Coluna Esplanada

Movimentos contra Governo vão apostar na guerrilha virtual

Leandro Mazzini

Foto: Reuters

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A ordem dos movimentos que hasteiam bandeira do impeachment da presidente Dilma, que será discutido na Câmara dos Deputados a partir de fevereiro, é intensificar táticas de guerrilha nas redes sociais.

A autocrítica é de que a ''desmobilização virtual'' foi a grande responsável pela queda vertiginosa de público nas últimas marchas pelo Brasil.

Na outra ponta a base governista e os movimentos sociais que apoiam o Governo apontam que não há razão para abertura do processo, diante do pagamento de R$ 72 bilhões da União a bancos para zerar as 'pedaladas fiscais', motivo do pedido de impedimento acolhido pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha.

Há movimentos prós e contra o processo, que ganham os debates na sociedade civil.

Partidos da base lançaram uma campanha pela 'legalidade do Governo Dilma', e seus expoentes rodam o País em explanações públicas, apontando perseguição da oposição e falando em 'golpe'.

Alguns analistas indicam que a massa popular pode fazer a diferença, a favor ou contra a presidente. O presidente da Associação Nacional de Consultores Políticos, Carlos Manhanelli, aponta que não há impeachment sem pressão popular. Lembra que a queda do ex-presidente Fernando Collor iniciou nas ruas com os tradicionais caras-pintadas. ''O clima das ruas está frio'', resume.

Manhanelli afirma que, além das denúncias que atingem em cheio figurões do governo e do PT, a grave crise econômica que afeta o País pode ser impulsionador do processo de impeachment. ''Dê instabilidade política ao povo e ele devolverá com instabilidade política'', afirma o professor, em citação livre do escritor inglês Karl Marx.