Coluna Esplanada

Após aluguel de R$ 1 milhão, Funai vai construir sede

Leandro Mazzini

funai

A sede alugada há um ano no setor de Autarquias Sul em Brasília

Enquanto o Governo dança na chuva para se acertar nas contas, está sobrando dinheiro na Funai.

A Fundação Nacional do Índio vai construir uma sede na Quadra 903 Sul, área nobre de Brasília, num lote que pertence à entidade.

A despeito do esforço do Planalto para redução de despesas e com corte de 15% no Orçamento da Funai, o presidente da entidade, Flávio Chiarelli, assinou portaria que cria grupo para concretizar o projeto.

Atualmente a Funai ocupa um edifício de 15 andares, alugado por mais de R$ 1 milhão por mês de uma empresa – curiosamente o contrato acaba de ser renegociado para R$ 800 mil/mês, excluindo uma 'gordura' de 33,7% do valor anterior, com validade até Junho de 2016.

A Portaria 386 da presidência, de 14 de maio, constituiu a ‘Comissão do Programa de Necessidades de Construção do Edifício da Nova Sede’. Sete servidores da Funai foram incumbidos de preparar, em 40 dias, um plano com ‘requisitos básicos’ para suporte ao projeto arquitetônico.

Longe dos nativos, a Funai se esforça para atender tribos. Tem dificuldade para manter serviços das áreas finalísticas – apoio a aldeias em várias frentes. Mas terá sede própria.

A assessoria informa que ainda não há previsão orçamentária e nem o tipo de contrato para a construção. Aguarda ‘estudo mais aprofundado do custo/benefício’.

CORRE-CORRE CONTRATUAL

Não existe ainda determinação clara da presidente Dilma ou ato que obrigue ministérios a devolverem prédios alugados a peso de ouro, mas deve sair. A ficha caiu para gestores de alguns órgãos do Governo. A Secretaria de Patrimônio da União (SPU) começou a ser procurada para oferecer imóveis federais para os ministérios.

Após o registro da Coluna de que há farra de aluguéis pagos por ministérios para ‘puxadinhos de luxo’ fora da Esplanada, os gestores entraram em alerta. Procuradoria Geral da Fazenda, Defensoria Pública, Ministérios da Integração, Pesca, Desenvolvimento, entre outros, mantêm contratos milionários com empresas.