Coluna Esplanada

Arquivo : ministérios

Temer barrou fusão de Portos com Aeroportos
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Leandro Mazzini

O vice-presidente da República, Michel Temer, não gostou da ideia da fusão dos ministérios de Portos e Aeroportos – ambos controlados por apadrinhados seus – e barrou a fusão. A presidente Dilma deve recuar da ideia, e a notícia chegou ontem à noite à bancada do PMDB no Congresso Nacional.

Com a fusão, o esperado Ministério de Infraestrutura ficaria com um deputado da bancada peemedebista, apadrinhado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha – o que Temer contestou entre gabinetes palacianos.

O cenário para os deputados é este: É provável que Edinho Araújo continue à frente de Portos, e um indicado da bancada assuma Aeroportos. Neste caso, Eliseu Padilha bateria ponto no Palácio do Planalto, na Articulação Política, – o que já vem acontecendo há meses.

O senador Eunício Oliveira (MDB-CE), muito próximo da presidente Dilma e de Lula, negou ontem que tenha pedido o Ministério da Integração, hoje com o PT. Aliados de Eunício apontam boatos vindos da Câmara para desestabilizar a situação do partido.

Dilma deve anunciar a minirreforma na Esplanada na sua volta de Nova York, onde participa da Assembleia da ONU.

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Para virar o jogo, Dilma entrega dois ministérios a Eduardo Cunha
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Leandro Mazzini

Foto de arquivo

Foto de arquivo

O script foi redigido pela presidente Dilma, o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), e o presidente da Casa, Eduardo Cunha – que a visitou há dias.

Para tentar barrar o processo de impeachment, Dilma chamou Picciani para ser a ponte para negociar com o presidente da Câmara.

Ela ofereceu o ministério da Saúde e um de infraestrutura – que pode ser a fusão de Portos com Aeroportos. Cunha topou.

Os dois lados lançaram suas moedas: Dilma aguarda agora a indicação oficial de deputados da cota de Cunha. Em troca, pediu para manter os vetos aos aumentos de salários dos servidores do Judiciário e a outras pautas que podem desajustar ainda mais as contas do Governo. Espera, obviamente, que com isso os votos do PMDB na Câmara barrem o eventual processo de impeachment, que a oposição forja nos bastidores.

Aos holofotes, os peemedebistas não entregam o jogo jogado. Cunha deve se mostra alheio à situação, mas sob o comando veladamente. Vai manter a posição de “opositor” embora, assim que confirmados os ministérios, trabalhará gradativamente pela neutralidade na bancada.

Ontem à tarde, em conversa com jornalistas, o líder Picciani adiantou a proposta da presidente: “Ela pediu dois deputados (para a Saúde). Temos médicos no partido”. Circula no salão Verde a ironia que o indicado, pelo cenário, pode ser o psiquiatra Marcelo Castro (PMDB-PI).

Diante dos nomes decididos pela bancada no início da noite, vê-se claramente as digitais de Eduardo Cunha nas indicações para as duas pastas. Todos eles ligados ao presidente da Câmara.

Para a saúde, Marcelo Castro (PI), Manoel Junior (PB) e o ex-ministro da pasta Saraiva Felipe (MG). Manoel Junior é o favorito e predileto de Cunha. Esteve com o presidente no gabinete enquanto acontecia a sessão do Congresso Nacional comandada por Renan Calheiros. Saiu muito cumprimentado pelos pares da sala de Cunha. Manoel é próximo de Beto Mansur (PMDB-SP) – ambos tocaram juntos a emenda do famigerado “ParlaShopping”, novo anexo de gabinete e galeria de lojas que será construído com Parceria Público-Privada.

Os nomes cogitados para a pasta de infraestrutura são Leonardo Quintão (MG), Celso Pansera (RJ) e José Priante (PA), este primo do senador Jader Barbalho. Todos próximos de Cunha, mas também de Picciani, que poderá ter influência na futura gestão. O mais cotado é Pansera. Natural do Rio de Janeiro, terra de Picciani e Cunha, foi ele o acusado de intimidação pelo doleiro Alberto Yousseff, em depoimento na CPI da Petrobras.

CASO HENRIQUE ALVES

Eduardo Cunha determinou à bancada que proteja no cargo o ministro do Turismo, Henrique Alves (PMDB). Foi um afago ao padrinho de Henrique, o vice Michel Temer.

O PMDB deve ficar com cinco pastas – Saúde, Infraestrutura (nome a definir com a fusão), Minas e Energia (fica com Eduardo Braga), Agricultura (continua com Kátia Abreu) e Turismo. Neste cenário a presidente mantém a equidade nas bancadas do PMDB, como seu plano: duas pastas para a Câmara, duas para o Senado, e uma da cota do vice Michel Temer.

Os deputados pediam a cabeça de Henrique Alves, o ex-presidente da Casa, no cargo pela cota do vice Temer. Mas Cunha deve segurá-lo.

A situação ainda é indefinida no Turismo. A presidente Dilma estuda fundir o ministério com o Esporte, mantendo sob comando do ministro George Hilton. Desta forma, ela evita crise e desconfiança internacional mantendo o ministro a menos de um ano dos Jogos, e principalmente mantém o PRB na base.

O RISCO PT

A presidente Dilma decidiu ceder o Ministério da Saúde ao PMDB após uma conversa pessoal com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A Saúde é feudo do PT paulista desde o início da gestão do partido no Planalto. Qualquer passo mal dado na área poderia irritar o partido e ela perderia de vez o apoio da própria legenda.

Não há informações confirmadas de como ela poderá contemplar o grupo que sairá da Saúde para dar a vaga ao PMDB. O ministério é o mais visado da Esplanada pela importância e pelas verbas bilionárias no Orçamento.

Esta coluna foi fechada às 19h10 de ontem e distribuída para os 30 jornais da rede Esplanada, e publicada simultaneamente com o portal UOL.


Abin barra nomes de indicados para ministérios
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Leandro Mazzini

A despeito das reclamações da base governista sobre as indicações travadas para cargos nos ministérios, os políticos também não ajudam.

A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) tem barrado seguidos nomes sugeridos pelos deputados e senadores – prova de que bons sujeitos não devem ser na praça.

A revelação foi feita pelo ministro chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, a seleto grupo de líderes que o visitou na última quarta-feira.

Mercadante indicou outros dois fatores sobre o bloqueio das demandas: a prioridade para os cargos é de perfil técnico; e os próprios ministros barram indicações. O ministro instigou os políticos a cobrarem ministros de seus partidos as nomeações. Um líder ficou pasmo: ‘Se o chefe da Casa Civil não tem esse poder, nós teremos?’

O perfil técnico foi imposição da presidente Dilma desde a ‘faxina’ realizada por ela nos ministérios em 2011 assim que assumiu. Por isso a base reclama não ter ingerência.

No atual cenário, a maioria dos ministros é da cota pessoal de Dilma, e não dos partidos. Daí ela repetir para os próximos que ‘a crise’ é uma invenção do Congresso Nacional.

 


Base cobra novo Governo e reforma ministerial
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Leandro Mazzini

Temer tem a difícil missão de convencer a presidente Dilma que sua base se esfacelou e precisa ser recriada. Foto: ABr

Temer tem a difícil missão de convencer a presidente Dilma que sua base se esfacelou e precisa ser recriada. Foto: ABr

O encontro dos líderes da base governista ontem com o vice-presidente Michel Temer foi apelidado de reunião do fim do mundo. Todos se viraram contra o PT e o Governo, até um inesperado PCdoB, maior aliado dos petistas. Temer ouviu um rosário de reclamações.

O líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ) abriu a reunião falando em sistema exaurido, e o do PCdoB, Orlando Silva (SP), fechou citando ‘nova arquitetura’ e ‘recomeçar o jogo do zero’.

O recado da base foi claro: Dilma deve fazer uma reforma ministerial urgente. Temer prometeu levar à presidente e apresentar uma saída. No bojo das reclamações da base está a crise na economia e o ministério montado por Dilma: As emendas não são pagas, e os ministros são da cota dela, não das bancadas.

“Não há qualquer relação dos deputados e senadores com os ministros de seus partidos”, reclama um líder.

Surpreendendo a todos, o ministro de fato da Articulação, Eliseu Padilha (PMDB-RS), avisou que deixa o cargo se nada for “resolvido em 15 dias”.

Rogério Rosso, líder do PSD, foi o mais franco. Virou-se para Temer, na frente de todos, agradeceu seu empenho, mas soltou que “você não vai conseguir resolver isso”.

Michel Temer pediu alguns dias para conversar com a presidente Dilma.

 

 


No ostracismo, Sarney bate às portas com lista de apadrinhados
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Leandro Mazzini

Foto: Arquivo Ag Senado

Foto: Arquivo Ag Senado

Aposentado da política, mas não do Poder, o ex-senador José Sarney passa por situação vexaminosa para a estirpe dos ex-presidentes da República.

De posse de uma lista de nomes, telefona para ministros da Esplanada e para o Palácio do Planalto, solicita audiências e – nas que consegue – pede cargos para afilhados, na condição de cacique do PMDB. São aliados desempregados no Amapá e Maranhão, Estados que já foram seus redutos eleitorais.

De pequenas vagas, com salários de menos de R$ 1 mil, a uma superintendência de um banco estatal no Nordeste, o veterano distribui a lista sem titubear, mas constrange os petistas.

O caso foi tema de rodinha de ministros no Congresso Nacional do PT. Ninguém sabe o que fazer com Sarney. Primeiro, porque ele não tem mais ‘o que entregar’, sem mandato e sem o controle do governo do Maranhão. Segundo, porque todos sabem – e lembram veladamente – que ele votou em Aécio Neves para presidente da República ( TV o flagrou na urna), e não na aliada e vitoriosa presidente Dilma Rousseff.

O ex-senador continua a morar numa ampla casa no Lago Sul em Brasília, que o acolheu por anos; montou escritório na capital e transita por ministérios com as demandas.


Dilma dá trânsito livre a governador tucano no Governo
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Leandro Mazzini

Foto: psdb

Foto: psdb

Aliados de Marconi Perillo (PSDB) estão surpresos com a desenvoltura do governador de Goiás em Brasília. Passada uma desconfiança no primeiro governo, agora a presidente Dilma caiu nas graças dele e deu carta branca para que transite de portas abertas nos ministérios.

Marconi conquistou promessas de dois deles em visitas a Brasília nesta segunda-feira (1): O ministro Eliseu Padilha (Aviação) deve ajudar na construção de viaduto para acesso ao Aeroporto Santa Genoveva, da capital goiana. Ricardo Berzoini (Comunicações) vai cobrar das operadoras investimento pesado em banda larga para o Estado.


Novas torres da CNC viram sonho (e realidade) de aluguel para a União
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Leandro Mazzini

Ilustração dos edifícios, já construídos.

Ilustração dos edifícios, já construídos.

Não é só a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional que ocupa edifício com aluguel milionário na Asa Norte ( a PGFN está na torre da esquerda).

Em tempo de crise na economia e cortes no Orçamento, outro órgão da União alugou a segunda das quatro torres que estão na vitrine dos classificados, construídas pela CNC – Confederação Nacional do Comércio. A Defensoria Pública da União ocupa um edifício inteiro ao custo de R$ 1,4 milhão por mês.

A assessoria da CNC informa que técnicos da Caixa fizeram a avaliação do imóvel e o avaliaram, para locação, em R$ 1,8 milhão – a CNC fez um desconto de R$ 400 mil mensais.

A DPU existe há 18 anos e conquistou autonomia orçamentária em 2013. Atua na assistência jurídica e extrajudicial gratuita para cidadãos em todas as instâncias judiciais do País.


Sem cortes: Fazenda vai pagar R$ 1,4 milhão de aluguel para Procuradoria
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Leandro Mazzini

A nova sede da PGFN - um edifício inteiro, à esquerda, no bloco de quatro recém-erguido na Asa Norte.

A nova sede da PGFN – um edifício inteiro, à esquerda, no bloco de quatro recém-erguido na Asa Norte.

Na mesma semana que a equipe econômica da presidente Dilma Rousseff anunciou corte de R$ 69,9 bilhões no Orçamento da União, prevendo aperto financeiro para todos os programas – inclusive os sociais – a Fazenda iniciou a ocupação de um edifício moderno de 14 andares em Brasília como nova sede da sua Procuradoria Geral, pelo qual vai pagar R$ 1,4 milhão por mês de aluguel.

O primeiro aluguel já foi pago este mês, e o valor é com desconto para os primeiros 24 meses – cujo valor do contrato passará após esse período para módicos R$ 1,82 milhão, confirma a assessoria da PGFN. O edifício acaba de ser construído pela Confederação Nacional de Comércio, Bens e Serviços (CNC).

Ainda de acordo com a assessoria da PGFN, o contrato de aluguel vai até outubro de 2019, e comunica que ‘em cenários como o atual, a PGFN analisa constantemente a possibilidade de revisão de seus contratos’.

OUTROS CASOS

Pelo visto, rodando o Plano Piloto da capital, o cidadão pode conferir que ministros e diretores de órgãos ligados diretamente à Presidência da República esnobam o esforço de Dilma Rousseff e equipe econômica para cortar custos, e mantêm aluguéis milionários às custas da União.

Funai - Sede suntuosa em total contradição com as ocas das tribos

Funai – Sede suntuosa em total contradição com as ocas das tribos

É assim com Fundação Nacional do Índio, Ministérios da Pesca e da Integração, e a Procuradoria da Fazenda, para citar os principais casos. Os órgãos deixaram antigas sedes, onde tinham condições de funcionamento, para ocupar luxuosos edifícios recém-construídos.

A Funai ocupou há meses um prédio envidraçado de 14 andares. O prédio luxuoso passa longe em estética às ocas das tribos que deve atender. O vizinho Ministério da Pesca já trabalha para devolver o prédio, cujo contrato de R$ 500 mil foi fechado na gestão Ideli Salvatti – depois dela outros três ministros ocuparam a pasta.

Edifício alugado para secretarias da Integração, na Asa Norte - Ministério já procura outro prédio da União.

Edifício alugado para secretarias da Integração, na Asa Norte – Ministério já procura outro prédio da União.

Embora ocupe o bloco E da Esplanada, a Integração mantém há três anos parte de suas secretarias no Edifício Celso Furtado, de três andares, na Asa Norte de Brasília, também semi-novo, pelo qual paga R$ 873.969,70. Teve reajuste significativo: há dois anos eram R$ 750 mil/mês.

A assessoria da Integração informa que o contrato vai até outubro de 2016, e que já avisou à Secretaria de Patrimônio da União que procura prédio do Governo para ocupar. Procuradas, as assessorias da Funai e da Pesca não retornaram.


Renan selou destino de Lages, ex-MTur, sem pedir pasta ao Planalto
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Leandro Mazzini

Foto: MTur

Foto: MTur

Nos corredores do gabinete presidencial do Congresso Nacional não houve surpresa sobre a chegada do ex-ministro do Turismo Vinícius Lages à Casa, um servidor de carreira apadrinhado pelo senador Renan Calheiros (PMDB-AL).

Engana-se quem aponta biquinho de Renan para a presidente Dilma ao recusar a presidência dos Correios ou da Conab para o apadrinhado que deixou o Turismo.

Em nenhum momento Renan pediu cargos para ele ao Planalto. Pelo contrário, as relações andam amargas com a presidente a ponto de Renan se recusar a atender os telefonemas da chefe da nação em pelo menos duas ocasiões conhecidas.

A nomeação de Lages para chefe de Gabinete do presidente do Senado foi decidida há 17 dias, quando Renan exonerou a então inquilina no cargo, Emília Ribeiro, como adiantou a Coluna.


Presidente do PMDB confirma seis ministérios para o partido
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Leandro Mazzini

O presidente em exercício do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), confirmou nesta quinta-feira que o partido  ficará mesmo com seis ministérios, incluindo o da neófita Kátia Abreu (PMDB-TO), futura comandante da Agricultura.

O Planalto vai manter o nome de Kátia para a pasta, apesar de  frentes contrárias patrocinadas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e parte do continuarem contrariados.

Há anos a senadora Kátia Abreu vem trabalhando escancaradamente para ser ministra da Agricultura. Saiu do DEM e da oposição, não deu certo no PSD – afinado com o Planalto – e então baixou no PMDB. Mais que isso, só faltou se filiar ao PT para beijar a mão da presidente Dilma.