Coluna Esplanada

Arquivo : corrupção

Juiz eleitoral denuncia: “Apoio de chefe político custa R$ 200 mil”
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Leandro Mazzini

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‘Isso está acontecendo neste momento’, revela o juiz Márlon Reis, ‘pai’ da Lei Ficha Limpa: Ele se refere a um modelo tão antigo mas sempre atualizado nas campanhas eleitorais, a compra de voto – agora por lotes de mil, 2 mil, 10 mil votos.

Relatos obtidos dão conta de que subiu a cotação do apoio de caciques locais nos redutos dos candidatos a deputados e senadores: ‘Um chefe político local custa R$ 200 mil’, revela o juiz Márlon, em entrevista na estreia da Esplanada WebTV.

Na entrevista de 15 minutos, Márlon revela o modus operandi da corrupção nas campanhas, diz que existe “o bom e o mau comprador de votos”, e que o agiota é o grande algoz de candidatos endividados.

NOBRE DEPUTADO’

Márlon lança em Brasília dia 15 de setembro, na Cultura do CasaPark, o livro Nobre Deputado – Relato chocante de como nasce, cresce e se perpetua um político corrupto.

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PEIXINHO GRANDE

O Ministério da Pesca prepara uma legislação para a comercialização de peixes ornamentais, uma das prioridades do ministro Eduardo Lopes. Há 20 anos, o Brasil desempenhava papel de liderança no setor e deixou a onda passar… Hoje, a atividade movimenta US$ 1 bilhão por ano no mundo, considerando apenas o pescado.

ATÉ ISSO!

Uma curiosidade, ano passado, diretores e especialistas do Ministério da Pesca, em visita a uma feira internacional de peixes ornamentais na China, reconheceram espécies brasileiras sendo comercializadas. Acreditam em tráfico através do Amazonas e da tríplice fronteira no Sul do Brasil.

CAPITAL PARA PEQUENAS 

O deputado federal Otávio Leite comemora. É autor da única emenda acolhida pela presidente Dilma ao sancionar o novo SuperSimples: pequenas empresas poderão recorrer ao mercado de capitais e à Bolsa para levantar dinheiro de aporte, e também receber investimentos diretos de fundos de investimentos.

EM TEMPO

O SuperSimples reduz a burocracia para o empresário: reúne num só boleto oito impostos e facilita o fechamento da mesma, se for o caso.

RECADO DA CASERNA 

Como o Exército, apesar de ter confirmado a reestruturação do Centro de Inteligência, negou-se a soltar nota oficial quando indagado pela Coluna, soube ao Ministério da Defesa responder que a Força não tem atribuição de monitorar movimentos sociais.

‘As atribuições da 4º Subchefia do Comando de Operações Terrestres (Coter) (..) são Preparo e emprego da Força Terrestre; Gestão da estrutura do Sistema Operacional Informações, integrando as atividades de Inteligência Operacional, Guerra Eletrônica, Defesa Cibernética, Comunicação Social e Assuntos Civis’.

SELVA!

Ainda segundo o MD, ‘as informações utilizadas pela 4 º Subchefia do Coter são apenas os dados de inteligência utilizados exclusivamente na preparação das operações às quais a Força Terrestre é chamada a atuar’, em parceria com o Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin). Está registrado. Selva!

DADA A LARGADA.. 

.. O pau quebra à mesa das reuniões entre o comitê local, tutelado pela Prefeitura do Rio, e os integrantes do COI que desembarcaram na cidade preocupados com a Rio 2016.

NOVELA DA VIDA 

Assim como na novela da Globo, Brasília também tem seu Comendador. É o senador sócio-oculto de uma pousada de luxo em estância turística no Centro-Oeste.

TÔ NEM AÍ

Ganhou apelido de Garanhão Paraguaio (mas falsificado) o senador Juan Galaverna, flagrado em vídeo com três mulheres na cama. Ele nem liga. O Parlamento também não.


‘Querem que o CNJ atue como censurador’, diz magistrado sobre livro
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Leandro Mazzini

marlon

Foto: antoniocavalcantefilho.blogspot

País que luta e preza pela consolidação das instituições democráticas e liberdade de expressão, o Brasil vive uma situação sui generis.

O juiz Márlon Reis, um dos principais idealizadores da Lei Ficha Limpa, prepara sua defesa para apresentar ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Órgão criado para fiscalizar e disciplinar ações dos magistrados, inclusive punir, o Conselho se vê diante de curiosa denúncia feita pelo presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves (PMDB-RN): julgar a conduta do juiz sobre o livro ‘Nobre Deputado’, no qual Márlon narra bastidores do podre modus operandi de candidatos que se elegem para qualquer cargo através da corrupção.

Alves alega que ao não citar personagens reais e usar da ficção, o autor generaliza a denúncia e mancha a imagem do Congresso Nacional. Por seu lado, o magistrado defende-se: ‘Querem que o CNJ atue como censurador’, desabafa o juiz.

Márlon criou um personagem fictício, mas há quatro anos investiga mazelas do submundo da compra e venda de votos, e com dinheiro público, para eleger corruptos.

SÓ NO PAPO

O juiz diz que ainda não foi notificado pelo CNJ, mas prepara tranquilo sua defesa. Seu livro ganhou apoio de dezenas de políticos, mas nenhum deles assume publicamente..

BIOGRAFIA 

No site da coluna há biografia com curiosidades e revelações sobre o estudante ex-violeiro de bar, e vendedor de melancias, que se tornou ícone da magistratura eleitoral.

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CASERNA NAS RUAS

Mais da caserna nas ruas, sobre o monitoramento de movimentos sociais pelo Exército sob tutela do Alto Comando: uma prova de que os militares estão de olho na ebulição das ruas com Black blocs, sem teto e sem terra foi a frase do novo comandante do Comando Militar do Sudeste, General João Camilo Pires: ‘Temos a obrigação de evitar uma guerra civil sangrenta’.

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SOZINHO NO MUNDO 

lind

A executiva nacional do PT deixou sem caixa o diretório do Rio e magoa o candidato ao governo Lindbergh Farias (PT), reclamam os marqueteiros pelos cantos. Em baixa nas pesquisas e abandonado até pela presidente Dilma, Lindbergh quer ir à forra e acredita que os 4 minutos de TV a partir do dia 20 vão lhe garantir o segundo turno. Mas há quem diga no comitê que isso é maldade espalhada pela oposição.

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TRANSPARÊNCIA HERMANA

O Parlamento do Paraguai aprovou lei que obriga os executivos e funcionários de Itaipu, de seu lado, a divulgarem seus salários e benefícios na internet. Ok, feito. Falta o lado de cá, que não divulga os benefícios que aumentam, e muito, os ganhos dos funcionários e diretores.

DESINFORMAÇÃO É.. TUDO 

Uma pesquisa nas mãos do PMDB do Rio mostra que 23% dos fluminenses – grande parte deles da capital – ainda pensam que Sérgio Cabral é o governador.

EU, HEIN!

O Senado sedia exposição de fotos dos dois anos da Ascensão (leia-se morte) do Reverendo Sun Myung Moon, norte-coreano que deixou fiéis de sua seita pelo mundo e no Brasil, onde especula-se também ter deixado bilhões de reais em terras no Centro-Oeste.

VITALZINHO CAI-CAI 

Depois de puxarem seu tapete para nomeação no ministério da Integração, agora alguém quer derrubar, literalmente, o senador Vital do Rego (PMDB-PB). Mal sentou na sua cadeira ontem no plenário do Senado e ela quebrou, ele quase foi ao chão.

PARALEGAIS 

É comemoração do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em guerra com a OAB por causa do Exame e da carteirinha. A Câmara aprovou, em fase terminativa (sem ir a plenário), o projeto de lei 5.749/13, que cria a carreira dos Paralegais – os que não passam no Exame mas podem trabalhar como assistentes de colegas. Agora, o Senado.

O PESO DO PT 

Deve ser o peso do PT, que carrega nas costas há anos no Congresso. O senador Eduardo Suplicy foi visto ontem caminhando abatido e muito curvado, com indícios de escoliose, na quadra 309 Sul em Brasília. Suplicy disputa com José Serra e Gilberto Kassab a vaga para o Senado este ano. Pelo cenário, há grande chance de um destes dois pode lhe tirar o mandato.

FUGA EM MASSA 

a Médicos Sem Fronteira soltou comunicado de que não há segurança em Gaza nem para seus colaboradores. Israel está explodindo tudo o que vê pela frente.


PF tem 100 mil inquéritos abertos contra corrupção e tráfico no País
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Leandro Mazzini

adpf

Marcos Leôncio, presidente da ADPF

Os números são alarmantes, do tamanho dos problemas do Brasil: a Polícia Federal tem atualmente 100 mil inquéritos abertos, em todo o País, contra corrupção na administração pública, lavagem de dinheiro e crimes correlatos. “A maioria é de tráfico de drogas e  de crimes contra a administração pública”, revelou o presidente da Associação dos Delegados da Polícia Federal (ADPF), Marcos Leôncio, em entrevista exclusiva ao repórter Luciano Coelho, publicada hoje no Diário do Povo do Piauí.

O delegado afirma também que a Federal há alguns anos passou a priorizar o crime do colarinho branco e contra administração pública. “Hoje, os delegados têm como foco os desvios de recursos públicos, lavagem de dinheiro público, crimes financeiros e crimes cibernéticos (..) Entram licitação, convênios, repasses para as prefeituras..”.

Leôncio ainda revelou que há investigações em andamento no Piauí e em todos os outros Estados. Citou como exemplo recente a que desarticulou a quadrilha que deu um golpe na Caixa no crime da fraude de prêmio da Mega Sena.

O presidente da ADPF diz que, além das investigações em curso, há duas prioridades da PF em especial para este ano. No primeiro semestre, garantir a segurança para a Copa do Mundo, e no segundo, enquadrar eventuais crimes eleitorais.

Leia a íntegra da entrevista aqui.

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Avança projeto que prevê recompensa para quem denunciar corrupção
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Leandro Mazzini

Exatos dois anos depois de apresentado na Câmara pelo deputado Manato (PDT-ES), o deputado Policarpo (PT-DF) deu parecer favorável na Comissão de Trabalho ao projeto que dá recompensa de até R$ 60 mil a quem denunciar com provas casos de corrupção com verba pública.

Mas pode ser um tiro no pé: não prevê o caráter moral do denunciante. Ou seja, se algum traidor do bando entregar o esquema, além de ganhar imunidade judicial embolsa parte da grana que roubaria – ou roubou.

O Programa Federal de Recompensa e Combate à Corrupção prevê criação de um fundo para receber o dinheiro – o que já faz a AGU em ações a favor da União.

O projeto é terminativo (não vai a plenário) e precisa passar por mais duas comissões – Finanças & Tributação e CCJ. Mas dificilmente será aprovada, dizem parlamentares.

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2014 NA PORTA

O PSD perdeu dois deputados mas ganhou um ontem. Urzeni Rocha (RR) saiu do PSDB e assinou ficha de filiação. O partido de Kassab é a quarta bancada da Casa.

CRISE EVANGÉLICA

Queridinho dos conservadores e cristãos, o deputado pastor Marco Feliciano (PSC-SP) comprou uma briga com os próprios colegas admiradores. Causaram muito desconforto as declarações dele, de que a bancada evangélica era ‘covarde’, porque ele ‘apanha sozinho’ (da opinião pública), por suas posições ideológicas. Quando Feliciano ensaiou mais protestos de vítima, os deputados da bancada o lembraram que o pastor só se manteve na presidência da Comissão de Direitos Humanos porque eles o defenderam.

HUM..AÍ TEM

A Empresa Brasileira de Projetos (EBP), consórcio de vários bancos, está na mira da oposição no Congresso. Recebeu, sem licitação, R$ 40 milhões para o projeto de licitação de rodovias. Sem técnicos, subcontratou a estrangeira Louis Berger.

ALDO & SENADO

Aldo Rebelo, ministro dos Esportes, vai se desincompatibilizar do cargo até Fevereiro. O PCdoB pretende lançá-lo candidato ao Senado por São Paulo.

CÉU DESGUARNECIDO

Os pilotos da FAB estão preocupados com a aposentadoria dos Mirage na base de Anápolis (GO). Ele tem o dobro da autonomia de voo dos americanos F-5, que vão substituir os franceses. O raio de ação é curto e precisam de reabastecimento constante.

COISA DE COMADRE

O Chanceler Antonio Patriota vai hoje à Câmara em audiência prestar esclarecimentos sobre a posição do Itamaraty com a espionagem americana. Deputados acham que Patriota, amigo da ex-secretária de Estado Hillary Clinton, foi brando na nota oficial.

GARANHÃO..

Ao ouvir ontem, na Comissão de Direitos Humanos, sugestão de convite para o deputado homossexual Jean Wyllys debater problema da prostituição infantil, Bolsonaro (PP-RJ) soltou, gargalhando: ‘Deixa que trago, ele é apaixonado por mim’.

ENTREVISTAS IMAGINÁRIAS

Luiz Orlando Carneiro, 55 anos de Jornalismo e de JB, craque em Jazz e na cobertura do Judiciário, lançou para amigos o livro “Entrevistas Imaginárias” com grandes autores da literatura. Fez tanto sucesso que o editor o cobra a lançar nas livrarias. LuizOC é admirado no STF pelo talento e humildade. Nos 50 de jornalismo, foi surpreendido num ‘Parabéns pra você’ no comitê. Estavam lá todos os ministros.

FORA DOS TRILHOS

Além de SP e MG, a Siemens e a Alstom estão na mira de investigações de contratos também na Eletronorte, com Ademar Palocci, e Itaipu, com Jorge Samek.


Senado ‘esquece’ por sete anos projeto de punição para corrupção
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Leandro Mazzini

Um clima de constrangimento tomou o Senado. Dois projetos de senadores do PDT previam que corrupção passiva e ativa se tornassem crimes hediondos, mas só um deles avançou.

O presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), colocou em pauta e o plenário aprovou o PLS 204/2011, de autoria de Pedro Taques (MT), que tramitava na Comissão de Constituição e Justiça.

Ocorre que na mesma CCJ está parado o PLS 253, apresentado por Cristovam Buarque (DF) em 2006 – a proposta só tramitou na CCJ, e a passos lentos, por sete anos.

Resguardadas as peculiaridades dos textos, os dois projetos tratam do mesmo assunto, em suma: corrupção é crime hediondo. Coincidentemente, a relatoria do projeto de Cristovam está com o senador Pedro Taques desde Março, sem parecer.

Embora aliados, Taques e Cristovam Buarque ainda não haviam conversado sobre o assunto até ontem à noite. Taques, que ontem estava fora de Brasília, disse que não se lembrava do texto do projeto de Cristovam, sob sua relatoria na CCJ. E emendou: ‘Mas vou pesquisar’.

Procurado pela coluna, Cristovam não quis polêmica. ‘Tenho fortes laços com Taques’. Porém, entre os corpos técnicos legislativos houve um mal estar.

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CASSAÇÃO CERTA

O deputado Sérgio Zveiter (PSD-RJ) vai pedir a cassação do deputado Natan Donadon (PMDB-RO), que teve mandado de prisão expedido pelo STF por maracutaias quando era deputado estadual. Zveiter será o relator do caso na Comissão de Constituição e Justiça. Mas não será tão rápido. A CCJ terá cinco sessões para Donadon se defender.

FORÇA DO POVO

Da noite para o dia, os Três Poderes começaram a mostrar trabalho. A presidente trabalha por reforma política. O Congresso tira da gaveta projeto que torna corrupção crime hediondo. E até o STF ‘lembrou’ que tinha um deputado para ser preso, há meses.

QUEBRADEIRA

Em BH, bandidos-manifestantes depredaram 17 carros em concessionária Volks na Av. Antonio Carlos. Não sabiam, mas o dono é um deputado estadual. De bom currículo.

COTONETE POPULAR

Procurador de carreira, o senador Taques (PDT-MT) comemora o arquivamento da PEC 37. ‘Os deputados tiraram a cera do ouvido. Eles ouviram o cidadão’.

FORÇA DO POVO 2.0

O voto aberto, que passou pelo Senado, e se aprovado a tempo na Câmara, pode ser usado na eventual cassação do deputado Donadon (PMDB-RO) em plenário. ‘Com vontade política imediata, poderá, sim’, frisa o senador Álvaro Dias (PSDB-PR).

DONO DA FRASE

É do ex-ministro Mario Negromonte (Cidades) a análise, e não de José Pimentel: ‘É uma grande gestora. Precisa delegar mais aos ministros. Lula fez diferente. Era político e deixava seus ministros serem gestores’.

DESENCONTROS

‘A agenda da reforma política sempre foi pautada e nunca conseguimos realizar. A concorrência é dentro do próprio partido ou coligação. É por isso que não conseguimos fazê-la’, explica o senador Pimentel (PT-CE), líder do Governo no Congresso.

E O CORRUPTOR

O senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) apresentou emenda ao projeto do crime hediondo aprovado. ‘Aquele que patrocina a corrupção, que transforma o sujeito em corrupto é tanto corrupto quanto o outro’. Bem lembrado

LUPA

Um dado curioso nas pesquisas encomendadas em Brasília. Em todas, alternam-se na liderança os futuros candidatos. Mas não muda a rejeição ao governador Agnelo (PT).

PÉ NO CHÃO

Veterano, o senador Benedito de Lira (PP-AL) não crê em reforma política prometida. Sentencia com fato: ‘Durante muito tempo não se fez’. Com a palavra, o Congresso.

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VOLTAS DO MUNDO

Veja as voltas que o mundo dá: dia 11 de março de 1983 o jornal Zero Hora publicou a manchete: Governo veta Copa no Brasil. Foi decisão do presidente, general João Figueiredo, que contrariou pedido da CBF e da FIFA. Achava ser gasto desnecessário.

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PONTO FINAL 

Os protestos nas ruas estão tão desorganizados que faltam chamar a Vanusa para cantar o hino nacional.