Coluna Esplanada

Arquivo : ministério da saúde

Desnutrição matou 11 crianças índias em 5 meses em Japorã (MS)
Comentários Comente

Leandro Mazzini

Subiu para 11 o número de crianças de até dois anos que morreram por desnutrição, nos últimos cinco meses, na aldeia porto lindo, a 30 km de Japorã (MS), relatou nesta segunda à Coluna o prefeito Vanderlei Bispo.

A pequena cidade, fronteiriça com o Paraguai e de menor IDH do Mato Grosso do Sul, tem 80% de sua população composta pela etnia Guarani-Kaiowá. No domingo, a Coluna publicou sobre a mortalidade de cinco crianças em setembro passado.

Segundo Bispo, a prefeitura gasta atualmente R$ 23 mil por mês para manter aberto o Centro de Combate à Desnutrição. Antes, a Fundação Nacional da Saúde (Funasa), braço do Ministério da Saúde, destinava R$ 60 mil por mês para conta da prefeitura, rubricados especialmente para o combate à desnutrição, compra de mantimentos para a aldeia.

A Funasa foi substituída pela Secretaria de Saúde Indígena (Sesai). Atualmente, o atendimento é feito apenas no Centro, na cidade, e muitos dos Guarani-Kaiowá da aldeia que tinham atendimento na tribo não chegam ao município por falta de transporte – e também foi encerrado o envio de alimentos à tribo.

A Sesai, de acordo com o prefeito, paga enfermeiro e nutricionista na cidade, mas não tem equipes que vão à aldeia como a Funasa mantinha. Procurada pela coluna durante toda a semana passada, a Sesai e a Fundação Nacional do Índio silenciaram.

Siga a coluna no Twitter e no Facebook 


Com menor IDH, cidade do MS sofre mortalidade infantil de índios
Comentários Comente

Leandro Mazzini

aliedo

Charge de ALIEDO – http://aliedo.blogspot.com

Enquanto o ex-ministro Alexandre Padilha (PT) se preparava para pegar estrada em pré-campanha para o governo de São Paulo, o Ministério da Saúde fazia vistas grossas, em setembro, para um caso em Japorã (MS) – onde mantinha convênio com o município pela Secretaria de Saúde Indígena (Sesai).

A pequena cidade fronteiriça com o Paraguai – com menor IDH do Estado – cuja população tem 80% de índios da etnia Guarani-Kaiowá, sofreu com a morte de seis indiozinhos de até um ano por desnutrição. O número desde então pode ser maior, porque há suspeitas de casos não registrados.

As mortes ocorreram na Aldeia Porto Lindo, a 30 km da cidade, porque o Centro de Combate à Desnutrição – criado há cinco anos e mantido pela prefeitura em parceria com o ministério – deixou de receber repasses do governo federal. O município, com pouca receita, não conseguiu mantê-lo e o fechou no fim do ano.

Na semana passada, reportagem da Folha de S.Paulo revelou que a Controladoria Geral da União descobriu em auditoria irregularidades graves em compras de medicamentos no programa da Saúde Indígena do ministério, com rombo de R$ 6,5 milhões.

Procurada desde segunda-feira, dia 10, as assessorias da Sesai e do Ministério informaram que a demanda estava na ‘área técnica’ – a mesma que deixou a tribo na mão. A Coluna também procurou a Funai durante dois dias, e a entidade indicou para respostas a.. mesma Sesai que silencia. Ninguém na prefeitura de Japorã foi encontrado durante a semana passada após ligações seguidas para os telefones pela manhã e à tarde.

Siga a coluna no Twitter e no Facebook 

___________________________

TRAPALHADA PRÉ-ELEITORAL

Na ânsia de conquistar prefeitos do Paraná, a senadora Gleisi Hoffmann (PT), candidata ao governo, enviou a mesma carta de promessa a prefeitos que disputam um campus avançado de faculdade de medicina. O quiprocó começou quando um dos alcaides fez alarde com a carta, feliz da vida, e os ‘concorrentes’ descobriram a demagogia. Foz do Iguaçu, Pato Branco, Umuarama e Guarapuava disputam o campus. Mas as prefeituras de Santo Antônio da Platina, Cornélio Procópio, Ibaiti e Jacarezinho também receberam o ofício-promessa. Resultado: a turma indignada não vai apoiar o PT.

SIM, SENHORA  

Procurada, a senadora desconversou. Em nota, diz que apoia o curso de medicina e que a decisão será técnica. A escolha da cidade ‘deve ocorrer neste 1º semestre, dentro do planejamento do MEC. Acho importante evitar briga de municípios’.

DIGITAIS

Esse racha do PMDB é um consórcio de insatisfeitos. Tem dedos do Eduardo Cunha, irritado com acusações do PT, mas também digitais de Danilo Forte e Eunício Oliveira. Danilo e Eunício, ambos do PMDB cearense, têm escola – o veterano Paes de Andrade: o deputado já foi casado com filha dele. O senador Eunício ainda é, com outra.

HERMANOS 

Chanceleres da AL tiveram uma reunião em separado em Santiago do Chile, na quarta, para discutir a crise na Venezuela. Marco Aurélio Garcia, assessor especial do Planalto, esteve dias antes com o presidente Nicolas Maduro (que não foi) e garantiu apoio a ele.

NA TRAVE!

Na sexta dia 7, um deputado petista revelou para amigos que o ex-presidente Lula ligou em maio de 2013 para o presidente da CBF, José Maria Marin, e pedira para ele não tirar o técnico Mano Menezes da Seleção Brasileira. Tinha mau presságio..Lula teria dito que se Mano fosse trocado, o Brasil estaria ‘lascado’. E Lula sacramentou, nas palavras do deputado: ‘Temos que ganhar esta Copa, senão estaremos F!’. Felipão estreou, e tem ido bem, para quebrar a bola de cristal do petista pé frio.

NA MIRA 

A OAB julga amanhã, às 9h, na sede do conselho federal em Brasília, a jurisprudência do pedido de cassação do registro de advogado do José Dirceu. Vai decidir se abre processo disciplinar em Brasília ou São Paulo, onde o condenado tem o registro.

EU, HEIN!

Lideradas por Valéria Prochmann, ex-UNE em Curitiba, mulheres se reuniram em cafeteria para discutir como liberar na Receita.. 300 pênis de silicone apreendidos.

BOA IDEIA

Jornalistas lançaram o website http://www.AjudeUmReporter.com.br para ajudar os colegas a encontrar as melhores fontes e consultores para cada tipo de pauta.


MP quer bloquear verba de propaganda do DF
Comentários Comente

Leandro Mazzini

As ações da Secretaria de Saúde do Governo do Distrito Federal, cujo secretário Rafael Barbosa será candidato a deputado federal, entraram na mira do Ministério Público do DF e Territórios. A Promotoria de Defesa da Saúde do MPDFT abriu ontem investigação na tentativa de bloquear o repasse de R$ 13,8 milhões do Fundo Nacional de Saúde para três agências de publicidade, a CCA (Tempo), Agnelo Pacheco e Propeg.

O promotor Jairo Bisol subscreveu ação por improbidade administrativa contra Rafael Barbosa ontem à tarde. Bisol vê manobra inconstitucional na contratação das três agências via Secretaria de Saúde, uma vez que o próprio Governo do DF, através da Secretaria de Estado de Publicidade Institucional (SEPI) já firmou contrato com as mesmas, via licitação, desde 2011. O promotor questiona por que a SEPI, que tem verba de R$ 142 milhões para este ano, não paga a campanha publicitária – os R$ 13,8 milhões virão do Ministério da Saúde, via Fundo Nacional de Saúde. Pelo próprio decreto do GDF, a SEPI por obrigação deve promover e pagar toda a publicidade das distintas secretarias.

O secretário de Comunicação do GDF, André Duda, explica: a verba para o tipo de campanha proposta é específica (Ações de Vigilância e Prevenção contra Doenças Transmissíveis), com rubrica do Ministério, e não pode passar pela SEPI. Coube então ao governo firmar convênio entre a secretaria de Comunicação e a de Saúde, para esta promover as campanhas junto às agências. Para o GDF, está tudo ok, ‘Se a gente não usa a verba o MP entra com ação também’, reclama Duda. Mas para o MP, a contratação via Saúde é irregular, ‘Deveria haver nova licitação’, diz Bisol.

O promotor acha estranho o fato de a secretaria publicar o controverso contrato no Diário Oficial do DF no apagar das luzes de 2013, no dia 31 de Dezembro, e vai passar a lupa. O governo já empenhou R$ 6 milhões para as três empresas apresentarem as peças publicitárias – fizeram ontem, para escolha dos técnicos da Saúde – e dentro de 15 dias, segundo o secretário André Duda, as campanhas estarão nas ruas e na mídia.

Já é o segundo caso suspeito de maracutaia do secretário Rafael Barbosa. Com base em denúncia da Coluna, existem dois pedidos de investigação protocolados no MP, por senadores e deputada federal, para investigar o superfaturamento de um aparelho importado para fisioterapia. O equipamento, instalado no Brasil, custa R$ 1,2 milhão em média. O secretário quer pagar R$ 4,5 milhões. A nota de empenho foi cancelada, mas o contrato, não.

O DOSSIÊ TERESINHA

Ontem a Coluna lembrou que o PT barrou a CPI do Erro Médico no Senado para preservar o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, candidato ao governo de SP, com medo de que respingasse nele. Há um dossiê com centenas de casos nas mãos do senador Magno Malta (PR-ES), que protocolou o pedido de CPI, sem sucesso.

Casos como o de dona Teresinha de Paula, mineira radicada em Brasília há décadas. Anos atrás, ela sofreu lesão na coluna após cirurgia mal feita na capital federal, e denuncia o médico. O inquérito criminal corre na 1ª DP e chegou também à PF – que recebeu outra leva de casos similares em outros estados. Segundo Teresinha, a Procuradoria da Mulher da Justiça do DF requereu os documentos, e o ministro da Saúde, tão logo soube, pediu que a Secretaria de Saúde apure os fatos.

Siga a coluna no Twitter e no Facebook