Coluna Esplanada

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Para congressistas, economia só retoma crescimento em 2017
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Leandro Mazzini

Congressistas da base governista começaram a espalhar nos salões azul e verde das Casas um recado que a presidente Dilma recebeu da equipe econômica e que ecoa do Planalto para o Legislativo.

A melhor previsão de recuperação da economia passou para 2017. Com chances de o País respirar um pouco em março de 2016. Se tudo der certo e o Congresso ajudar no ajuste fiscal – o que não tem ocorrido.

Renan Calheiros, o presidente do Senado, por exemplo,  já avisou que vai segurar a oneração das alíquotas incidentes na folha de pagamento, o que renderia pelo menos R$ 10 bilhões ao Tesouro ainda este ano. Se passar, a previsão de reforço de caixa é para primeiro semestre de 2016.


‘As máquinas têm que se ajustar’, diz deputado sobre prefeituras em crise
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Leandro Mazzini

Nascimento lança a Frente da Gestão Pública

Nascimento lança a Frente da Gestão Pública

Quem revela é o deputado Gilberto Nascimento (PSC-SP): o governo de São Paulo, o maior arrecadador do Brasil, viu a receita de ICMS cair R$ 300 milhões em Janeiro, R$ 320 milhões em fevereiro – e assim ficou nesse patamar todos os meses.

Mas o mês de Junho acendeu o alerta no Palácio Bandeirantes: a perda de receita do Estado foi de R$ 660 milhões, cita o parlamentar. Apenas primeira semana de Julho registrou déficit de R$ 70 milhões. A situação de milhares de prefeituras pelo País também não é diferente, tanto na arrecadação de impostos municipais (ISS e IPTU) quanto na gestão.

Suplente da Mesa Diretora – preside as sessões na ausência de Eduardo Cunha na Câmara – Nascimento lança a frente da Gestão Pública e tem dialogado com secretários de Governos e colegas de plenário preocupados com a crise na economia.

“Hoje, as empresas do comércio e indústria colocam placas de ‘Não temos vagas’. Não é apenas para informar, é porque a demanda está muito alta, e querem mostrar para os desempregados que as vagas foram fechadas”, comenta o deputado.

A Frente da Gestão Pública – ele ressalta que é pequena, na Câmara, mas focada – pretende se reunir esporadicamente e trazer para Brasília os secretários de planejamento e gestão de prefeituras e Estados para discutir saídas para a crise.

Nascimento lembra que num círculo vicioso, as prefeituras se endividam e extrapolam o teto da Lei de Responsabilidade Fiscal – o que acaba bloqueando repasse de verbas federais. Assim os municípios não sobrevivem da baixa arrecadação de ISS e IPTU. Prefeitos fazem romarias a Brasília atrás de verbas, reclamam da baixa no repasse do Funfo de Participação dos Municípios (FPM), mas não conseguem zerar o caixa, endividados.

“As máquinas têm que se ajustar muito ainda”, finaliza o deputado.

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De Lula para o PT: Economia vira e cenário melhora no fim do ano
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Leandro Mazzini

O ex-presidente Lula mostrou-se animado e brincalhão em muitos momentos na conversa com a bancada do PT no Congresso Nacional, realizada na última segunda-feira (29). Ainda disse acreditar que a crise é passageira e a economia vai virar no fim deste ano.

Pediu aos petistas para ‘levantar a cabeça’, ‘olhar para a frente’ e ‘tomar rumo’. Não demonstrou abatimento, mas deu bronca em alguns presentes. Lembrou que o PT tinha bancada minúscula quando começou mas era aguerrida. E que hoje são 70 deputados e precisam defender mais o partido.

Para Lula, a ‘economia vai melhorar’, e Dilma só está em início do segundo mandato, então o PT deve ‘defender nosso Governo’.

Não citou especificamente a presidente. Nem citou o PMDB e os expoentes Eduardo Cunha, Renan Calheiros ou o vice Michel Temer, que tem segurado a barra para a Dilma na articulação.

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Novo Pacto: governadores querem autonomia e blindagem contra Ajuste
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Leandro Mazzini

Foto: Ag. Senado

Renan, com o deputado Forte, que discursou no encontro a pedido do presidente do Congresso: eles afinam a relatoria do pacote há semanas. Foto: Ag. Senado

A comissão especial criada para discutir – e fazer avançar, para valer – o novo pacto federativo da demanda dos Estados vai apensar à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 172 pelo menos 48 PECs e 49 Projetos de Lei, segundo levantamento apresentado ontem pela consultoria legislativa ao deputado-relator Danilo Forte (PMDB-CE).

É um contraponto preventivo ao Ajuste Fiscal. De autoria do líder do DEM, Mendonça Filho (PE), engavetada há três anos e com relatório aprovado semana passada na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, a PEC 172 blinda os Estados de eventuais encargos ou serviços adicionais repassados por força de lei ou medida imposta pela União.

No encontro desta quarta-feira em Brasília, os 21 governadores – mais representantes de seis faltosos – apresentaram suas demandas, em especial reclamaram autonomia para legislar sobre segurança pública e liberdade para maior capacidade de endividamento sem depender do aval do Tesouro.

Fato é que os governadores estão com os cofres vazios, e eles atenderam de pronto o convite do presidente do Senado, Renan Calheiros, para o debate sobre pacto federativo realizado ontem.

Renan e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, se reúnem hoje para tratar a celeridade do pacote – um mês para cada Casa. A comissão especial terá os deputados Danilo Forte e André Moura, e os senadores José Serra e Romero Jucá.

‘Vamos consolidar subtemas à PEC 172 para garantir nova relação política’, diz Forte.

RENAN x DILMA

Mais que o novo pacto federativo que parece tomar corpo agora, a ação é uma atitude pessoal de Renan Calheiros para dar maior protagonismo à sua presença no cenário nacional e ao Senado, em razão de a Câmara conseguir este papel na gestão Cunha. Além disso, é resposta e provocação de Renan à presidente Dilma, com quem não tem mais relação política, para mostrar ao Planalto que o Congresso tem sua agenda independente e positiva, a despeito do Ajuste Fiscal promovido.

A situação entre Renan e Dilma é tão ruim que o presidente do Congresso fez operação de bunker para convidar os governadores a fim de evitar eventual operação do Planalto para esvaziar seu evento. Ligou pessoalmente para cada um dos governadores. Pela presença da maioria, deu certo por ora.


Aviões de chineses e brasileiros lotam pátio do aeroporto de Brasília
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Leandro Mazzini

Uma prova de como os chineses desembarcaram com apetite em Brasília. Além do gigante Boeing 747-81, que trouxe o primeiro-ministro Li Keqiang e a comitiva do Governo da República Popular da China, além de empresários, mais quatro jatinhos com autonomia para voos intercontinentais estão ‘hangarados’ nos pátios do Aeroporto JK: três Gulfstream e um Challenger, que trouxeram os empresários bilionários dispostos a investir no Brasil.

Nas companhias de táxi aéreo há aviões também dos empresários brasileiros, que desembarcaram em Brasília com o objetivo de negociar com os chineses.

Fora o oba-oba que o Governo passa para a mídia sobre a visita da comissão chinesa e os prometidos US$ 53 bilhões de investimentos, o que os chineses dizem à meia boca é bem diferente: para a turma oriental, o Brasil está em liquidação e a hora de comprar barato é esta!


Presidente da CNI prevê onda de demissões se crise persistir
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Leandro Mazzini

Andrade: eufemismo para evitar encrenca com a aliada presidente Dilma. Foto: EBC

Andrade: eufemismo para evitar encrenca com a aliada presidente Dilma. Foto: EBC

O presidente da Confederação Nacional das Indústrias, Robson Braga Andrade, usa um eufemismo para avisar que o setor vai demitir em massa se a crise continuar: “Existe a possibilidade de um ajuste no nível de emprego”, disse nesta terça-feira (28) em visita ao Senado.

Robson Andrade empurra discretamente a solução para o ministro Joaquim Levy: “Agora.., nós temos que ter política de desenvolvimento”, e frisou que confia no titular da Fazenda.

Na visão do presidente da CNI, não só o “1º de maio não vai ser dos mais fáceis, como o ano também não será”. E emenda: “Nunca vi um ano como esse”.

Com Maurício Nogueira


Economia retraiu muito, revela pesquisa CNC com empresários
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Leandro Mazzini

Foto: UOL Economia

Foto: UOL Economia

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revela amanhã um panorama desanimador no setor, já sentido no bolso de empresários e comerciários – e em especial do consumidor.

A economia piorou na avaliação de 86,3% dos entrevistados na apuração do Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), medido pela CNC.

De acordo com a entidade, desde agosto do ano passado esse é o item que registra as maiores taxas de deterioração nos comparativos anuais.

Em março, o componente que mede a satisfação dos empresários chegou a 61,4 pontos – uma retração de 9,4% em relação ao mês anterior e de significativos 33,6% ante o mesmo período de 2014.


Levy, para bancadas: ‘Devemos agir com firmeza e urgência’
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Leandro Mazzini

Foto: UOL Economia

Foto: UOL Economia

Nos jantares nos quais tem participado nos últimos dias – com PMDB, PSD e PP – o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, tem repetido a frase para convencê-los da importância do pacote fiscal da presidente Dilma: ‘Devemos agir com firmeza e urgência’.

Na casa do líder do PSD na Câmara, deputado Rogério Rosso (DF), na terça-feira, o ministro da Fazenda deu recado grave: ‘Há risco de downgrade’ na nota do País para investidores, se nada for feito agora.

À ocasião do jantar, sete ministros participaram, entre eles os três da área econômica: Além de Levy, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, e o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa.

Para Levy, um terço do efeito do pacote recairá sobre os cidadãos, e dois terços sobre o governo – cortes nos custeio e contingenciamento no Orçamento.

Participaram também da reunião com o PSD Gilberto Kassab (Cidades) – presidente do PSD – Pepe Vargas (Relações Institucionais) e Afif Domingos (Pequena Empresa). O chefe da Casa Civil e economista, Aloizio Mercadante, também fez suas explanações e convenceu a bancada a fechar com o governo nas votações das MPs.

É A VIDA

Levy, firme no seu plano de ‘maldades’ para a população, com carta branca da chefe, tornou-se o ‘Meu Malvado Favorito’ da presidente Dilma, brincam no Congresso os parlamentares.

 

 


Dilma entrega cabeça de Mantega ao mercado. Mercadante procura substituto
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Leandro Mazzini

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Mantega com Mercadante, em evento: todos procuram um rumo para Dilma. Foto de arquivo: ABr

As declarações da presidente Dilma Rousseff nesta quarta em Belo Horizonte, de que vai mudar a equipe econômica se vencer a eleição, confirmam o publicado pela Coluna no último dia 28: o ministro da Fazenda, Guido Mantega, foi rifado pela chefe.

Dilma entregou sua cabeça ao mercado e já procura substituto. As declarações, antes nos bastidores para os próximos no Planalto, vieram à tona diante do avanço de Marina Silva (PSB) nas pesquisas e para acalmar os financiadores de campanha.

O artífice da substituição é o chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante. À Coluna, Mercadante deu o sinal, na segunda-feira, durante o debate dos presidenciáveis no SBT: ‘Primeiro vamos ganhar a eleição e depois sentamos para conversar’, em referência ao futuro do colega.

Ao contrário do que alguns especulam, Mercadante, economista conceituado na praça e no PT, não quer a vaga de Mantega. Ele sonha com a candidatura presidencial em 2018.

Convencida por Mercadante e ‘Lulistas’, Dilma mandou o chefe da Casa Civil avisar aos financiadores de campanha de que vai trocar o ministro. Mercadante já procura nome de consenso no mercado.

No último dia 28, a Coluna citou a saída de Mantega do governo, mas a presidente Dilma quer esperar para 2015. Isso porque Dilma e equipe acreditam, por ora, na vitória na eleição.

A comprovada recessão técnica, baixo crescimento do PIB e políticas paliativas como a desoneração tributária de alguns setores em detrimento de outros deixaram o empresariado muito insatisfeito com o governo e motivaram a decisão da presidente.

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Crítico do PT, Santander sofreu devassa por fraude na Espanha
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Leandro Mazzini

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Botín, considerado o mais poderoso empresário espanhol – aproximação com Dilma melada por incidente. Foto: abc.es

Ao passo que ataca o governo brasileiro sobre um futuro incerto na economia, o banco Santander tem no currículo ações que o entregam como um risco aos seus próprios clientes e à economia do seu país sede, a Espanha.

Em passagem pelo Brasil, o presidente do Santander, o espanhol Emílio Botín, diz que a nota contra o governo – sobre o risco de reeleição da presidente Dilma – foi divulgada por analista, segundo ele sem o endosso do banco.

Mas tem um telhado de vidro. Botín e sua família sofreram devassa na Justiça da Espanha em 2011 e 2012 por supostas violações tributárias e ocultação de bens e lucros ( aqui ). Agora, Botín e o banco correm risco de virarem alvo da Receita Federal, em retaliação do governo, para verificação se o mesmo não acontece aqui.

Em evento recente, o ex-presidente Lula mandou o recado: o Brasil é o País que mais dá luco ao Santander.

TOMA QUE É SEU

O Santander adora uma confusão com correntistas. Em 1994, enviou a milhares deles na Espanha cartões de créditos, sem que os clientes pedissem, e posteriormente debitou taxas, relata o site fomentodigital – o portal também publica que Botín e diretores sentaram no banco dos réus por suspeita de crimes financeiros.

Procurada ontem, a assessoria do Santander não se pronunciou oficialmente, mas informou que a Justiça espanhola arquivou os casos em 2012 por prescrição dos crimes. Site espanhol aponta perdão do rei..

MISTÉRIO..

Insatisfeita com a resposta ‘protocolar’ do Santander, Dilma disse em entrevista que conversaria com o CEO do banco, indicando que haverá retaliação. Qual? Um mistério. O incidente acontece justo no momento em que o empresário espanhol tenta se aproximar da presidente Dilma.

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A INTELIGÊNCIA

Com a reformulação do CIE – Centro de Informações do Exército, o núcleo de inteligência da Força – como revelado ontem pela Coluna – antigos oficiais do serviço secreto e de operações especiais, hoje na reserva, foram convocados para treinar os novos quadros do Centro, em Brasília. O Exército vai monitorar de perto movimentos sociais.

aliedo

Charge de ALIEDO – http://aliedo.blogspot.com

.. DA CASERNA

O Exército pretende mapear cidades de risco e conhecer quem é quem nos grupos de Black blocs, sem-teto e sem-terra que provocam atos de vandalismo nas ruas e campos. Há temor de que esses movimentos promovam convulsão social em 2015 em eventual derrota do PT para a Presidência. As Forças Armadas querem estar preparadas.

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‘GUERRA SANTA’

A página oficial da presidente Dilma na internet contra-atacou a Comunidade católica Shalom de Fortaleza, indicando que o grupo é ligado ao ex-senador tucano Tasso Jerreisati. A co-fundadora da Shalom disse que quem votasse no PT seria ‘automaticamente excomungado’.

TODOS À MESA

Apesar do recesso, poderosos mandatários fãs do jogo passarão de amanhã a 4 de agosto. A capital sediará um dos maiores eventos de poker do mundo, no Centro de Eventos Brasil 21. É a 4° etapa do Brazilian Series of Poker (BSOP).

RANKING DAS REDES

Parece que o ex-governador José Roberto Arruda (PR), candidato ao Buriti, não esta tão em alta assim. Sua página no Facebook tem pouco mais que 400 curtidas, ao contrário dos seus adversários. Rollemberg (PSB) surge com 39 mil curtidas, e o governador Agnelo (PT) tem 14,4 mil, em números de ontem à noite.

BRASIIILLL

O TRE-RJ condenou o mesário Washington Nascimento Brito a dois anos de prisão e dez dias-multa por crime eleitoral (R$138) – punição convertida em serviços comunitários. Ele fugiu da seção com cinco vales-refeições de mesários (R$ 75!). Tão absurdo quanto o crime é o tempo que o tribunal demorou para condená-lo. O crime ocorreu na eleição de 2008.

PONTO FINAL 

O governo e a economia cambaleiam, mas banqueiros espanhóis são perigos soltos por aí.