Coluna Esplanada

Petrobras, Congresso e o misterioso roteiro de mudanças no pré-sal

Leandro Mazzini

Delcídio - ele faz mistério, por ora. Foto: pt.org

Delcídio – ele faz mistério, por ora. Foto: pt.org

O roteiro está longe de ser um golpe de multinacionais de olho no petróleo do pré-sal, como pregam esquerdopatas – há corrupção comprovada -, mas o script recente indica a iminente perda de poder da Petrobras com o pote de ouro anunciado pelo Governo anos atrás.

Na última quinta-feira (30/4), o líder do Governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), soprou à Coluna que vem aí projeto de mudança sobre pré-sal.

Horas depois, o presidente mundial da Shell anuncia que tem ‘forte interesse’ na exploração da camada. Na segunda (4) e ontem a agência de notícias americana Bloomberg divulga para vários países que o Palácio do Planalto repensa a participação da Petrobras na fatia, devido aos altos custos de exploração.

Um resumo da eventual tragédia para a petroleira: Em suma, a Petrobras, desvalorizada nas Bolsas pela corrupção, mal vista no mercado, se desfazendo de ativos mundo afora e pegando dinheiro emprestado na China, não tem dinheiro suficiente para explorar o tesouro do pré-sal, e surge a notícia de que o Governo pode rever (e passar) a sociedade da empresa com petroleiras nos poços descobertos.

Se houver mudança na regulação, ou a Petrobras perder espaço na extração, o Governo corre o risco de ver reduzida a fatia de royalties e do esperado fundo bilionário para a educação, como propala a presidente Dilma.

Ontem, o senador Delcídio desconversou. Apenas antecipou que virá aí uma resolução na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) que pode ‘beneficiar os municípios produtores’. Vale lembrar que a nova lei de distribuição de royalties envolvendo a exploração no pré-sal resultou numa ADI no STF, impetrada pelos Estados produtores (Rio e ES), contra os outros Estados (em especial do Nordeste), que vislumbram bom reforço de caixa com os futuros repasses.

Mas do jeito que o cenário avança, tudo pode ser muita disputa judicial para pouco resultado. A conferir.

Com Maurício Nogueira.