Bloco Futebol e Política agita o Paraná
Leandro Mazzini
O Paraná tornou-se palco de uma folia de cartolas do futebol, com enredo político, e o baile segue na Federação Paranaense de Futebol (FPF).
Apoiado pelo governador Beto Richa (PSDB) e pelo senador Álvaro Dias (PSDB), o presidente da FPF, Hélio Cury, tentará a reeleição contra Ricardo Gomyde (PCdoB), vice-presidente do Coritiba e derrotado para o Senado em 2014, aliado do PT.
O embolado meio de campo político-futebolístico rachou a Confederação Brasileira de Futebol, cuja cúpula apoia abertamente Gomyde. A CBF já colocou dinheiro na marca do pênalti.
Em sua eleição, o presidente da CBF, Marco Polo del Nero, não teve dois votos de federações do Sul: Cury (Paraná) e Francisco Novelletto (Rio Grande do Sul) votaram em branco. E agora del Nero dará o troco.
Mês passado, a CBF abriu o cofre para o Atlético Paranaense, Coritiba e o Paraná Clube (2ª Divisão), com R$ 8 milhões, R$ 4 milhões e R$ 1 milhão, respectivamente, a título de adiantamento de participação nos campeonatos deste ano.
Dias 16 e 28 de janeiro, del Nero e José Maria Marin receberam na sede da CBF no Rio Mario Petraglia, presidente do Atlético, e Gomyde, vice do Coritiba. E logo depois a CBF fez os aportes.
A CBF agora promete também ajudar os clubes do interior do Paraná, mas após a eleição, quando 63 membros da FPF vão escolher o novo presidente.
BAIXINHO NA ÁREA
Quem está de olho na jogada, não interferindo, claro, é o senador e ex-jogador Romário (PSB-RJ). Desde que assumiu como deputado em 2010 ele vem atuando no Congresso para fechar o cerco, numa CPI, aos que considera desmando da CBF. Em seu primeiro discurso no plenário este ano ele deu um discreto pontapé.
‘Precisamos estabelecer critérios claros de transparência e gestão financeira, também debater as responsabilidades da CBF no papel central que detém no futebol’, disse o senador. ‘É preciso vigilância constante. A renegociação das dívidas dos clubes de futebol, por exemplo’, citou em um dos trechos.