Coluna Esplanada

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Prefeito doou R$ 3,1 milhões para time que dirige, ligado a senador
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Leandro Mazzini

(Leia a coluna de hoje abaixo desta reportagem)

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O dirigente Paulo Cézar (D), ex-prefeito de Nova Serrana, ano passado no helicóptero do senador Zezé Perrella, o patrono do clube em Minas

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Paulo Cézar: ele é candidato à Federação Mineira de Futebol

Uma prova de que mandatários e cartolas tabelam no gramado com jogadas nem sempre dentro do ‘regulamento’, e que futebol & política em alguns casos entram no mesmo campo. Mas com gol contra o povo.

O então prefeito de Nova Serrana (MG) em 2011, Paulo Cézar de Freitas (PDT), avalizou uma doação de R$ 3,18 milhões para o Nacional Futebol Clube, cujo grande incentivador e patrono é o seu amigo e aliado, o senador Zezé Perrella (PDT-MG).

O convênio, não divulgado e longe da lupa da Câmara de Vereadores, foi fechado em 2010 e envolveu repasses mensais para o clube que hoje tem como presidente de honra e mandachuva o próprio ex-prefeito Paulo Cézar. O contrato, de posse da Coluna (veja abaixo), tem assinatura do então prefeito e comprova depósitos de até R$ 270 mil por mês ara o clube, entre Junho de 2011 a Dezembro de 2012.

O time acaba de estrear na 1ª Divisão do Campeonato Mineiro, domingo passado em Belo Horizonte deu um sufoco no campeão Atlético Mineiro, mas perdeu de virada. A despeito da estreia, o Nacional tem uma trajetória tão misteriosa quanto a bolada que o prefeito lançou na área. Virou um time ‘cigano’: criado em 2010 por Amarildo Ribeiro em Coronel Fabriciano, passou também por Patos de Minas e hoje está em Muriaé.

Mas foi em Nova Serrana, num período mediano entre as duas últimas cidades, que o rumo administrativo mudou, onde os políticos passaram a mandar no clube.

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Ali, o Nacional ganhou estádio, com emenda de bancada (R$ 30 milhões) patrocinada por Zezé Perrella, e também a verba do prefeito – não há notícias como o dinheiro foi investido, porque Paulo Cézar se negou a falar com a Coluna.

Perrella tornou-se um patrono do clube. Como cartola do Cruzeiro (ainda é), em 2010 cedeu jogadores da Toca da Raposa para o novo time, foi homenageado seguidas vezes, e até o estádio de Nova Serrana leva o nome do senador. Mas o time saiu da cidade quando Paulo Cézar perdeu a eleição e a prefeitura. E pôs o pé na estrada, literalmente, atrás de nova sede.

 

A ligação entre os dois políticos é tão latente que era no helicóptero da família Perrella (foto acima) que Paulo Cézar viajava para fazer negócios pelo clube e encontrar novo estádio. (É a mesma aeronave apreendida pela PF no Espírito Santo, com 442 kg de cocaína, mas o fato não tem a ver com o clube e estes personagens, evidente). Fincaram pé em Muriaé, cidade que tem um clube homônimo e estádio tinindo de novo, mas não tinha time. Agora tem, importado.

Procurado, o senador diz não ter ligação com o time (apesar de tudo supracitado) e diz que emprestava sua aeronave para quem quisesse. Paulo Cézar foi procurado seguidas vezes, conversou com a equipe em três momentos, mas não quis mais falar com a Coluna tampouco explicar os repasses. Ele é candidato a presidente da Federação Mineira de Futebol.

 

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O início dos repasses pela Prefeitura, em Junho de 2011, em parcelas mensais. Começaram com R$ 80 mil e depois pularam para valores entre R$ 200 mil e R$ 270 mil mensais, até o último dia de governo do prefeito

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APAGÃO OU FALHA?

Queimaram os ouvidos do ministro Edison Lobão ontem com o apagão que atingiu vários Estados. A presidente Dilma, possessa, não quer saber disso em véspera de Copa e eleições. A ordem no governo é falar em ‘falha’, diferente do racionamento do governo FHC… Mas uma coisa é igual: incompetência energética!

MEU PAIZÃO 

A filha de Dimas Toledo, ex-presidente de Furnas, é um fenômeno profissional na estatal. É a engenheira civil Fabiana Toledo, aprovada em 2º lugar num concurso há três anos – havia duas vagas para Técnico em Comercialização de Energia. Há um ano, foi criada a diretoria de Novos Negócios, e a moça, alçada a assessora especial. Agora que a patroa saiu, a Toledinha tornou-se chefe do departamento.

CALOTE

Um figurão da sociedade paulistana deu calote de R$ 1.409 no famoso Rubayat dos Jardins. À ocasião, disse que esquecera os cartões e ‘pendurou’. Há meses a nota está lá.

RUMO AO PARANÁ 

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, prepara o secretário-executivo Genildo Lins, para substituí-lo, mas só depois da reforma ministerial. Ele não quer deixar a pasta entrar no jogo partidário de PT x PMDB. Ele quer coordenar a campanha da esposa, Gleisi Hoffmann, ao governo do Paraná.

VISTA GROSSA

Apesar da gritaria das bases, o PMDB – um partido municipalista – deve fazer vista grossa no Congresso na análise do veto da presidente Dilma à criação de 188 novos municípios, diz o líder no Senado, Eunício Oliveira (CE). A frente de prefeitos de capitais é contra, lembra o senador, e a proposta ‘é muito ampla’, deve ser melhor discutida. Ou seja, recriada e começar do zero. Mas ele avalia ser necessária: ‘Há distritos hoje maiores que as cidades. No Ceará tem um caso’.

VIDA BOA

Servidores do TCDF iniciaram campanha pela demissão do conselheiro Domingos Lamoglia. Empossado em 2009, só trabalhou 3 meses, e desde então está afastado, porém recebendo, porque é alvo da Justiça no esquema do Mensalão do DEM.

PONTO FINAL

Piada em Brasília: Acabou a Operação Tartaruga da PM. Agora é que não aparece nenhum policial nas ruas.


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