Coluna Esplanada

Arquivo : indicados

‘Ficha Limpa’ da Casa Civil barra indicados para agências e estatais
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Leandro Mazzini

Todos os nomes indicados para ocupar postos nas agências reguladoras e cargos de segundo e terceiro escalão passam por um crivo minucioso da equipe do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.

Muitos deles – quase metade dos indicados – já foram limados da primeira lista por antecedentes de “suspeitas de desvios de condutas em atividades pregressas”. Os relatórios são embasados pelo pente-fino dos experientes militares e civis do Gabinete de Segurança Institucional e da Agência Brasileira de Inteligência.

O governo Michel Temer está com sérias dificuldades de ocupar cargos de confiança com indicados de políticos aliados.

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Indicados da Câmara para estatais caem no pente-fino da Abin
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Leandro Mazzini

Todos, todos os mais de 900 indicados para cargos do segundo e terceiro escalões do Governo Michel Temer são apadrinhados por deputados. Daí a demora para a nomeação das vagas e o motivo pelo qual o presidente da República pediu mais tempo aos aliados.

É que a ficha é corrida para a turma. Os currículos estão com o Gabinete de Segurança Institucional e a Abin – Agência Brasileira de Inteligência.

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Para virar o jogo, Dilma entrega dois ministérios a Eduardo Cunha
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Leandro Mazzini

Foto de arquivo

Foto de arquivo

O script foi redigido pela presidente Dilma, o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), e o presidente da Casa, Eduardo Cunha – que a visitou há dias.

Para tentar barrar o processo de impeachment, Dilma chamou Picciani para ser a ponte para negociar com o presidente da Câmara.

Ela ofereceu o ministério da Saúde e um de infraestrutura – que pode ser a fusão de Portos com Aeroportos. Cunha topou.

Os dois lados lançaram suas moedas: Dilma aguarda agora a indicação oficial de deputados da cota de Cunha. Em troca, pediu para manter os vetos aos aumentos de salários dos servidores do Judiciário e a outras pautas que podem desajustar ainda mais as contas do Governo. Espera, obviamente, que com isso os votos do PMDB na Câmara barrem o eventual processo de impeachment, que a oposição forja nos bastidores.

Aos holofotes, os peemedebistas não entregam o jogo jogado. Cunha deve se mostra alheio à situação, mas sob o comando veladamente. Vai manter a posição de “opositor” embora, assim que confirmados os ministérios, trabalhará gradativamente pela neutralidade na bancada.

Ontem à tarde, em conversa com jornalistas, o líder Picciani adiantou a proposta da presidente: “Ela pediu dois deputados (para a Saúde). Temos médicos no partido”. Circula no salão Verde a ironia que o indicado, pelo cenário, pode ser o psiquiatra Marcelo Castro (PMDB-PI).

Diante dos nomes decididos pela bancada no início da noite, vê-se claramente as digitais de Eduardo Cunha nas indicações para as duas pastas. Todos eles ligados ao presidente da Câmara.

Para a saúde, Marcelo Castro (PI), Manoel Junior (PB) e o ex-ministro da pasta Saraiva Felipe (MG). Manoel Junior é o favorito e predileto de Cunha. Esteve com o presidente no gabinete enquanto acontecia a sessão do Congresso Nacional comandada por Renan Calheiros. Saiu muito cumprimentado pelos pares da sala de Cunha. Manoel é próximo de Beto Mansur (PMDB-SP) – ambos tocaram juntos a emenda do famigerado “ParlaShopping”, novo anexo de gabinete e galeria de lojas que será construído com Parceria Público-Privada.

Os nomes cogitados para a pasta de infraestrutura são Leonardo Quintão (MG), Celso Pansera (RJ) e José Priante (PA), este primo do senador Jader Barbalho. Todos próximos de Cunha, mas também de Picciani, que poderá ter influência na futura gestão. O mais cotado é Pansera. Natural do Rio de Janeiro, terra de Picciani e Cunha, foi ele o acusado de intimidação pelo doleiro Alberto Yousseff, em depoimento na CPI da Petrobras.

CASO HENRIQUE ALVES

Eduardo Cunha determinou à bancada que proteja no cargo o ministro do Turismo, Henrique Alves (PMDB). Foi um afago ao padrinho de Henrique, o vice Michel Temer.

O PMDB deve ficar com cinco pastas – Saúde, Infraestrutura (nome a definir com a fusão), Minas e Energia (fica com Eduardo Braga), Agricultura (continua com Kátia Abreu) e Turismo. Neste cenário a presidente mantém a equidade nas bancadas do PMDB, como seu plano: duas pastas para a Câmara, duas para o Senado, e uma da cota do vice Michel Temer.

Os deputados pediam a cabeça de Henrique Alves, o ex-presidente da Casa, no cargo pela cota do vice Temer. Mas Cunha deve segurá-lo.

A situação ainda é indefinida no Turismo. A presidente Dilma estuda fundir o ministério com o Esporte, mantendo sob comando do ministro George Hilton. Desta forma, ela evita crise e desconfiança internacional mantendo o ministro a menos de um ano dos Jogos, e principalmente mantém o PRB na base.

O RISCO PT

A presidente Dilma decidiu ceder o Ministério da Saúde ao PMDB após uma conversa pessoal com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A Saúde é feudo do PT paulista desde o início da gestão do partido no Planalto. Qualquer passo mal dado na área poderia irritar o partido e ela perderia de vez o apoio da própria legenda.

Não há informações confirmadas de como ela poderá contemplar o grupo que sairá da Saúde para dar a vaga ao PMDB. O ministério é o mais visado da Esplanada pela importância e pelas verbas bilionárias no Orçamento.

Esta coluna foi fechada às 19h10 de ontem e distribuída para os 30 jornais da rede Esplanada, e publicada simultaneamente com o portal UOL.


Abin barra nomes de indicados para ministérios
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Leandro Mazzini

A despeito das reclamações da base governista sobre as indicações travadas para cargos nos ministérios, os políticos também não ajudam.

A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) tem barrado seguidos nomes sugeridos pelos deputados e senadores – prova de que bons sujeitos não devem ser na praça.

A revelação foi feita pelo ministro chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, a seleto grupo de líderes que o visitou na última quarta-feira.

Mercadante indicou outros dois fatores sobre o bloqueio das demandas: a prioridade para os cargos é de perfil técnico; e os próprios ministros barram indicações. O ministro instigou os políticos a cobrarem ministros de seus partidos as nomeações. Um líder ficou pasmo: ‘Se o chefe da Casa Civil não tem esse poder, nós teremos?’

O perfil técnico foi imposição da presidente Dilma desde a ‘faxina’ realizada por ela nos ministérios em 2011 assim que assumiu. Por isso a base reclama não ter ingerência.

No atual cenário, a maioria dos ministros é da cota pessoal de Dilma, e não dos partidos. Daí ela repetir para os próximos que ‘a crise’ é uma invenção do Congresso Nacional.

 


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