Crise Olímpica: Comitê Rio 2016 ignora TCU e exclui APO de reuniões
Leandro Mazzini
Um clima de constrangimento toda a cada dia os profissionais e os órgãos envolvidos nas reuniões sobre os Jogos Olímpicos de 2016 no Rio.
O Comitê Rio 2016 simplesmente ignorou a determinação do Tribunal de Contas da União sobre acompanhamento de projetos e execuções, e excluiu das reuniões e decisões a Autoridade Pública Olímpica (APO), órgão federal criado para o monitoramento.
O último episódio ocorreu na Sexta-feira, 27. O Comitê Rio 2016 cancelou a reunião semanal que ocorreria e não convidou a APO para participar de outro encontro, que teria como pauta as obras em Deodoro, Zona Oeste do Rio, no setor militar.
Compõem esse Comitê a APO municipal, Maria Sílvia Bastos, com o secretário-executivo do Ministério dos Esportes, Luiz Fernandes, com o chefe da Casa Civil do Governo, Régis Fichtner, e o gestor do comitê, Leonardo Gryner.
Recentemente, o ex-ministro Marcio Fortes, nomeado APO pela presidente Dilma, deixou o cargo insatisfeito. Em reuniões há alguns meses com ministros em Brasília, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, e o governador Sérgio Cabral deixaram claro, para várias testemunhas, que ‘não precisamos de um APO’, em relação ao monitor federal.
Há poucos dias, o TCU, em relatório, alertou para o perigo de encarecimento das obras, tal como ocorreu no Pan 2007, cuja previsão inicial total de R$ 410 milhões saltou para estupendos R$ 3,2 bilhões às vésperas do evento, por pagamentos imediatos e urgência para concluir obras atrasadas.
O relatório do TCU também cobra do comitê a ‘matriz de responsabilidade’, um relatório detalhado com valores de obras e prazos, para evitar que se repita o erro do Pan – quando, sem matriz , o governo federal acabou arcando com as despesas finais e maiores.