Coluna Esplanada

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Ainda incrédula, base governista cobra fatura do Planalto
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Leandro Mazzini

Temer e Levy, no Palácio ontem - um promete e o outro segura o caixa. Foto: ABr

Temer e Levy, no Palácio ontem – um promete e o outro segura o caixa. Foto: ABr

Chegada a hora de pagar a conta, o Planalto não consegue quitar a fatura com a base governista e coloca em risco o ajuste fiscal. Cresce a reclamação, entreouvidos, de deputados e senadores.

A demanda recebida pelo vice-presidente Michel Temer da base governista prioriza três pontos: nomeação para cargos em estatais, liberação de restos a pagar de emendas dos deputados veteranos e liberação das emendas dos deputados novatos, mas o caixa apertado travou o andamento.

Muito pouco disso aconteceu, reclamam parlamentares principalmente do PT e do PMDB – partido do vice. E para piorar o cenário, muitos deles dizem que o Ajuste Fiscal não salva o Governo.

Governistas terão outra rodada de negociação ainda nesta semana com Temer e o ministro Eliseu Padilha, da Aviação e também articulador, para tentar destravar as demandas.

O PMDB do Rio de Janeiro, por exemplo, pediu a Temer o controle da companhia Docas. Em São Paulo, parte do PMDB e o PSB controlam o porto de Santos.

Este é o destaque da Coluna desta quarta, enviada ontem às 19h para os jornais da Rede Esplanada e reproduzida no UOL


Dilma cogita explicar ajuste fiscal em rede de rádio
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Leandro Mazzini

Foto: ABr

Foto: ABr

A presidente Dilma Rousseff ouviu muitas reclamações dos deputados líderes da base governista, em reunião desta quarta-feira (4) no Palácio do Planalto – incrivelmente calada.

Após analisar a versão dos parlamentares sobre as mudanças do Fundo de Financiamento Estudantil (FIES), a estratégia de comunicação e sobre as novas regras trabalhistas, ela aventou a possibilidade de explicar o pacote do ajuste fiscal em linguagem popular, convocando rede nacional de rádio.

Quem puxou o bonde das críticas às mudanças no FIES, que dificultou vagas nas faculdades, foi Celso Russomano (PRB-SP). Ele foi endossado pela maioria dos deputados. A presidente pediu a ele uma ‘nota técnica’.

Em outras palavras, os deputados indicaram que ela deve assumir o front nessa hora do aperto, e não deixar o ônus apenas para o Congresso. Mas dilma não quer TV, por ora.

ECONOMIA

A presidente também pediu apoio do Congresso neste momento em que o País recebe os avaliadores das agências de risco, e lembrou que o Brasil não pode ter nota rebaixada no atual cenário econômico.

Aloizio Mercadante (Casa Civil) deu aulão sobre risco do rebaixamento da nota do País. A maioria dos deputados entendeu o recado: se o Brasil perder investimentos e a recessão técnica piorar, até as emendas podem ser prejudicas no próximo ano.

‘RAINHA’ DA INGLATERRA

Com a cabeça a prêmio na base governista, Pepe Vargas, da Articulação, ficou de braços cruzados a maioria do tempo, entrou mudo e saiu calado da reunião.


‘Intensivão’ de Mercadante sobre pacote auxilia articulação de Pepe
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Leandro Mazzini

O chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, auxilia mas, pela desenvoltura, tomou a frente da articulação política, missão do ministro Pepe Vargas.

Mercadante tem se reunido com as bancadas governistas em jantares e, diante do atual cenário e respaldado pela formação acadêmica como economista, é o chefe da Casa Civil quem tem dado um intensivão para as bancadas governistas nos banquetes.

Foi assim nos encontros dos últimos dias com PMDB, PSD e PP.

 


Levy, para bancadas: ‘Devemos agir com firmeza e urgência’
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Leandro Mazzini

Foto: UOL Economia

Foto: UOL Economia

Nos jantares nos quais tem participado nos últimos dias – com PMDB, PSD e PP – o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, tem repetido a frase para convencê-los da importância do pacote fiscal da presidente Dilma: ‘Devemos agir com firmeza e urgência’.

Na casa do líder do PSD na Câmara, deputado Rogério Rosso (DF), na terça-feira, o ministro da Fazenda deu recado grave: ‘Há risco de downgrade’ na nota do País para investidores, se nada for feito agora.

À ocasião do jantar, sete ministros participaram, entre eles os três da área econômica: Além de Levy, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, e o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa.

Para Levy, um terço do efeito do pacote recairá sobre os cidadãos, e dois terços sobre o governo – cortes nos custeio e contingenciamento no Orçamento.

Participaram também da reunião com o PSD Gilberto Kassab (Cidades) – presidente do PSD – Pepe Vargas (Relações Institucionais) e Afif Domingos (Pequena Empresa). O chefe da Casa Civil e economista, Aloizio Mercadante, também fez suas explanações e convenceu a bancada a fechar com o governo nas votações das MPs.

É A VIDA

Levy, firme no seu plano de ‘maldades’ para a população, com carta branca da chefe, tornou-se o ‘Meu Malvado Favorito’ da presidente Dilma, brincam no Congresso os parlamentares.

 

 


No Planalto, ministros fazem ofensiva com a base por MPs
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Leandro Mazzini

O ministro das Relações Institucionais, Pepe Vargas, e mais quatro ministros convocaram a base governista para reuniões hoje e amanhã no Palácio do Planalto a fim convencê-los a manter a íntegra das MPs 664 e 665.

Elas modificam os prazos sobre direitos trabalhistas e os de beneficiários de pensão por morte. O quinteto terá café com líderes do Senado e almoço com líderes da Câmara.

O maior desafio é convencer PDT, PTB e PMDB – os dois primeiros, pela ligação histórica com os sindicalistas; e o último, por causa da influência do independente presidente da Câmara Eduardo Cunha.

A ofensiva visa garantir vitória da presidente Dilma em plenário no Congresso, mesmo que tenha de recuar em alguns pontos. O Governo já tem um plano B sobre Seguro Desemprego e Abono.

A avaliação de governistas é a de que, se o Planalto falhar novamente, como na derrota de Arlindo Chinaglia para Cunha na Câmara, todo o núcleo palaciano fica mal com a chefe.