Coluna Esplanada

Prisão de Dirceu repercute entre políticos e juristas no Rio

Leandro Mazzini

Paulo Ramos, deputado estadual no Rio da escola de Brizola: tempos estão mudando. Foto: Alerj

Paulo Ramos, deputado estadual no Rio da escola de Brizola: tempos estão mudando. Foto: Alerj

A nova prisão do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu , desta vez por causa do Petrolão, repercutiu entre políticos e juristas do Rio de Janeiro.

O ex-senador Saturnino Braga (PT-RJ), presidente do Centro Celso Furtado, considerou como ''abuso de poder'' a prisão de Dirceu .

''Aqui no Rio, essa prisão chocou a opinião pública, pois ele já se encontrava preso pela pena do mensalão, não iria fugir, pois a prisão está sob a guarda do Estado''.

Durante a coletiva de imprensa pela manhã, um dos procuradores da República responsável pela investigação, ao ser questionado sobre a necessidade da detenção do petista, explicou que o político recebeu propinas até enquanto preso, na figura do irmão, também detido hoje. A prisão se justifica, segundo o procurador, para a interrupção do esquema.

Repercussão também entre os juristas. Arélio Wander, do Conselho do IAB, e professor ttular de Direito Constitucional pela Cândido Mendes e outras universidades, concordou com a detenção. Argumenta que ''José Dirceu perdeu o sentido da História''. Ele ''deixou que objetivos pessoais se sobrepusessem aos interesses do país''.

O deputado estadual Paulo Ramos, do PSOL fluminense, considerou que a prisão do petista revela mudanças no sentido de que ''os crimes de lesa pátria na operação Lava a jato devem ser esclarecidos, pois muitos que foram condenados anteriormente no caso do Mensalão não tiveram tratamento tão rigoroso''.

Ramos, pedetista histórico do Rio, complementa: ''Eles se acostumaram a usar tornozeleiras à prova de piscinas e casas confortáveis''.