Em Brasília, a caravana passa e os papéis se confundem
Leandro Mazzini
Brasília chega aos 55 anos de vida na terça-feira respirando por aparelhos. Enquanto a caravana judicial desfila por gabinetes políticos, os protagonistas têm papéis curiosos.
Ao passo que o Congresso debate o projeto de lei polêmico, a presidente Dilma ‘terceirizou’ a Articulação ao delegar ao vice-presidente Michel Temer o trabalho de interlocução do Planalto; O senador Aécio Neves, que bate no peito para dizer que teve 50 milhões de votos, não faz papel de líder: gravou três vídeos exibidos nas redes sociais convocando o povo às ruas, mas refugiou-se em casa nos protestos; e antes criticada pelo povo como casa de ladrões, a Câmara, com um presidente que está mandando no Brasil, vive em lua de mel com a imprensa, oposição e até parte da base.
Os deputados federais nunca tiveram tanto orgulho do mandato e prestígio junto à população. Sentem-se representados por Cunha independentes do Planalto.
Este é o perigo para a presidente Dilma com o pedido de impeachment que se forja. O mesmo contingente que elegeu Cunha na Casa pode votar com ele se pedir.