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Novo Barão de Itaguaí desfilava de Ferrari e helicóptero
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Leandro Mazzini

ferrari

A Ferrari apreendida estava em nome de um frentista. Foto extraída do jornalatual.com.br

O português João Paulo Bezerra de Seixas viveu no Rio de Janeiro no início do século 19. Primeiro-ministro de Portugal, chegou ao Brasil com a família real, foi comandante da Marinha e teve vida confortável – tornou-se o primeiro Barão de Itaguaí, mas pelos últimos acontecimentos noticiados, quase 200 anos depois, não o único.

A pequena cidade do interior do Rio tem um novo Barão. Trata-se do prefeito Luciano Mota (PSDB), na mira da Polícia Federal. As investigações apontam que ele comanda um esquema de desvio de até R$ 30 milhões por mês de recursos públicos – ou 33% do orçamento mensal.

No país da piada pronta, a Justiça ainda tem dúvidas se determina ou não a prisão do prefeito de Itaguaí. Por muito, muito menos, a reforma de um jardim da sua mansão foi o estopim para derrubar o então presidente da República Fernando Collor de Mello no início da década de 90, quando o agora prefeito era um garotinho.

Até o flagrante, ninguém em Itaguaí desconfiara do frentista do posto de gasolina que tinha em seu nome uma Ferrari amarela (R$ 1,5 milhão). A situação começou a ficar estranha na cidade com o ronco das turbinas de um helicóptero (R$ 5 milhões), uma TV de 89 polegadas (R$ 99 mil) em casa – e a própria mansão do alcaide. Além de uma lista que não cabe aqui.

tv

NOVELA DA VIDA REAL

Este é flagrante da apreensão da TV de 89 polegadas na casa do prefeito de Itaguaí. Mas há uma cena curiosa nela. Seria pelo tamanho da TV? Seria pela cena curiosa dos dois policiais com as cabeças ‘enfiadas’ na tela? Não.

Esta TV tem uma imagem oculta. É a cena mais desoladora da situação, uma novela da vida real, um drama familiar. Reparem de novo, observem atentamente. Vejam a tela a fundo, forcem a vista.

Verão nela um adulto (pela silhueta seria o próprio prefeito), no canto esquerdo, e três crianças (duas sentadas e outra em pé, à direita), que assistiam TV pela manhã quando a PF chegou. E no centro, os pontos de luz da máquina do agente que registra o momento.


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