Coluna Esplanada

Arquivo : casagrande

Sem rumo e rachado, PSB procura líder nacional
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Leandro Mazzini

Paulo Câmara, de Pernambuco - assim como outros colegas na vitrine, não disse a que veio ainda.

Paulo Câmara, de Pernambuco – assim como outros colegas na vitrine, não disse a que veio ainda.

O PSB está sem ícone nacional após a morte de Eduardo Campos.

O ex-governador capixaba Renato Casagrande, que perdeu a reeleição, está ofuscado. O do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, herdou o território com dívidas bilionárias e ainda não disse a que veio. E Paulo Câmara, de Pernambuco, ainda é o poste escolhido pelo padrinho político.

Para piorar a situação, o partido rachou. A Executiva Nacional proibiu filiados de ocuparem cargos no Governo de Michel Temer. As bancadas do Senado e da Câmara deram de ombro. Emplacaram o jovem Fernando Bezerra Coelho como ministro de Minas e Energia.

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Hartung e a força-tarefa capixaba
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Leandro Mazzini

Charge de ALIEDO - aliedo.blogspot.com

Charge de ALIEDO – aliedo.blogspot.com

Mal tomou posse e o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB), programou uma série de visitas a Brasília para tentar convênios com ministérios – e conferir o andamento dos atuais, fechados pelo governo antecessor. Os capixabas passam por um momento crítico desde alguns anos atrás, quando perderam o Fundap, abastecido pelo ICMS diferenciado para importação que reforçava os cofres do Estado.

O cenário desandou durante uma gestão esforçada, mas infeliz do antecessor Renato Casagrande (PSB) – apoiado e lançado pelo próprio Hartung em 2010. Casagrande, vindo de carreira brilhante e em ascensão no legislativo – foi deputado e senador, saiu encorajado do gabinete em Brasília para o Palácio Anchieta (Numa tarde do início de 2010 no gabinete do Senado o repórter o encontrou animado com equipe enumerando as metas para cada setor, ciente da iminente vitória).

Mas no cargo enfrentou os mais variados problemas. Montou um time criticado até por aliados, veladamente, e encarou a pior crise de caixa com a perda das receitas. O Tesouro prometeu R$ 3,5 bilhões para compensar a perda do Fundap, a granel. O atual governador concentra-se numa equação paradoxal com um Orçamento apertado: segurar as contas e também investir.

Enquanto Casagrande se contorcia para não perder apoio popular, perdia apoio político discretamente. Afastado do Poder desde que deixou o governo, o economista Hartung submergiu. Mergulhou os quatro anos em estudos meticulosos de números da Economia do País e em especial do Estado; mesmo longe, avaliou de perto cada passo do governo de Casagrande, mapeando avanços e entraves. Ministrou aulas em faculdade e rodou o Brasil como palestrante convidado (tornou-se um cidadão comum, circulava de mochila e calça jeans, mostrou assim desapego ao Poder e ganhou simpatia).

Deste modo, quieto, Hartung redescobriu um Espírito Santo em letargia político-econômica, e de seu bunker (em diálogo constante até com alguns membros do Governo) elencou metas, e para surpresa do aliado no cargo anunciou-se postulante novamente ao Palácio. Até conquistar a vaga pela terceira vez, uma moqueca eleitoral foi servida na campanha com ataques mútuos (inclusive pessoais) entre os dois principais candidatos, outrora amigos e aliados.

Vencedor, PH – ou Imperador, como é chamado por aliados e desafetos nos bastidores pela peculiaridade que imprimiu no Executivo, com marca de competente centralizador – agora parte para uma maratona de encontros com empresários, governadores e União para reinserir o Espírito Santo no cenário nacional.

Conseguiu um time partidário de peso para suas incursões, em companhia da senadora eleita Rose de Freitas, do senador Ricardo Ferraço, e do deputado federal Lelo Coimba – todos do PMDB como ele. A despeito da força-tarefa, Hartung tem know-how para viradas. Suas duas gestões no Palácio Anchieta foram notabilizadas nacionalmente pelo equilíbrio das contas públicas e retomada de investimentos em variados setores, elevando o PIB capixaba. Em especial, destacou-se também pela queda dos índices de criminalidade na grande Vitória.

Hartung tem garantido a aliados e publicamente que não vai se candidatar à reeleição em 2018. Especula-se que seu indicado natural será Ferraço, preterido por Casagrande em 2010, ajudado pela conjuntura política. Os próximos anos mostrarão se o Imperador capixaba terá fôlego para esse desafio de rearranjo local, ou se o Estado continuará à deriva nesse mar de recessão nacional.

O ex-governador, que saiu ferido do combate e se dizendo traído, assumiu a presidência da Fundação João Mangabeira, do PSB, e viaja o País para unificar o partido para 2018. Casagrande é pule de dez para disputar a prefeitura de Vitória ano que vem, e com chances. Tão competente quanto Hartung, faltou-lhe sorte no cargo e a experiência no Executivo que o ex-padrinho teve. Mas discretamente mostra que está no jogo. Há relatos de que montou um bunker com boa equipe para acompanhar cada passo do governo do agora rival.

Criador e criatura, Hartung e Casagrande podem se reencontrar numa eventual disputa em 2018 para o Palácio – é cedo para cravar que Hartung não será candidato, e muita moqueca será servida nas mesas do Poder.


Eleito no ES, Hartung será um dos coordenadores da campanha de Aécio
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Leandro Mazzini

Hartungvale

Após quatro anos sabáticos – sem atividades políticas, envolvido em estudos, palestras, e trabalhando como professor universitário – o ex-governador do Espírito Santo Paulo Hartung (PMDB) voltou tão triunfante ao cargo, com vitória no primeiro turno, que será um dos coordenadores nacionais da campanha de Aécio Neves à Presidência.

Hartung passou por Brasília nesta quarta para o evento de apoio a Aécio, no Memorial JK (foto).

Atualmente, quem ocupa a função de coordenador no ES é o senador Ricardo Ferraço (PMDB) – maior crítico no Congresso à política internacional do governo Dilma,  também ligado mais ao PSDB que ao PT nacional.

Os capixabas fecharam em peso com o tucano, isolando o PT no Estado. Até o governador derrotado Renato Casagrande (PSB), seguindo a linha do partido, anunciou apoio a Aécio – durante a campanha, ele e Hartung trocaram acusações políticas e pessoais.

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Na onda da antecipação, instituto prevê Casagrande x Hartung e divulgará pesquisa
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Leandro Mazzini

Reprodução

As convenções partidárias só escolherão seus candidatos aos governos daqui um ano e dois meses, mas um instituto de pesquisa do Espírito Santo entrou na onda das antecipações do debate eleitoral.

A 19 meses da eleição, o Flex Consult promete para sexta-feira a divulgação num jornal de Vitória (ES) da primeira sondagem sobre intenções de voto para o governo do estado. Com pompa, divulga banner virtual até com montagem de fotos – de um lado o atual governador, Renato Casagrande (PSB), e de outro o ex, Paulo Hartung (PMDB), numa clara alusão sobre eventual polarização futura do pleito.

O cenário capixaba atual é curioso. Hartung e Casagrande são aliados – diante do crescimento de Casagrande à ocasião do debate de 2010, foi o ex-governador inclusive quem abriu mão de indicar ao cargo o seu predileto, Ricardo Ferraço (PMDB), que se elegeu senador.

Mas, hoje professor e conferencista, Hartung tem despontado nas ruas como eventual candidato. Um mistério o seu projeto. Ele próprio desconversa, incitado por este repórter em encontro recente em Vitória. Em mensagem ao blog na tarde desta quarta, Hartung diz que sua intenção é disputar a vaga ao Senado – e não ao governo.

O instituto também divulgará os números para os cenários Casagrande x Magno Malta (senador pelo PR) , e Casagrande x Ferraço.

Os quatro nomes têm potencial. Casagrande se esforça, e apesar do caixa apertado com mudanças nas regras da distribuição dos royalties e do ICMS de importação – um baque na receita do governo – tem tido boa aprovação. Os dois anos como senador com boa atuação no Congresso reforçaram o nome de Ferraço no PMDB nacional e o alçaram à presidência da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional no Senado, uma boa vitrine.

Já Magno Malta, conhecido pelo apelo popular, vocabulário simples e combate à pedofilia, pode ter grande proximidade com as classes C e D no estado. Malta é a figura tão peculiar quanto curiosa, e o mais extrovertido entre os citados. Conhecido cantor gospel, roda o estado em shows. Quando ameaçado de morte por presidir a CPI do Narcotráfico no Congresso, passou a ser escoltado por policiais federais – um deles desabafou para fonte da coluna em certa ocasião que os agentes viraram staff: não aguentavam mais carregar caixa de som e participar de shows do senador.

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