Coluna Esplanada

Arquivo : conmebol

FBI chegou a esquema por transações Miami – Assunção
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Leandro Mazzini

Não foi apenas o cerco a ex-dirigente da FIFA em Nova York – o qual usou escuta da polícia em reunião da entidade. Há mais de ano o departamento de Justiça dos Estados Unidos vem monitorando as transações financeiras da Traffic, de J.Hawilla, o vilão da operação do FBI na FIFA.

Foram as operações entre a conta da empresa, no Delta Bank de Miami, com a conta da Conmebol, no Banco do Brasil em Assunção, que chamaram a atenção dos investigadores pelos altos valores. E também porque os americanos têm um trabalho especial e contínuo sobre eventuais remessas para a tríplice fronteira Brasil-Argentina-Paraguai, pelo alto nível de contrabando e suspeitas de lavagem de dinheiro de células terroristas na região.

Segundo o relatório ( Confira aqui o inquérito de 164 páginas ), a Traffic transferiu para o Paraguai US$ 49 milhões entre 2004 e 2011 –  US$ 12 milhões em 2004, US$ 3 mi em 2006, mais US$ 12 mi em 2007, US$ 5 mi em 2010, US$ 17 mi em 2011.

De acordo com inquérito da promotoria criminal de Nova York, foram valores para compra de direitos de transmissão e pagamento de propinas a dirigentes. O FBI investiga lavagem de dinheiro, evasão de divisas e formação de quadrilha num esquema que envolveu a Conmebol, a CBF, a FIFA e outras entidades sob o guarda-chuva da Federação com sede em Zurique.

O volume de transações foi tão alto até ano passado que o FBI cercou Hawilla em Miami e o pressionou a entregar o esquema. Ele está retido em casa nos Estados Unidos, e usa tornozeleira, segundo seu advogado. Pego pelo FBI, ele passou as informações e teria sido o pivô de toda a operação.

No inquérito o ex-presidente da CBF José Maria Marin foi citado 23 vezes; a Traffic tem 222 registros; CBF mencionada 35 trechos. E há detalhamento das transações.


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