Coluna Esplanada

Arquivo : cela

Mais animado da Lava Jato, Vargas cria grupo para jogar Buraco
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Leandro Mazzini

O ex-deputado escoltado na chegada à carceragem. Foto: UOL

O ex-deputado escoltado na chegada à carceragem. Foto: UOL

O menos deprimido no xadrez da Lava Jato é o petista e ex-deputado André Vargas, amigo do peito do doleiro Alberto Youssef . Brinca com os colegas (até irrita), conta quem viu.

Vargas criou grupo para jogar Buraco (jogo de baralho) com colegas de cela, entre estes o doleiro, lobistas e executivos de empreiteiras.

Há poucos dias, um carcereiro perguntou quem ganhava. “Aqui ninguém ganha, só tem político e empreiteiro!”, soltou o petista, sem constrangimentos.


O rei da cela e os súditos na carceragem da Lava Jato
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Leandro Mazzini

Odebrecht, de mãos no bolso, à frente de Alexandrino (já solto). O funcionário estava algemado. Foto: epoca.com

Odebrecht, de mãos no bolso, à frente de Alexandrino (já solto). O funcionário estava algemado. Foto: epoca.com

Após o terceiro pedido de prisão pelo juiz federal Sérgio Moro, o comportamento do empreiteiro Marcelo Odebrecht mudou no complexo médico-penal de Pinhais (PR), com a suspeita de que não sairá tão cedo do lugar.

O empresário dono do maior grupo do País vive turrão, desobedece regras da carceragem e faz ar de deboche para agentes, segundo relatos de policiais. Em alguns casos, cruza os braços em vez de posicioná-los à frente do corpo, quando os detentos andam em fila.

As retaliações para o comportamento solitário são banho frio e atraso na entrega das refeições para todos os presos.

Apesar dos castigos impostos pelos agentes, nenhum colega de cadeia de Odebrecht ousa reclamar com os carcereiros ou enquadrar o detento-rei.

O consenso entre os lobistas e executivos presos é que um dia todos serão soltos, e eles sabem do poder político e econômico de Odebrecht aqui fora. O tratam como reizinho da cela.


Gasolina e Serguei, veteranos de cela, têm muito a ensinar aos da Lava Jato
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Leandro Mazzini

O detento 'Gasolina' com a máscara com a qual tentava escapar. Foto: UOL

O detento ‘Gasolina’ com a máscara com a qual tentava escapar. Foto: UOL

Vez ou outra aparecem nas redes sociais charges ou textos espirituosos sobre os empreiteiros detidos em Curitiba, na operação Lava Jato da Justiça Federal. Combinam construir um túnel para a fuga em massa, mas nunca dá certo porque até nisso eles tentam ‘superfaturar a obra’.

Piada à parte, os presos de Curitiba têm muito a aprender com os do Centro-Oeste, aos quais sobra criatividade. Para citar apenas dois casos:

Para quem achou surreal a tentativa de fuga, com máscara de mulher, de Clodoaldo ‘Gasolina’ em Aparecida de Goiânia (GO), não lembra de César dos Santos.

Em abril de 2001, Dos Santos rendeu carcereiros com faca, emendou dois canos e tentou atravessar o muro do Instituto Penal de Campo Grande (MS) num salto com vara.

Não é exagero dizer que os dois presidiários deram com a cara no chão. Literalmente. Dos Santos passou a ser apelidado de Sergei Bubka, o grande atleta croata medalhista olímpico na modalidade.


Pizzolato fica na ‘Ala dos Vulneráveis’, presente de ex-governador do PT
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Leandro Mazzini

Pizzolato, em sua chegada a Brasília para exame de corpo de delito. Foto: ABr

Pizzolato, em sua chegada a Brasília para exame de corpo de delito. Foto: ABr

Henrique Pizzolato saiu no lucro entrando no Presídio da Papuda.

Está bem trancado na ‘Ala dos Vulneráveis’, uma parte da penitenciária construída na gestão de Agnelo Queiroz (PT), com celas novas, tido como um presentão especial para os amigos mensaleiros petistas. Ali bateram ponto também, entre outros, José Dirceu e José Genoino.

Pizzolato terá direito a banho de sol, leitura e quatro refeições por dia – uma regalia para um desempregado. Com essa crise, muita gente sem função não tem isso.

Na Itália, Pizzolato engordou 20 quilos.

Financiador do Mensalão e condenado a 12 anos de cadeia, Henrique Pizzolato chegou de jatinho da PF a Brasília. É sensato que a PGR exija dele o ressarcimento dos custos. No Congresso, alguns parlamentares defendem que bandido deve ser transportado de camburão, algemado e sacudindo na traseira da viatura.

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Diários da Cela: Dirceu e Donadon escrevem muito na cadeia
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Leandro Mazzini

foto: EBC

foto: EBC

O ex-ministro José Dirceu tem redigido muito na cadeia. Ele cumpre sentença pelo ‘mensalão’ e agora está novamente preso, apontado como um dos operadores do ‘petrolão’.

Antes de ser detido no âmbito da operação Lava Jato, Dirceu preparava em casa, em Brasília, no regime domiciliar, o seu livro de memórias.

Outro apenado que tem redigido também é o ex-deputado federal Natan Donadon, o primeiro do time parlamentar no País a ir para cela. Agora em regime semiaberto, aproveita as noites para escrever pensatas. Por ora, não há ideia de livro.


Pizzolato dividirá cela com ex-deputado Donadon em Brasília
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Leandro Mazzini

Donadon - esquecido na Papuda, ninguém mais lembra dele. Foto extraída do congressoemfoco.com.br

Donadon – esquecido na Papuda, ninguém mais lembra dele. Foto extraída do congressoemfoco.com.br

O script de ‘Esperando Pizzô’:

Sozinho na cela até hoje, desde que preso, o ex-deputado Natan Donadon já arruma o cubículo para receber um companheiro em breve.

O mensaleiro Henrique Pizzolato, assim que extraditado da Itália, vai dividir a cela com Donadon, na nova Ala de Vulneráveis, no complexo da Papuda.

A ‘Ala dos Vulneráveis’ é a parte nobre do complexo. Foi o módulo reformado pelo ex-governador Agnelo Queiroz (PT) para acolher os mensaleiros condenados – a maioria já está em casa.

Aliás, para o governo da Itália temer pela saúde e segurança de Pizzolato, como notório nos autos da sentença, tem gente graúda do GDF suspeitando que as fotos enviadas para a Corte em Roma são da ala mais antiga da Papuda – lotada e suja como a de outros presídios do País. A ‘Ala’ é um hotel três estrelas perto dos outros módulos do complexo.


MP do DF aciona Governo e Vara Penal contra cela de luxo para mensaleiros
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Leandro Mazzini

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) impetrou mandado de segurança, com pedido de liminar, para evitar que a nova Ala de Vulneráveis do complexo penitenciário da Papuda seja destinada aos mensaleiros detidos na unidade.

A reforma de parte do pavilhão e construção de outro começou justamente meses antes de os famosos apenados começarem a usar o uniforme no complexo,e desde então não foi segredo entre detentos que a ala seria destinada aos ilustres ex-deputados e ministro.

As celas da nova ala são com padrão muito mais elevado que as outras do complexo. ‘Conforme relatório pericial, produzido pelo Departamento de Perícias e Diligências do MPDFT, a Ala de Vulneráveis apresenta não só estrutura nova e diferente das demais Alas do CDP como também acabamento impróprio para ambientes prisionais, demonstrando ser uma “ala nobre”, com padrões arquitetônicos diversos dos demais espaços prisionais, inclusive com chuveiro com aquecimento elétrico’, informa a assessoria do MPDFT.


Delúbio deu queixa na Papuda de furto da carteira dentro da cela, diz Veja
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Leandro Mazzini

Não bastasse a vergonhosa situação de ex-mandatários detidos na mesma cela, na Penitenciária da Papuda (DF), um episódio surreal chegou à direção do presídio no último dia 31 de Janeiro.

O detento condenado Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, que cumpre regime semiaberto, deu queixa na direção da unidade por furto da sua carteira, com documentos e R$ 200, revelou a revista VEJA deste fim de semana (reprodução abaixo).

A direção do presídio, conforme registro interno, ‘reteve os sentenciados’ para informar do caso. Curiosamente a carteira apareceu jogada num cato da cela, logo após vistoria. Para alívio geral.

O caso à tona reforça bastidores de eventuais regalias para os ilustres condenados: como um condenado porta carteira e dinheiro dentro da unidade, enquanto os presídios detêm todos os objetos pessoais dos detentos na triagem da entrada da penitenciária (ou assim deve ser feito)?

Ontem, foi publicado em jornais que o vice-diretor do Centro de Progressão Penitenciária, Emerson Bernardes, foi exonerado após registrar uma ocorrência de encontro ilegal dentro da unidade entre Delúbio e o presidente do Sindicato dos Agentes de Atividades Penitenciárias do Distrito Federal, Leandro Allan Vieira. (Leia aqui)

delubio

CASO DIRCEU

Também em regime semiaberto, José Dirceu aguarda decisão de sindicância para ter ou não autorização da vara de execuções penais para trabalhar num escritório de advocacia em Brasília.

A sindicância envolve a suspeita de que ele conversou por telefone, dentro do presídio, com um aliado petista – revelação do Painel da Folha, mês passado.

Dirceu pode ter outro agravante para sua situação de propenso trabalho, caso a OAB do DF abra procedimento disciplinar de pedido de cassação do seu registro de advogado. O pedido foi feito por um advogado de Brasília, filiado ao PSDB, cuja petição questiona se um detento condenado pode manter a carteirinha da Ordem.

Por ora, a OAB segura o caso (Leia aqui)

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Na prisão, mensaleiros não escapam à revista a nu
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Leandro Mazzini

A prisão do ex-ministro José Dirceu e cúmplices abre um precedente para os poderosos corruptos no país: não adianta ter dinheiro, fama,e amigos mandatários.

Na cadeia, todos são iguais, e os reis ficam nus, literalmente. Um carcereiro do presídio da Papuda, em Brasília, conta o que será a rotina de revista na cela coletiva onde estão os mensaleiros.

O agente aparece com a fala padrão: ‘Preso, para o fundo da cela! Tire a roupa. Abra as pernas. Agache até o chão. Levante. Abaixe de novo! Pode se vestir’.

Até a Justiça decidir para onde vão os mensaleiros presos, eles passarão por isso a cada dois dias nas celas. E não será diferente nos presídios estaduais.

Quem passa essa revista a nu toda semana é o deputado Natan Donadon, cujo processo de cassação sairá do forno esta semana. E agora não tem reza em plenário.

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OFF 

Agora preso, José Dirceu, por lei, terá de parar de postar em seu blog. A não ser que os textos sejam assinados pelos dois repórteres que o ajudam.

HISTÓRIA DO BRASIL

Em 15 de novembro de 1889, o tenente Adolfo Pena deu voz de prisão ao Barão de Ladário, ministro da Marinha que se recusava a reconhecer a República. Exatamente 124 anos depois, no mesmo dia, um agente da PF deu voz de prisão a José Genoino, que se recusa a reconhecer o Mensalão. Embora situações distintas, o dia é simbólico. Como o Brasil tem memória curta, está fadado a repetir seus erros. O Barão de Ladário deu um tiro no oficial, mas morreu com chumbo trocado. Genoino deu um tiro no pé. Gritou ‘Viva o PT’ e virou deboche na PF.

BLINDAGEM 

A PEC do Voto Aberto a ser apreciada hoje mas está amarrada. “Não tem entendimento. Tem disputa”, resume o senador Romero Jucá (PMDB-RR). É que o PT faz jogo duro para não passar, senão os mensaleiros da Câmara perdem os mandatos.

EFEITO DONADON

O presidente da Câmara, Henrique Alves, prometeu colocar cassação de mandatos em votação só se cair o voto secreto. O STF já determinou a perda dos mandatos de quatro.

TODO MUNDO DEVE..

Como a situação é tensa em Brasília: viatura da PF, sábado à noite, passava pela quadra 408 Sul e ligou o giroflex. Três carros à frente encostaram na hora. Não era para eles.

MÃE, OLHA EU!

Um assessor do deputado Policarpo (PT-DF) comprou todos os exemplares da Folha de S.Paulo domingo em parte da Asa Sul. Sua foto estampava a capa, em protesto na sede da PF, contra a prisão de Genoino e Dirceu.

SILÊNCIO ENSURDECEDOR 

A prisão dos mensaleiros virou um silêncio ensurdecedor no Planalto. Nenhum congressista abriu a boca após reunião de líderes do Senado com a presidente Dilma. Antes, a assessoria Ideli Salvatti alertara que ninguém falaria.

FRONTEIRA ESCANCARADA

Jogo de empurra entre o STF, que não recolheu passaportes, e a PF, sobre de quem é a culpa da fuga do condenado no mensalão Henrique Pizzolatto. Foi por terra para o Paraguai e de lá voou para Roma. A fuga mostra como as fronteiras estão escancaradas.

CARTEIRINHA

Há meses um advogado de Brasília questiona a OAB nacional e a OAB paulista se já não deveriam ter cassado a carteira de advogado de José Dirceu. Agora a Ordem avalia.

PONTO FINAL

A Interpol não achou o Paulo Maluf, escondido na Câmara dos Deputados, vai encontrar o Pizzolatto na Itália daquele tamanho?


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