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Operação da PF pode resvalar em perdão de dívida bilionária em Goiás
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Leandro Mazzini

Foto: ABr

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A Operação da Polícia Federal em cima de empresas do grupo J&F, que controla a Friboi, pode trazer à tona um episódio mal explicado em Goiás.

No Natal de 2014, o governador Marconi Perillo (PSDB) editou lei de renegociação de dívidas de ICMS (18.709/14). A regra vigorou por apenas três dias úteis, entre o Natal e o Réveillon: as devedoras teriam isenção de 100% de juros, multa e correção da dívida em aberto. ( Lembre aqui )

Foi tempo suficiente para a Friboi renegociou a sua – pagou R$ 170 milhões à vista, renegociou R$ 150 milhões em parcelas de R$ 2,9 milhões e obteve perdão de mais de R$ 1 bilhão em dívidas de anos de calote.

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O boi de R$ 1 bilhão agita o curral eleitoral de Goiás
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Leandro Mazzini

Charge de ALIEDO - http://aliedo.blogspot.com

Charge de ALIEDO – http://aliedo.blogspot.com

Tem boi na linha. Literalmente, e bilionário.

Os currais nunca foram mais os mesmos no Brasil desde que ascendeu ao cenário nacional e internacional a Friboi, marca da JF Holding, da família Batista. Por mérito de décadas de atuação no mercado, pioneiros no setor, e ajudados de anos para cá pelo BNDES, a empresa tornou-se a maior produtora de proteína do mundo – e na esteira desse extenso pasto de negócios, os desafios e problemas também vieram a galope.

O ano de 2015 nasceria coroado para a holding não fosse a lupa atenta dos procuradores do Ministério Público de Goiás. O grupo empresarial entra na mira por causa de uma lei estadual vista com desconfiança pelo mercado e pela promotoria.

Durante anos, a Friboi sonegou ICMS no nascedouro, na terra natal, o Estado de Goiás. A dívida tornou-se tão grande quanto o volume negociado mensalmente pela empresa. Chegou a R$ 1,3 bilhão até fim do ano passado, com juros, multa e correção.

No apagar das luzes de 2014, o governo de Goiás editou uma lei de renegociação de dívidas para empresas, a nº 18.709/14. Pela regra, que vigorou por três dias úteis, as devedoras de ICMS teriam isenção de 100% de juros, multa e correção monetária da dívida em aberto. E, bingo!, acertou quem apostou na brecha para a Friboi renegociar a sua – pagou R$ 170 milhões à vista aos cofres do governo Marconi Perillo, e renegociou R$ 150 milhões em parcelas mensais de R$ 2,9 milhões.

De acordo com o governo e a Friboi, a lei é reeditada todo fim de ano para facilitar renegociações de várias empresas, e para reforçar o caixa do Estado. Evidentemente, um bom acordo.

Festa no matadouro, mas.. uma investigação quer salgar a carne desse churrasco; Ou seja, é histórico e inédito no País (ainda investiga o MP se há casos similares) o perdão de dívidas em R$ 1 bilhão.

Provocado pelo PSOL e com apoio do senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), o MP agora quer apurar se houve crime de responsabilidade do governo Perillo, quantas e quais foram as empresas de Goiás beneficiadas com a lei de três dias – vigorou de 22 a 29 de dezembro (excetuando-se o Natal e pontos facultativos). E se a ‘operação’ não foi lesiva aos cofres públicos.

Durante a campanha eleitoral do ano passado, o herdeiro do grupo, Junior ‘Friboi’, filiado ao PMDB sob as bênçãos do vice-presidente Michel Temer, abdicou da candidatura governo de Goiás. Deixou de concorrer contra Marconi. O candidato do PMDB foi o ex-governador Iris Resende.

CADÊ A MARCHA?

A Organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) alerta, e líderes mundiais continuam a fechar os olhos para o problema.

Com numerosas baixas civis – inclusive entre os médicos e enfermeiros – a MSF deixou o Sudão do Sul diante da interminável guerra entre etnias e milícias.

Agora, a MSF revela que bombardeios a civis em hospitais de campanha da Ucrânia – não se sabe se das forças russas ou locais – matam e isolam os locais de socorro. Os ataques também inibiram a chegada aos hospitais de medicamentos e suprimentos.

‘No dia 14 de janeiro, um hospício para pessoas com deficiência mental em Slavyanoserbsk, na região de Luhansk, que MSF tem apoiado com medicamentos e materiais de higiene, foi severamente danificado quando a cidade foi submetida a um forte bombardeio. A equipe de MSF conseguiu chegar ao principal hospital da cidade no dia 19 de janeiro para entregar suprimentos suficientes para tratar até 50 pacientes feridos. O hospital ficou sem eletricidade por dois dias devido ao bombardeio e a equipe de MSF viu, pelo menos, dez casas destruídas recentemente no centro da cidade de Slavyanoserbsk’, informa a MSF em nota.

Vale lembrar que a atuação da facção terrorista Estado Islâmico era algo distante do mundo ocidental até que a redação de uma revista foi atacada em Paris.

Não há notícias até o momento de que líderes mundiais se sensibilizaram com as vítimas de Slavyanoserbsk, tampouco de alguma marcha midiática por alguma cidade da Ucrânia.


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