do Senado

Leandro Mazzini

Aécio discute com Renan, observado pelos tucanos Tasso (E) e Anastasia. Foto: PSDB

Aécio discute com Renan, observado pelos tucanos Tasso (E) e Anastasia. Foto: PSDB

Há algo mais que vagas na Mesa Diretora no bate-boca entre os senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Congresso.

O principal motivo envolve a senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO), o governador tucano de Goiás, Marconi Perillo, e o governador de Alagoas, Renan Filho (PMDB), que visitou Marconi na segunda-feira, véspera do bate-boca entre as excelências no Senado.

O cenário conota, a exemplo do PT, o início de uma velada autofagia tucana por Poder.

Ligada a Marconi, a senadora Lúcia Vânia tentou negociar com Renan uma comissão e foi impedida pelo presidente do PSDB. Agora, ela se diz perseguida e fala em sair do partido.

Ao visitar o governador de Goiás, o governador de Alagoas, Renan Filho, rasgou elogios a Marconi, dizendo que ali as coisas acontecem de verdade. Na pauta, foi conhecer 'políticas exitosas' do gestor tucano.

'Estamos começando por Goiás porque aqui temos a experiência de um dos mais vitoriosos homens públicos do Brasil. Sabemos que aqui em Goiás as coisas acontecem. Você, amigo Marconi, é prático, tem uma administração lógica. Aqui as coisas funcionam', disse Renan Filho, para deleite do tucano.

Um recado claro para a turma de Aécio, que propala o 'choque de gestão', agora tão criticado pelos petistas no atual governo, diante das dificuldades de Minas Gerais governada pelo grupo de Aécio por 12 anos. Ao enumerar também os números tristes de Alagoas, cujo governo anterior não resolveu, Renan Filho ainda implicou com outro tucano, o ex-governador Teo Vilela – do grupo de Aécio. Marconi fez cara de paisagem.

Marconi e Aécio andam se estranhando desde a CPI do Cachoeira, quando o senador abandonou o governador citado à própria sorte e o evitou, contam aliados de Perillo. Há comentários de gabinetes no Centro-Oeste de que Marconi sonha se lançar candidato a presidente, pelo PSDB ou PSD.

Para tucanos, os movimentos de Renan, tanto na Mesa Diretora quanto no incentivo ao filho para visitar Marconi, conotam tentativa de enfraquecer Aécio no Senado e causar cizânia no PSDB.