Coluna Esplanada

Autofagia no PDT: a guerra de Lupi e senador Lasier

Leandro Mazzini

lasier

Não vai nada bem a relação entre o presidente do PDT, Carlos Lupi, e o senador Lasier Martins (PDT-RS), por causa da decisão do parlamentar de votar contra a presidente Dilma no processo de impeachment. Lupi o pressiona a mudar o voto.

Em conversa com a Coluna, os dois confirmam que tiveram uma áspera conversa há duas semanas, e a turma pedetista tenta abafar. Ambos se esforçam em esconder detalhes do racha.

Lasier começou a espalhar a próximos ter um dossiê escandaloso contra Lupi, que defende-se: ''Ele tem o dever de apresentar''.

Há poucos dias Lasier recuou no ataque, por ora, mas admite ''restrições'' em relação a Lupi e que ''lavamos roupa suja''.

Lasier passou ao estilo paz e amor. ''Estou numa fase que não quero conflito com o PDT, quero paz''. Diz que ele e Lupi já estão tentando se ajeitar.

O senador sabe onde pisa. Se Lupi quiser, pode expulsá-lo do partido, porque a Executiva baixou determinação para apoio incondicional a Dilma Rousseff – Lupi já expulsou um deputado e puniu outros cinco com suspensão.

Não alheia à autofagia na cúpula, a fundadora do partido e voz ativa nas hostes Miguelina Vecchio põe fogo no cenário, contra o senador Lasier, seu conterrâneo sulista:

''Lasier está muito distante do partido. A ponto de deixar o Pedro Simon (ex-senador do PMDB) influir no mandato através de sua operadora, a chefe de gabinete''.

De acordo com Miguelina, a chefe de gabinete de Lasier exigiu levar cinco assessores da confiança de Simon e ele atendeu.

''O Movimento das Mulheres Gaúchas pediu uma vaga para uma militante fazer políticas de gênero em Brasília e ele nunca respondeu'', complementa Miguelina.