Coluna Esplanada

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Caso Feliciano: Patrícia tratou com Bauer ida para SP
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Leandro Mazzini

Atualização segunda, 22/8, 7h – Anteriormente foi informado pelo advogado de Patrícia que, segundo a garota, R$ 50 mil estavam programados para crédito na conta pessoal dela.  O que não foi confirmado posteriormente pelo gerente e pelo banco. Eis a resposta do advogado: “A Patrícia disse que em consulta foi informada, pelo sistema do Banco , de que teria um depósito programado de R$50 mil pra segunda feira . Orientei que bloqueasse sua conta , e ela me informou que o fez, inclusive pelo sistema do banco , recebeu protocolo via telefone , porém na segunda-feira fomos ao banco e o gerente comprovou que nada existia me afirmando , ainda com muita segurança de que se existisse qualquer programação teria como se constatar; fez um rastreamento na conta , desde janeiro de 2016, e não encontrou nada”.

> Homem tenta invadir casa da jovem em Brasília, PM foi acionada e não apareceu

> Polícia do Rio já procura intermediário, que recebeu R$ 50 mil; mas carioca some do radar 

> 20 mil apreendidos pela polícia de SP teriam saído em carro de Orlândia, cidade de Feliciano

* * *

> Em programa de Roberto Cabrini deste domingo, no SBT, Feliciano mostra vídeo em que entra no Ministério do Trabalho no dia do suposto crime. Mas agenda oficial do ministro não tem reunião com deputado

> Patrícia volta a afirmar que esteve com Feliciano pela manhã do dia 15 de junho, entre 9h30 e 11h, no apartamento funcional

 

Novos capítulos do escândalo que envolve Patrícia Lélis e o deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) complicam mais os dois – também o chefe de gabinete dele, Talma Bauer, e um suposto intermediário de um pagamento no Rio de Janeiro, identificado pela Polícia de São Paulo até agora como Arthur Mangabeira.

Como notório, Patrícia acusa o parlamentar de tentativa de estupro, assédio sexual e agressão dentro do apartamento funcional, no dia 15 de junho. Ele divulgou vídeo em que nega as acusações e as chama de fantasiosas.

Neste fim de semana, mais duas surpresas. Durante a madrugada de sábado, um homem não identificado tentou invadir a casa de Patrícia, em Brasília, pelo telhado. Ela, a mãe e o pai perceberam a movimentação e chamaram a Polícia Militar do DF, que, segundo a família, não apareceu.

E Patrícia avisou sobre um misterioso crédito de exatos R$ 50 mil, registrado no extrato para entrar na conta pessoal de Patrícia nesta segunda-feira (15), o que aumentou a tensão – depois constatou-se que foi um engano, segundo a garota e seu advogado. O advogado da jovem, José Carlos Carvalho, pediu o bloqueio da conta ao banco para evitar o depósito.

TRATO DIRETO

Em novas revelações, cujos materiais já estão com o 3º Distrito Policial de SP (Campos Elísios), em perícia, os prints de conversas atribuídas a Emerson Biazon e Patrícia comprovam que foi ela quem tomou a iniciativa de viajar para SP para resolver sua vida financeira, envolvendo a denúncia.

De acordo com os prints, Patrícia fala com Emerson. Ele diz que já tinha viagem marcada para Brasília, para reuniões de trabalho, e que conheceu Patrícia por intermédio de um amigo, Marcelo Machado.

Daqui, Emerson e Patrícia viajaram para SP no dia 30 de julho. Lá, ela começou a tratar tudo com Bauer, o chefe de gabinete de Feliciano, e Emerson foi testemunha – ele filmou escondido várias situações.

Na conversa pelo whatsapp, Patrícia pede ainda dinheiro antecipado para seus gastos pessoais, e que Bauer pague o seu bilhete aéreo ( ela voou Avianca JK-Congonhas no sábado dia 30/7 ), e pague o hotel por pelo menos uma semana – a Polícia já sabe que quem pagou a hospedagem no hotel San Raphael foi a filha de Bauer.

Print das conversas atribuídas a Emerson ( cx de texto verde ) e Patrícia, já em perícia, entregues por ele

Print das conversas atribuídas a Emerson ( cx de texto verde ) e Patrícia, já em perícia, entregues por ele

De acordo com as investigações da Polícia, com esse adiantamento dado por Bauer, Patrícia teria gastado R$ 700 com uma maquiagem, antes de fazer um dos vídeos a favor de Feliciano, e também passeado por shoppings com o então namorado de Santos, que viajou para SP e ficou com ela hospedado no hotel. Esses R$ 2 mil, segundo a investigação, foram dados por Bauer, após sacar R$ 1 mil numa agência do Banco do Brasil próximo ao hotel, e complementar o restante em dinheiro.

Desde então, o grupo – Patrícia, o namorado, Bauer, Emerson e o empresário dela, Marcelo Machado ( que chegou a fechar contrato para ela palestrar em eventos gospel ) passou a circular pela cidade. Patrícia, de acordo com a Polícia, não tinha planos de voltar a Brasília, e queria seguir a vida em SP como profissional após receber o pagamento por seu silêncio.

O advogado dela, José Carlos Carvalho, reforça que a todo momento ela foi coagida por Bauer. Num dos prints deste mesmo dia de diálogos com Emerson, à noite, após ela registrar B.O., Patrícia cita para Emerson que vai contar à Polícia que estava sequestrada, e ele corta relações com ela.

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FELICIANO FALA AO SBT, MAS HÁ CONTRADIÇÃO

No programa Conexão Repórter do SBT da noite deste domingo, 14 ( meia-noite), o deputado Feliciano fala com exclusividade a Roberto Cabrini. Na ‘chamada’ na TV para o programa divulgada pelos telejornais, o político volta a repetir que tudo é fantasia da garota, e como prova de que não houve encontro no apartamento funcional no dia citado, exibe vídeo em que entra ao lado de Bauer na portaria do Ministério do Trabalho, em Brasília, para reunião com o ministro Ronaldo Nogueira. Diz que chegou às 8h45 e ficou até 9h esperando o ministro.

Mas há uma contradição nesta versão. Segundo apurou a Coluna hoje (14/8), não há registro na agenda oficial do ministro de encontro com Feliciano no dia 15 de junho pela manhã ( confira imagem ) . E as reuniões do ministro só se iniciaram às 11h – durante o dia, Nogueira recebeu parlamentares, e o nome de Feliciano não aparece na lista. ( Veja aqui a agenda completa ) . Atualizada domingo, 14, 13h03 – A assessoria de Nogueira avisou que Feliciano esteve com o ministro extra-agenda, e não há como provar.

A contradição entra como mais um mistério nessa novela. Até que a perícia da Polícia Federal, que deve entrar no caso, comprove quem fala a verdade, periciando vídeos dos envolvidos, fica a versão de Feliciano contra Patrícia, e vice-versa.

 

 

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Em contato com a Coluna hoje, Patrícia voltou a garantir que esteve com Feliciano na manhã do suposto crime, de 9h ou 9h30 às 11h, no apartamento funcional na Quadra 302 Norte, bloco H.

Esta é a segunda contradição de Feliciano, que só se pronunciou sobre a acusação da garota após quatro dias de obsequioso silêncio. No vídeo em que gravou ao lado da mulher, ele disse que não sabia dos passos de Bauer – que teria feito toda a negociação à sua revelia – mas a versão cai no vídeo que a Coluna divulgou, no qual Bauer passa o celular para Patrícia falar com ‘Marco’. Ela titubeia, ri, mas atende “Oi, Feliciano..”.

Foi pouco antes de ela gravar um dos vídeos em que passou a defender o parlamentar.

 

O MISTERIOSO ARTHUR E OS R$ 50 MIL

As Polícias de SP e do Rio de Janeiro já procuram o misterioso Arthur Mangabeira, citado por Patrícia no B.O. no 3º DP, que teria recebido R$ 50 mil para ‘resolver a situação dela junto ao partido’, mas sumiu do radar.

Há informações de bastidores, ainda em investigação, de que o dinheiro saiu de Orlândia, terra natal de Feliciano, dentro de um carro, e teria sido entregue pelo próprio Bauer a Arthur num local do Rio. Arthur teria se apresentado como um ‘procurador’ de Patrícia por seu silêncio.

Em vídeo revelado pela Coluna na íntegra, sobre a negociação de Patrícia com Bauer em SP, ela descobre que Arthur só lhe prometera R$ 10 mil e fica irritada, pede ao chefe de gabinete, um policial aposentado, que tome providências contra o rapaz.

Neste sábado, o advogado de Patrícia foi procurado pela cliente às pressas. Ela revelou que há um crédito de R$ 50 mil programado para entrar em sua conta nesta segunda. O advogado pediu ao banco o bloqueio da conta. Há uma suspeita de que seja o dinheiro que Bauer teria pagado a Arthur no Rio.

 

MISTÉRIOS CONTINUAM NA GUERRA DE VERSÕES

O script até agora revelado, com as várias verões, reviravoltas, investigações e personagens dos mais caricatos mostra uma certeza, de que ninguém é santo nessa novela da vida real.

Caberá à Polícia de SP, à Delegacia da Mulher de Brasília ( onde Patrícia fez B.O. contra Feliciano ) à Procuradoria Geral da República e ao STF, via PF, investigar tudo e a todos.

Alguns fios soltos dessa história até agora intrigam, e deixam as perguntas:

Por que Feliciano pagaria tão alto pelo silêncio da mulher que o acusa, se não há nada a temer?

O que houve realmente dentro do apartamento funcional no suposto estupro?

Quem é a mulher que tocou a campainha ao ouvir os gritos e teria salvado Patrícia ( leia aqui a primeira denúncia ) ?

Onde está Arthur Mangabeira e qual o seu real papel no imbróglio?

 

 


House of Feliciano & Lélisgate – Os prints, áudio e vídeos do caso
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Leandro Mazzini

> A sanha de Patrícia, o silêncio do deputado, a suposta relação amorosa entre eles que a cada dia fica mais evidente, a negociação financeira que complica ambos, os personagens caricatos e episódios da trama apontam que não há inocente nessa novela da vida real

> Da mesma forma que publicou a denúncia, Coluna antecipou as evidências negociações de Patrícia por seu silêncio

> Feliciano caiu em contradição, mentiu ao dizer que não sabia dos passos do chefe de gabinete, e ainda precisa explicar várias pontos que não se encaixam

Para situar o leitor após 12 dias de reportagens, a cronologia dos episódios do caso  Patrícia Lélis x Pr. Marco Feliciano, que ganhou nas redes sociais da Coluna os títulos de ‘House of Feliciano’ e ‘Lélisgate’, tamanho o imbróglio, reviravoltas e personagens envolvidos – até aqui.

 

Dia 2 de agosto – terça-feira

A Coluna revela a denúncia da jovem, com o relato detalhado do suposto crime de agressão e tentativa de estupro dentro do apartamento funcional, e os prints com evidências de provas entregues. Veja aqui 

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Dia 3 de agosto – quarta-feira

Diante dos vídeos divulgados pelas redes sociais, nos quais a jovem – já em SP – muda sua versão do que contou ao repórter, a Coluna solta em primeira mão o áudio de sua conversa com o chefe de gabinete de Feliciano, Talma Bauer, para desmascarar sua versão. Clique na imagem.

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Obs. – A Coluna disponibilizou apenas dos 28 minutos do total de 57 minutos, o suficiente para entender a denúncia e principais trechos do diálogo, pelo fato de serem citados personagens e casos pessoais alheios ao caso

 

Dia 4 de agosto – quinta-feira

Coluna localiza a mãe da jovem, que descobre pelo repórter o que houve com a filha. Ela decide ir para SP atrás de Patrícia, a fim de descobrir o que houve e levá-la de volta para casa. Ao jornalista, a mãe, Maria Aparecida Lélis, disse que a filha pediu uma conta com CNPJ para um depósito de SP  ( Leia aqui )- isso ocorreu após ela mudar a versão sobre a denúncia. Àquela altura, sabe-se agora, ela já negociava os R$ 50 mil.

Ao saber das denúncias e da repercussão, senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que comanda a Procuradoria da Mulher na Casa, pede investigações ao Ministério Público do DF.

 

Dia 5 de agosto – sexta-feira

Pela manhã, reviravolta no caso. Em SP, Patrícia e a mãe fazem uma romaria por duas delegacias e a Corregedoria da Polícia Civil – a Coluna antecipou a ‘fuga’ do hotel.

À tarde , no 3º Distrito Policial, ela registra B.O. contra o chefe de gabinete de Feliciano, Talma Bauer, por cárcere privado e coação, alegando que foi obrigado o tempo todo a mudar sua versão para defender o deputado que acusou. Bauer chegou a ser detido para esclarecimentos e liberado.

À noite, um grupo de quatro deputadas federais do PT decidem denunciar Feliciano à PGR. O documento, entregue dias depois, teve a assinatura de 22 parlamentares. A PGR avalia o pedido de abertura de inquérito no STF.

 

Dia 6 de agosto – sábado

Patrícia e mãe retornam a Brasília. Polícia de SP começa a investigar as versões dos envolvidos – ela, Bauer e Emerson Biazon, jornalista que a levou para a capital paulista e se mostrou peça-chave para a reviravolta do caso.

Após quatro dias de silêncio, o deputado Feliciano solta um vídeo nas suas redes sociais, ao lado da esposa, em sua defesa. Diz ser falsa a acusação, mas que perdoa Patrícia.

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A Coluna publica a versão da mãe de Patrícia, de como ela retirou a filha do hotel e os personagens envolvidos – teve de senadora a Polícia Federal e Palácio Bandeirantes acompanhando o caso.

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À noite, revelamos o breve vídeo que comprova o encontro de Patrícia com Talma Bauer, em Brasília, onde ela contou sua versão da denúncia contra o deputado, a mesma conversa gravada em áudio. Até dia 6, Bauer insistia em dizer que não a havia encontrado, e que o áudio era montagem.

 

Dia 7 de agosto – domingo

Em Brasília, Patrícia constitui advogado – o criminalista José Carlos Carvalho – e registra B.O. na Delegacia da Mulher, onde acusa Bauer, Emerson Biazon e Marcelo Machado, empresário do setor de entretenimento em SP, por sequestro qualificado e coação. Foi com este B.O. e a acusação contra Emerson que o cenário começou a mudar para ela, que passou de vítima a acusada no caso de SP.

Na mesma noite, a Coluna publica os ‘fios soltos’ na história, e questões que Feliciano não respondeu e que o deixam vulnerável em sua defesa.

 

Dia 8 de agosto – segunda-feira

Publicamos os bastidores de como a denúncia veio à tona – desde a apuração até o surgimento de Emerson Biazon, o personagem que, àquela altura, ainda era um mistério. E os detalhes da ida de Patrícia para SP.

À tarde, Patrícia concede coletiva de imprensa no Senado, após passar pela Procuradoria da Mulher, e reafirma para repórteres de TV, jornais e revistas a denúncia relatada à Coluna

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Dia 9 de agosto – terça-feira

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Talma Bauer, após liberado pela Polícia, aparece em Brasília ao lado de dois homens, supostos policiais – eles aparecem com ele na saída do 3º DP em SP. Foto de leitor da Coluna viraliza e advogado de Patrícia toma providências por segurança da jovem.

À noite, a Coluna publica a reviravolta no jogo. As primeiras evidências de que Patrícia negociava seu silêncio por R$ 300 mil, com prints das conversas pelo whatsapp ( veja abaixo ) entregues por Emerson Biazon, que se sentiu traído pela jovem.

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Dia 10 de agosto – quarta-feira

Publicamos mais detalhes e evidências de provas de que houve acordo, com bastidores das investigações no 3º DP em SP. Versões e depoimentos à Polícia complicam tanto Patrícia quanto Feliciano, com indicativos de que ele tentou comprar seu silêncio.

À noite, o site da revista VEJA revela o vídeo em que Patrícia e Bauer negociam dinheiro por seu silêncio, comprovando a publicação da Coluna das evidências de que havia pré-acordo por pagamento na mudança de sua versão.

Em SP, grupo de manifestantes feministas promove protesto com faixas e palavras de ordem contra o PSC, partido de Feliciano, em frente à sede do diretório.

 

Dia 11 de agosto – quinta-feira

A Coluna publica o vídeo que comprova um telefonema de Marco Feliciano para Patrícia Lélis, durante sua passagem por SP. No telefonema, segundo relatam Patrícia e Emerson ( que gravou escondido o vídeo ), Feliciano pediu para ela caprichar num vídeo a seu favor, na versão que o defenderia. O episódio revela que Feliciano mentiu em seu vídeo defesa dias antes, ao dizer que não sabia dos passos do chefe de gabinete – foi quem recebeu a ligação e passou à jovem. ( Assista aqui )

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Deputado Feliciano cancela eventos Brasil adentro como pastor, para autógrafos de livros e pregações.

À noite, a Coluna publica com exclusividade a íntegra do vídeo que comprova a negociação de Patrícia com Bauer por pagamento de R$ 50 mil por seu silêncio. ( Veja aqui ). O diálogo mostra um perfil assombroso da jovem, que acusa um suposto intermediário do Rio de ter ficado com o dinheiro prometido, e pede providências a Bauer, um policial aposentado.

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O Blog Escreva, Lola, Escreva, revela os pritns de uma conversa entre Patrícia e a psicóloga Marisa Lobo (ex-PSC e hoje no Solidariedade), no qual reforça todo o teor de denúncia feita à Coluna. Em certos momentos, Marisa concorda com ela, e chama Feliciano de ‘psicopata’ e ‘retardado’. Ainda aconselha Patrícia a ‘printar’ imediatamente o papo com Feliciano, para as mensagens não se apagarem automaticamente. Na sexta, divulgou um texto em sua defesa sobre o episódio do bate-papo.

Bate-papo atribuído a Marisa Lobo

Bate-papo atribuído a Marisa Lobo

Print da conversa de Patrícia atribuída a Marisa Lobo (texto na caixa em branco)

Print da conversa de Patrícia atribuída a Marisa Lobo (texto na caixa em branco)

 

Dia 12 de agosto – sexta-feira

Com as evidências contra Patrícia, Polícia de SP não tem mais dúvidas de que ela fez falsa comunicação de crime. Delegado vai indiciá-la por isso e pela tentativa de extorsão contra Bauer – que em depoimento disse que apenas defendia seu cliente. Delegado Luís Hellmeister quer ouvi-la novamente em SP e ameaça decretar sua prisão caso não compareça – e advogado da jovem pretende pedir por carta precatória.

 

Dia 13 de agosto – sábado

Jornais trazem a confirmação do depoimento de Talma Bauer no 3º DP de SP na sexta, no qual ele confirmou que pagou R$ 20 mil a Patrícia Lélis, cujo dinheiro foi entregue a Emerson Biazon e apreendido pela Polícia.


Caso Feliciano: Polícia quer prisão de mulher; defesa acusa intimidação
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Leandro Mazzini

> Bate-boca entre delegado e advogado aumenta a tensão

> Polícia quer prisão preventiva de Patrícia se ela não for a SP depor, mas não avisa se vai indiciar Bauer

> Evidências da negociação complicam Patrícia, por extorsão, e Feliciano – que tentou pagar por seu silêncio

> Feliciano mentiu no vídeo em sua defesa ao dizer que não sabia dos passos do assessor – vídeo comprova que ele telefonou para Patrícia e pediu ajuda

 

O delegado do 3º DP (Campos Elisios) de São Paulo, Luís Roberto Hellmeister, avalia pedir a prisão preventiva de Patrícia Lélis, a jovem de Brasília que acusa o deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) por assédio, agressão e tentativa de estupro dentro do apartamento funcional. Ela é acusada de falsa comunicação de crime e de tentativa de extorsão.

O chefe de gabinete de Feliciano, Talma Bauer, que depôs hoje à tarde na DP, está na mira e pode ser enquadrado por favorecimento pessoal. O imbróglio envolve a tentativa de comprar o silêncio da jovem diante do suposto crime cometido pelo parlamentar e denunciado por ela à Coluna.

O caso ganhou proporções mais sérias no início desta tarde quando o advogado de Patrícia e o delegado bateram boca ao telefone. O criminalista José Carlos Carvalho acionou a AASSP – Associação dos Advogados de São Paulo, da qual é sócio, e oficializou que foi chamado de ‘canalha’ pelo delegado ao questionar por que deve levar Patrícia para SP urgente para depoimento – em vez de fazê-lo por carta precatória, em razão de Patrícia morar em Brasília.

Esse bate-boca por telefone começou quando ambos – o delegado e o advogado – desconfiaram mutuamente de que a conversa estava sendo gravada, o que os dois não aceitariam.

“Se existe algum canalha nessa história, com certeza não sou eu”, diz o advogado.

Em mensagem ao repórter , o delegado justificou sua posição. Relatou que falava ao celular de uma advogada que se chama Fernanda, e que se apresentou como defensora de Patrícia no caso de SP. Diz Hellmeister: “Eu disse a ele: não sou canalha para ficar gravando. Mas ele disse ‘mas eu tô gravando’. Então disse ‘eu não sou mas você é’.

Leia aqui – sete questões que Feliciano precisa explicar 

QUEM É BAUER

A defesa de Patrícia Lélis acusa intimidação por parte da Polícia. O advogado José Carlos Carvalho questiona se Talma Bauer será indiciado ( por favorecimento pessoal, ao propor dinheiro à mulher ). Ontem a Coluna publicou a íntegra do vídeo em que Patrícia e Bauer tratam um suposto suborno a ela, entre R$ 10 mil e R$ 50 mil, para que mudasse a versão contra Feliciano.

Bauer é investigador aposentado da polícia paulistana, e tem um irmão que é policial da ativa. Por ordens superiores, o B.O. contra Bauer e a oitiva contra Feliciano feitos por Patrícia foram mantidos sob sigilo, para evitar politização da história, até que as investigações avançassem.

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Esta semana, Bauer apareceu em Brasília acompanhado de dois supostos policiais, e andou pela cidade sempre com a dupla. O que fez o advogado da jovem, ao descobrir sua volta, pedir proteção policial para a mulher.

VERSÕES CONTRADITÓRIAS

Patrícia chegou a gravar vídeos enquanto esteve em SP, ao lado de Bauer, e num dos momentos até atendeu Feliciano ao telefone – embora ressabiada. Neste telefonema, segundo ela relata, o deputado pediu um vídeo caprichado em sua defesa, “me ajuda, tenho família” – teria dito.

O acordo veio abaixo quando a mãe de Patrícia, localizada pelo repórter, entrou na história, e viajou para SP. Lá no hotel, teria convencido a filha a denunciar tudo na delegacia. Na versão da mãe e de Patrícia, a jovem ficou o tempo todo sob coação de Bauer, que via tudo o que ela escrevia ao telefone, e ouvia suas ligações, em viva voz, por sua ordem.

EM BRASÍLIA, PASSOS LENTOS

A situação policial em SP contra a garota é dissociada da investigação que ocorre em Brasília contra Feliciano.

Patrícia o acusa de agressão – soco na boca, chute na perna e tentativa de estupro – dentro do apartamento funcional na Quadra 302 Norte. E depois de denunciar o caso à Coluna , viajou para SP e mudou sua versão – foi quando teria começado a negociação financeira, segundo a polícia, ou a coação, de acordo com a mãe e a advogada de Patrícia.

Feliciano foi denunciado pela senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) ao MP do DF e por um grupo de 22 deputadas federais à Procuradoria Geral da República.

A PGR notificaria o Supremo Tribunal Federal para abrir inquérito contra Feliciano. A Coluna questionou a PGR e o STF sobre a denúncia e o acolhimento ou não da mesma.

A assessoria do Supremo informou que ainda não foi notificada da denúncia – que deverá, por praxe, ser avaliada pela PGR, o que já ocorre desde a denúncia da última terça-feira. Se a PGR decidir pelo pedido de abertura de inquérito, o ministro da Corte sorteado como relator do caso autoriza a investigação, e a Polícia Federal entra no caso para as diligências.

Patrícia também denunciou Feliciano em B.O. na Delegacia da Mulher de Brasília no último domingo à noite, quando retornou de SP.

 

Confira aqui a primeira denúncia

Ouça aqui o áudio em que ela confirma a agressão

Assista o vídeo que comprova encontro da garota com assessor

Leia aqui os prints das conversas sobre negociação de R$ 300 mil

Feliciano telefonou para ela, e pediu para caprichar em vídeo em sua defesa

Veja aqui o cronograma da denúncia

 


Sete questões que Feliciano não soube explicar e que o complicam
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Leandro Mazzini

A série de reportagens publicadas pela Coluna Esplanada desde a revelação da denúncia de Patrícia Lélis contra Marco Feliciano, com suas reviravoltas e versões, e personagens dos mais variados perfis, dá uma certeza até agora: não há santo nesse script, e todos são fortes suspeitos diante das evidências.

Enquanto nos episódios de São Paulo Patrícia se complicou, e será indiciada por falsa comunicação de crime, em Brasília o deputado federal está na mira dos investigadores com evidências que indicam sua vulnerabilidade na defesa, além dos relatos detalhados da mulher, os prints das conversas trocadas com mensagens atribuídas ao político – e que partiram de seu telefone.

A Delegacia da Mulher e a Polícia Federal – caso o Supremo Tribunal Federal acolha a denúncia da Procuradoria Geral da República – terão um pote cheio de dúvidas para esclarecer.

Há um fator curioso que será levado em conta: Foi Bauer quem pagou as diárias para Patrícia ficar no hotel em SP, por pelo menos 10 dias. Entre as questões, estas:

1 – Por que Feliciano ficou num silêncio sepulcral durante quatro dias, desde a denúncia publicada, dia 2, até sábado, dia 6, quando divulgou seu vídeo-defesa?

2 – Se a garota está mentindo, por que vai perdoá-la e não processá-la judicialmente, o que se esperaria para casos contra a honra?

3 – Por que o chefe de gabinete passa a negociar suborno de R$ 50 mil pelo silêncio da mulher, se não há nada a temer?

4 – Por que Feliciano telefonou para ela e pediu para caprichar num vídeo a seu favor? ( Patrícia e Emerson Biazon, que a levou para SP, confirmam o teor do diálogo. E há o vídeo do chefe de gabinete passando o telefone para ela, anunciando o ‘Marco’).

5 – Por que Feliciano mentiu ao dizer no seu vídeo-defesa que não sabia dos passos do assessor? ( a ligação para Bauer, para falar com Patrícia, desmonta sua versão )

6 – Por que até agora não apresentou provas de onde estava na manhã do dia 15 de junho, data relatada por Patrícia como o dia e período da suposta agressão?

7 – Onde estão as imagens das câmeras da portaria do Bloco H, do elevador e do hall do apartamento do quarto andar, onde o parlamentar reside em Brasília?

 

Confira aqui a primeira denúncia

Ouça aqui o áudio em que ela confirma a agressão

Assista o vídeo que comprova encontro da garota com assessor

Leia aqui os prints das conversas sobre negociação de R$ 300 mil

Feliciano telefonou para ela, e pediu para caprichar em vídeo em sua defesa

Veja aqui o cronograma da denúncia


Caso Feliciano: ‘Quero os dez, você está passando a perna em mim’
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Leandro Mazzini

> A íntegra do vídeo em que Patrícia Lélis conversa com o chefe de gabinete do deputado Feliciano é mais comprometedora, tanto para ela – pela evidência de que negociava dinheiro pelo silêncio -, quanto para o deputado, cuja equipe se esforçou em silenciá-la

> Patrícia se mostra revoltada em não ter recebido parte do dinheiro prometido

> Some do radar o suposto intermediário, Arthur Mangabeira, que se passou por agente da Abin e teria recebido R$ 50 mil.

> Em telefonema, Bauer, um ex-policial, diz que vai atrás dele, mas na paz..

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Patrícia, filmada por Emerson, e o chefe de gabinete de Feliciano ao fundo

A íntegra do vídeo da conversa comprometedora da jornalista Patrícia Lélis com o chefe de gabinete de Marco Feliciano, Talma Bauer, desmonta toda a versão da garota de que houve sequestro qualificado e coação.

Leia aqui – sete questões que Feliciano precisa explicar 

No material obtido há pouco pela Coluna e publicado no canal no Youtube, Patrícia reclama que um contato do Rio, que seria intermediador do pagamento feito por Feliciano, teria ‘passado a perna’ nela e ficado com o dinheiro. E repete, para Bauer e Emerson Biazon, que filma tudo escondido:

“O valor é os dez (sic), pode falar isso pra ele, o valor é os dez. (..) pilantra, quer passar a perna em mim? Eu quero ele morto!” (..) “Eu quero pegar ele, quero arrastar a cara dele no chão”.

Durante a conversa, no saguão do hotel San Raphael, em São Paulo, na semana passada, Patrícia se mostra bem descontraída. Ela tecla ao celular enquanto Bauer  supostamente conversa com o contato carioca de Patrícia ao telefone, identificado por eles como Arthur Mangabeira ( esse rapaz sumiu das redes sociais, seria ex-noivo de uma amiga de Patrícia, do Rio, que se dispôs a ajudá-la a resolver financeiramente o seu problema com o deputado federal e o PSC, para que ela não levasse a denúncia adiante ).

O que já está em questão nesta conversa é um pagamento de R$ 50 mil que Bauer teria feito a Arthur, como intermediário da negociação de Patrícia com Feliciano, para que ‘a deixasse em paz’. A parte da conversa que não foi revelada no vídeo divulgado pelo site da revista VEJA esclarece que a jovem estava nitidamente negociando:

Patrícia – “É o Arthur..” – diz  a Emerson Biazon, que filma tudo escondido, ao verem Bauer conversando ao telefone.

Bauer – “Eu vou devolver pra ela ( o dinheiro )” (..) fica tranquilo, eu falo isso pra ela. Eu vou aí buscar e fica em paz pra todo mundo”

Emerson  – “Mas o valor é os dez né? (dez mil reais)

Patrícia – “O valor é os dez (sic), pode falar isso pra ele, o valor é os dez. (..) pilantra, quer passar a perna em mim? Eu quero ele morto!” (..) “Eu quero pegar ele, quero arrastar a cara dele no chão”

Bauer – Qualquer coisa eu te ponho a par, fica tranquilo.

Patrícia – “Eu quero os dez porque você está passando a perna em mim e no Bauer”. ( Neste trecho, não está claro se ela comenta sobre Arthur ou se manda um áudio por whatsapp para ele )

Bauer – “Eu sei querida, mas olha, o bom cabrito não berra. não fica nervosa”

Patrícia: “Ele foi pilantra, Bauer”.

O que foi falado no restante do vídeo, já público, o leitor confere aqui .

DENÚNCIA

Patrícia Lélis acusou o deputado federal Marco Feliciano de assédio sexual, agressão e tentativa de estupro dentro do apartamento funcional em Brasília. O crime teria ocorrido dia 15 de junho, pela manhã.

A Coluna publicou com exclusividade a denúncia, com detalhes relatados pela jovem, e também divulgou as primeiras evidências de provas de que ela estaria negociando seu silêncio quando foi para SP. Ao mudar sua versão nas redes sociais, a Coluna aprofundou a investigação e descobriu sua mãe. Patrícia pediu uma conta com CNPJ à mãe ( veja aqui ). Anteontem, surgiram as evidências, em prints de conversas de aplicativos, de que ela negociava R$ 300 mil em parcelas.

A mãe foi peça fundamental no suposto castelo de cartas que a filha foi montando para se blindar contra o PSC e Feliciano. Maria Aparecida Lélis viajou para SP assim que soube de detalhes e convenceu a filha a sair do hotel e ir para a delegacia. Nisso, surgiu sua versão de que era coagida por Emerson e Biazon – o que surpreendeu a ambos.

Bauer, na última sexta, chegou a ser detido para esclarecimentos no 3º DP, e depois liberado pelo delegado Luís Hellmeister, que com a cautela necessário, preferiu investigar a todos. Deu no que deu. Patrícia deve ser indiciada por falsa comunicação de crime, e Bauer pode ser enquadrado por favorecimento pessoal.

COM NEGOCIAÇÃO, FELICIANO É FORTE SUSPEITO

Todo o cenário da negociação malfadada complica o próprio deputado federal Feliciano. A questão na cabeça da Polícia – e isso caberá à Procuradoria Geral da República e ao STF, se acolher a denúncia – é: por que ele pagaria alto pelo silêncio da garota se se diz inocente da acusação.

O relato detalhado da garota do dia da suposta agressão, e com as investigações avançando em Brasília – já há procura pelas imagens do prédio de Feliciano, onde Patrícia garante ter passado – podem comprometer o parlamentar.

Por ora, Feliciano, após quatro dias de silêncio desde que divulgada a denúncia, resumiu-se a gravar um vídeo ao lado da esposa se defendendo. Disse que a denúncia é uma invenção da garota, e que a perdoa.

O advogado de Patrícia,  o criminalista José Carlos Carvalho, sustenta que a todo momento ela foi coagida, inclusive em vídeos e áudios supostamente gravados em sigilo.

 

Confira aqui a primeira denúncia

Ouça aqui o áudio em que ela confirma a agressão

Assista o vídeo que comprova encontro da garota com assessor

Leia aqui os prints das conversas sobre negociação de R$ 300 mil

Feliciano telefonou para ela, e pediu para caprichar em vídeo em sua defesa

Veja aqui o cronograma da denúncia

 


Deputado Pr. Feliciano cancela pregações e vê dízimo mixar
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Leandro Mazzini

O dízimo do Pr. Feliciano começou a mixar.

Após a denúncia de assédio sexual, agressão e tentativa de estupro cair no noticiário nacional, feita por Patrícia Lélis, um evento da Loja Cristã Ebenezer com o deputado federal foi cancelado em Cascavel (PR).

Aliás, Feliciano cancelou a sua agenda para as próximas semanas. Sua assessoria está ligando para templos religiosos de cidades onde palestraria ou pregaria.

O seriado tupiniquim da vida real ‘House of Feliciano’ & ‘Lélisgate’ surpreende a cada dia nas reviravoltas. Ver-se-á com o andar das investigações, em São Paulo e Brasília, que ele não é santo, e ela passa longe de uma dama.

Os vídeos do prédio do parlamentar vão aparecer, garante a jovem que se disse agredida – e em São Paulo ela será indiciada por tentativa de extorsão.

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Negociação de R$ 300 mil complica mais Feliciano e mulher que o acusa
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Leandro Mazzini

> R$ 20 mil apreendidos na delegacia reforçam acusação de mulher contra Feliciano – houve tentativa de comprar seu silêncio após agressão

> Delegado arquiva hoje denúncia de sequestro e coação

> Patrícia e Bauer podem ser indiciados. Ela, por falsa comunicação, e ele, por favorecimento pessoal 

> Pagamentos seriam em seis parcelas de R$ 50 mil. Patrícia pediu conta empresarial a amigo e a mãe, em vão

> O misterioso Artur, do Rio, que se passou por agente da Abin e entrou na negociação, passará a ser investigado

> Advogado de Patrícia diz que ela caiu em armação, reforça tese da coação e pede mais investigações

 

A suposta negociação de R$ 300 mil pelo silêncio da mulher que acusa o deputado federal Pr. Marco Feliciano complica ainda mais a situação do parlamentar e da própria garota – a Coluna publicou prints de conversas por smartphones que são fortes evidências de que houve tentativa de acordo. Segundo consta no inquérito policial, os pagamentos seriam em seis parcelas de R$ 50 mil.

Os bastidores da negociação e as evidências apresentadas por Emerson Biazon, o jornalista que levou Patrícia para São Paulo há uma semana, indicam que houve clara tentativa por assessores de Feliciano de tentar comprar o silêncio da mulher – e desta forma, o episódio corrobora a denúncia contra o parlamentar por assédio sexual, agressão e tentativa de estupro dentro do apartamento funcional ( lembre aqui ).

A Polícia Civil de São Paulo vai arquivar hoje a denúncia de sequestro qualificado e coação da jornalista Patrícia Lélis, após ela registrar em B.O. o chefe de gabinete de Feliciano, Talma Bauer – com quem ela se reuniu por diversos momentos, dentro e fora do hotel San Raphael, na capital paulista. Testemunhas apresentaram as provas. Já o advogado de Patrícia, José Carlos Carvalho, avisa que vai pedir mais investigações e ratifica que ela foi coagida o tempo todo.

ATRÁS DE CONTAS

Os R$ 20 mil apreendidos pelo 3º DP entregues por Emerson Biazon são a maior prova, até agora, de que houve a tentativa de suborno por parte de Bauer. Seriam parte da primeira parcela de R$ 50 mil.

O dinheiro circulou em cash porque Patrícia não teria conseguido uma conta para o depósito sem deixar rastros. De acordo com as investigações, ela pediu ao empresário dela, chamado Marcelinho, sua conta empresarial para depósitos mensais. Ele desconfiou do que se tratava após respostas evasivas dela, e não topou o acordo.

O quebra-cabeças dessa situação também tem outra peça – de São Paulo, a jovem telefonou para a mãe no último dia 2 de agosto, e pediu uma conta CNPJ, sem explicar do que se tratava. Os pais de Patrícia têm uma conta assim, mas segundo a mãe, Maria Aparecida Lélis, não houve qualquer crédito – o saldo da conta, hoje, é de R$ 126, informa a mãe da garota.

À ocasião do pedido da conta, a jovem soube que a mãe revelara esse pedido em entrevista à Coluna, e ficou muito irritada. Ontem, em contato o repórter, Patrícia negou que tenha pedido dinheiro, embora confesse que tenha liberado Emerson para negociar com o chefe de gabinete de Feliciano. Disse que o amigo negociasse mas sem a envolver financeiramente. “Eu só queria  que Feliciano me deixasse em paz, a minha vida de volta”.

Mas a Polícia conseguiu provas de que houve gastos altos de Patrícia durante sua estadia por SP. O hotel e sua passagem aérea foram pagos por Bauer – o que evidencia que ela já viajara para a capital paulista ciente de que haveria o trato.

Durante os dias que ficou na cidade, ela passeou por shoppings, foi ao cinema com um namorado que mora na capital, a uma churrascaria cuja conta passou de R$ 400, e num salão de beleza pagou R$ 700 para uma maquiagem que precedeu um dos vídeos nos quais ela passou a defender Feliciano, após as publicações da Coluna das denúncias que ela mesma informou, e com entrega de evidências de provas.

NA MIRA

O delegado Luís Hellmeister, do 3º DP paulistano, avalia se enquadra Patrícia por falsa comunicação de crime, mas também, diante das envidências apresentadas de negociação, pode indiciar Talma Bauer na tentativa de silenciá-la mediante pagamento.

Há dois mistérios ainda nas mãos da Polícia: de onde viria esse dinheiro, e quem é Artur, um carioca que apareceu no depoimento de Emerson Biazon e nas mensagens trocadas entre ele e Patrícia.

Um conhecido de Patrícia, o rapaz, que reside no Rio, seria um intermediário para receber esse dinheiro.

DEFESAS

Ontem, o PSC – o qual a jornalista acusa de omissão no caso, após suposta comunicação da agressão em Brasília – manteve Feliciano na liderança, e decidiu fazer queixa contra a jornalista.

Feliciano gravou um vídeo ao lado da esposa, no último sábado, quatro dias após estourar a denúncia pela Coluna. No vídeo, defende-se e diz que a verdade vai aparecer.

Patrícia Lélis mantém sua versão da agressão, assédio e tentativa de estupro dentro do apartamento funcional. O caso teria ocorrido no dia 15 de junho. Ela fez B.O. na Delegacia da Mulher em Brasília, e deputadas denunciaram Feliciano à Procuradoria Geral da República.

O advogado de Patrícia, José Carlos Carvalho, pediu à PGR a busca imediata das imagens da portaria, elevador e corredor do prédio do deputado federal, para comprovar a presença da jovem no apartamento de Feliciano.


Caso Feliciano tem duas investigações: No DF, é suspeito. Em SP, todos são
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Leandro Mazzini

A polêmica envolvendo o deputado federal e Pr. Marco Feliciano (PSC-SP) se desdobra em dois cenários para investigação desde o registro de boletim de ocorrência em São Paulo, feito por Patrícia Lélis, contra o parlamentar.

Numa frente, está a Delegacia da Mulher de Brasília, e agora a Procuradoria Geral da República, para investigar o parlamentar acusado de assédio sexual, agressão e tentativa de estupro dentro do apartamento funcional. Há indícios contra o político, e as autoridades vão pedir à Polícia Legislativa as imagens de vídeos das câmeras instaladas no prédio, corredores e elevadores onde mora o parlamentar.

Em outra frente, segue a investigação no 3º DP de São Paulo, onde Patrícia fez B.O. contra Talma Bauer, o chefe de gabinete, por suposto cárcere privado. Esta história continua confusa – inclusive para o delegado Luis Hellmeister.

Este caso de SP envolve uma negociação de R$ 50 mil na tentativa de comprar o silêncio da garota, script no qual todos se tornaram suspeitos – a jovem, o jornalista Emerson Biazon, e o chefe de gabinete de Feliciano. Leia aqui para entender. 

Com a palavra, as polícias de SP, DF e a PGR.

Leia aqui – os 15 mistérios do caso para a Polícia desvendar

Confira aqui a primeira denúncia

Ouça aqui o áudio em que ela confirma a agressão

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Veja aqui o cronograma da denúncia


House of Feliciano – Os mistérios que a Polícia e a PGR podem esclarecer
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Leandro Mazzini

Cinco dias depois de a Coluna soltar a denúncia da jornalista brasiliense Patrícia Lélis contra o deputado federal Pr. Marco Feliciano (PSC-SP), por agressão, assédio sexual e tentativa de estupro, após idas e vindas de versões, o caso toma proporções oficiais na capital federal – mas mistérios continuam.

Patrícia mantém a versão da agressão, que teria ocorrido dentro do apartamento funcional, e após fazer oitiva na 3ª DP em São Paulo, registrou a ocorrência na Delegacia da Mulher em Brasília – e outro B.O. contra dois homens até agora não investigados, mas que tiveram participação ativa na sua viagem para SP, onde caiu nas mãos do chefe de gabinete de Feliciano, Talma Bauer.

A Procuradoria Geral da República entra na história nesta segunda, e as Polícias Civil de SP e do DF passam a investigar o caso em outra frente – a do sequestro qualificado (que teria começado em Brasília) e coação (para que ela gravasse vídeos a favor de Feliciano, na tentativa de desmentir a denúncia aqui publicada).

O vaivém de episódios e os personagens envolvidos são dignos de trama hollywoodiana – ou do seriado House of Cards, da Netflix, sobre tramas do jogo do Poder. A jovem acusa o PSC de omissão após procurar ajuda; Feliciano demorou a aparecer; o chefe de gabinete atuou como um soposto capanga de luxo; e a garota, apesar de manter a denúncia, tem um histórico criticado por amigos de mitomania – o que ela nega.

Até agora, entre os fatos já revelados, restam dúvidas sobre alguns episódios e personagens, os quais caberá às Polícias e à PGR investigar a bem da verdade:

1 – Por que Feliciano só quebrou o silêncio quatro dias após a denúncia, e disse que a perdoa?

2 – Quem é a mulher que visitaria o deputado vizinho e bateu ‘equivocada’ à porta de Feliciano após ouvir os gritos de socorro?

3 – Por que a jovem não contou aos pais a suposta agressão logo após o episódio? ( só revelou 48 dias depois, na sexta, 29 de julho)

4 – Por que o PSC se omitiu e seus integrantes não cobraram uma posição de Feliciano, após ela denunciar o caso à cúpula do partido?

5 – Quem é Marcelinho, que ela conhecia apenas pela internet, e se apresentou como futuro empresário e interessado em ajudar a resolver o caso ao levá-la para SP?

6 – Por que o jornalista Emerson Biazon viajou a Brasília especialmente para ver Patrícia e a orientou a não fazer o B.O. dia 28 de julho?

7 – Quem pagou os custos de passagem aérea e diárias do hotel San Raphael em SP para Patrícia?

8 – Quem mais tinha acesso ao apartamento de Patrícia e convívio com ela durante o suposto cárcere privado?

9 – O que fazia no hotel Talma Bauer durante vários momentos, até ser detido por agentes da Corregedoria sob acusação de cárcere?

10 – Por que na terça, dia 2 de agosto, Patrícia pediu uma conta com CNPJ para a mãe para um depósito vindo de SP, após mudar suas versões sobre a agressão e defender Feliciano? ( Nos B.O., ela diz que estava sob coação e ameaça de morte)

11 – Emerson Biazon só revelou ao delegado Hellmeister, da 3ª DP de SP, que estava de posse de R$ 20 mil, quando Patrícia já terminava seu depoimento.

12 – Se a garota está mentindo, por que Feliciano não a denunciou até agora?

13 – Por que Talma Bauer não fez um B.O. contra a mulher, já que diz que foi uma invenção?

14 – Para quem eram os R$ 20 mil dados por Bauer a Emerson ?

( Aqui há uma guerra de versões já investigada pela polícia paulista: Bauer disse que fechara acordo com Emerson pelo silêncio de Patrícia; Ela nega, e diz que não autorizou Emerson a pegar dinheiro. Alega que foi a SP atrás de emprego numa TV prometida pelo jornalista que a buscou em Brasília, e que Emerson e Bauer negociaram dinheiro sem o consentimento dela, daí ela ter sido coagida a gravar os vídeos pró-deputado, até sua mãe fugir do hotel e revelar o caso à polícia).

15 – Quem está falando a verdade sobre os episódios em São Paulo? Emerson? Patrícia? Bauer? Ou os três?

 

Confira aqui a primeira denúncia

Ouça aqui o áudio em que ela confirma a agressão

Assisata aqui o vídeo que comprova encontro da garota com assessor

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Feliciano usou faca para sexo à força, relata mulher em B.O.
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Leandro Mazzini

> Jornalista registrou oitiva contra Feliciano, por tentativa de estupro, e B.O. contra assessor parlamentar, por sequestro qualificado

> Ela ressalta em depoimento que houve tentativa de estupro dentro do apartamento funcional

> Após detenção, delegado libera chefe de gabinete e reforça investigação para pedido de prisão; ele será indiciado

> Mulher fez exame de corpo de delito no IML

A jornalista Patrícia Lélis, que acusa o deputado federal Pr. Feliciano (PSC-SP) de assédio sexual, agressão e tentativa de estupro, revelou na oitiva que prestou ontem ao delegado Luiz Alberto Hellmeister, titular da 3ª DP de São Paulo, que o deputado usou uma faca para forçá-la a deitar na cama e se despir, na tentativa de sexo à força – o delegado confirma a informação prestada. Foi dentro do apartamento funcional em Brasília e o crime teria ocorrido dia 15 de junho.

Confira aqui a primeira denúncia

Veja aqui o cronograma da denúncia

Na gravação que fez com o chefe de Gabinete de Feliciano, Talma Bauer, Patrícia confirma o episódio – aos 35 minutos o diálogo se dá assim:

– Você teve relações sexuais com o Feliciano? – indaga Bauer, em tom de voz bem baixo.

– Sim, mas não foi consensual, é isso que tô explicando, não foi consensual – repete Patrícia.

Na conversa desta manhã, ela frisa, porém, que não houve conjunção carnal, embora, segundo relata, ele a tenha a apalpado e a beijado.

(Aqui, um detalhe: a Coluna divulgou em primeira mão na quarta só os primeiros 28 minutos do total de 57, por orientação de nossos advogados, para evitar maior exposição da suposta vítima, referente ao áudio sobre a relação não consensual. Deveria partir dela a denúncia criminal, o que agora ocorre com a oficialização do B.O. )

youtube

 

DETALHES SÓRDIDOS

Em conversa por telefone com o repórter nesta manhã de sábado, já em Brasília, Patrícia Lélis confirma a acusação do áudio e relata os bastidores, os quais contou no boletim de ocorrência:

Após agredi-la com um soco na boca e um chute numa das pernas – ela ainda tem a mancha e fez ontem exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal de SP – Feliciano se apossou de uma faca, segundo a mulher, e a levou à força para sua suíte.

Teria a forçado a se despir, enquanto a beijava. Ela pulou da cama após descuido dele e começou a bater na porta e gritar. Foi neste momento que uma mulher tocou a campainha do apartamento e Feliciano a liberou.

PRISÃO  E SOLTURA

Talma Bauer foi detido ontem por agentes da Corregedoria e levado para a 3ª DP para prestar esclarecimentos, onde ficou durante horas até a madrugada.

O delegado Hellmeister informou à Coluna neste sábado que decidiu liberá-lo e colhe mais informações para pedir ou não a prisão temporária do assessor parlamentar. Uma nova testemunha do caso apareceu ontem quase madrugada, e mudou os rumos da investigação.

Em contato com a Coluna hoje, Talma Bauer se diz inocente e que vai entregar evidências de provas à Polícia na segunda-feira.

Bauer atua também como assessor do deputado Feliciano. Ele voltou a defender o parlamentar, mas não está mais reticente quanto ao áudio gravado pela mulher e revelado.

INVESTIGAÇÃO NO MP E PGR

O cerco se fecha ao deputado Feliciano no Congresso Nacional. Quatro deputadas federais denunciaram o caso ao Ministério Público Federal e a senadora Vanessa Grazziotin recorreu ao MP do DF – que deve acolher a denúncia e encaminhá-la à PGR.

Uma das frentes da investigação será solicitar à Polícia Legislativa da Câmara dos Deputados os vídeos da portaria do bloco onde fica o apartamento funcional do parlamentar. Patrícia garante que há imagens dela entrando e saindo do apartamento.

Patrícia nega também que tenha sido amante do deputado. Segundo relata, o único episódio de aproximação íntima entre os dois foi justamente o da agressão e tentativa de estupro.

MAIS NOMES

No B.O., segundo conta a jovem, ela citou também quem a mandara ‘sumir’ de Brasília. Envolve os nomes do deputado Gilberto Nascimento (PSC-SP) e do presidente nacional do partido, Pr. Everaldo (RJ).