Coluna Esplanada

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Condenados e apenados, mensaleiros colecionam honrarias
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Leandro Mazzini

aliedo

Charge de ALIEDO – http://aliedo.blogspot.com

Apesar de condenados em ação penal e detidos em penitenciárias, oito mensaleiros ex-deputados mantêm dezenas de condecorações de respeitadas instituições – que não se moveram para cassá-las, contrariando muita gente de boa vida pregressa igualmente homenageada.

São Medalhas e Ordens do Mérito do Itamaraty, Ministério da Defesa e Assembleias Legislativas, entre outros.

A mais curiosa é Delúbio Soares, o ex-tesoureiro do PT. Em 2002, ele foi condecorado pessoalmente pelo presidente Fernando Henrique com e Medalha do Mérito do Trabalhador, por serviços prestados aos sindicatos brasileiros…

OS CAMPEÕES

O campeão é Pedro Henry, com 21 condecorações, e o vice é Pedro Correa, com 16 méritos. José Genoino soma oito condecorações. Bispo Rodrigues tem quatro. Valdemar da Costa Neto e Roberto Jefferson colecionam três, cada. Dez são as que moldam as paredes (em casa) de Romeu Queiroz..

ESTRANHO..

No site da Câmara, o deputado e ex-presidente da Casa João Paulo Cunha não tem nenhum registro. O mesmo para José Dirceu, que já foi chefe da Casa Civil do Planalto. O advogado Paulo Fernando Melo, de Brasília, que fez o levantamento, pretende protocolar a cassação das honrarias em cada instituição que concedeu os méritos.

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BICADAS NO PARÁ

Aécio Neves tem uma encrenca pré-eleitoral para resolver no Pará, que pode mexer com aliança nacional. O governador Simão Jatene (PSDB) quer Zequinha Marinho (PSC) como vice na chapa que disputará a reeleição, mas o DEM exige a vaga aos tucanos, com ameaça de romper nacionalmente na chapa.

jatene

Simão Jatene virou pivô de crise para os tucanos. Foto: ABr

EXPLICA-SE

É que o DEM vem definhando gradativamente nas últimas eleições e quer se agarrar aos palanques com grandes chances de vitória – o caso de Jatene no Pará – na tentativa dar sobrevida ao partido.

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PODER EM CHAMAS

Não é só o governador Silval Barbosa (MT) em perigo com a PF. Numa investigação recente, a polícia descobriu que um governador adora uma jogatina em cassinos no exterior, em hotéis seis estrelas em cidades onde só desembarca de jatinho.

1º TEMPO

O primeiro milagre da Copa da FIFA. Até a sexta-feira o Grupamento de Transporte Especial (GTE) da FAB, que transporta autoridades do governo, não recebera nenhum pedido de reserva de jatinho por ministros para levá-los a sedes de jogos.

ÁREA DE RISCO

Um jornalista deixou o anel na bancada da pia de um toillet da Câmara para lavar o rosto e, vupt!, sumiu em poucos segundos. Estavam no local dois deputados e dois assessores. Quem levou, avisa a vítima à Coluna, se deu mal. É aço barato.

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PRA INGLÊS VER

trem

Às vésperas da Copa, secretaria corre para fixar avisos e placas para estrangeiros nos trens e metrô do Recife

Só nesta sexta, a duas semanas do início da Copa, a Superintendência Regional de Trens Urbanos do Recife autorizou por estupendos R$ 170 mil a Supply 7 a confeccionar placas em inglês para fixar nos trens, a fim de orientar os turistas estrangeiros. Se houver gringo no trem, será novidade. Se haverá tempo ou não, o turista que se vire.

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OUTRA DE LULA

O ex-presidente Lula passou em La Paz, quinta, e em palestra avisou que quer ser propagador do exemplo da Bolívia na América Latina. O país, para lembrar apenas um tópico, persegue os adversários do governo Evo Morales a ponto de forçar as suas fugas por ameaças de morte. Mais de 200 pediram asilo político apenas no Brasil.

MEMÓRIA

Luiz Vásquez, o ex-ministro da Justiça da Bolívia no governo Tuto Quiroga, lembrou a este repórter que seu país exporta até US$ 12 bilhões por ano de cocaína, e as forças policiais e governistas são impotentes diante dos cocaleros.

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camarote

FIFA tem cobrado até US$ 12 mil por cabeça para empresas que querem comprar camarotes, como na Arena de Brasília

NA CANELA!

Empresas estão assustadas com os preços exigidos pela FIFA nos estádios. A entidade cobrou US$ 12 mil por cabeça para que uma grande corporação alugasse um camarote de 40 lugares num estádio. E sem qualquer menção à marca. Não fecharam negócio.

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PONTO FINAL

No Brasil é assim: criminoso coleciona honrarias, e o trabalhador, horas-extras.

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“Sou privatizante para tudo que for possível”, diz pré-candidato do PSC
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Leandro Mazzini

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Revelação nas últimas pesquisas de intenção de votos feita pelos grandes institutos – numa delas já bate quase 4% – o vice-presidente do Partido Social Cristão (PSC), Pastor Everaldo, é um dos nomes que disputará o cargo de presidente da República nas eleições de outubro.

Formado em Ciências Atuariais pela Faculdade de Economia e Finanças do Rio de Janeiro, o pré-candidato revela sua ideologia e projetos.

Em entrevista à Coluna Esplanada, ele detalha como guiará sua campanha ao Planalto, e como planeja defender as tradições cristãs; revela-se liberal e defende a privatização em todos os setores os quais não são essenciais para o governo. Ataca a gestão Dilma Rousseff: ‘O ciclo deste governo acabou (..) não tem credibilidade’, e diz que o PT se distanciou do povo, ‘esse governo deve servir ao cidadão e não se servir’.

Tem um discurso fortemente religioso, mas por ora confessa que está sem coligação, o que, segundo ele, não atrapalha seu projeto: ‘me preocupo apenas com o que tenho’.

Com Pastor Everaldo, a Coluna abre uma série de entrevistas com os presidenciáveis que será publicada até o dia da eleição.

O que o motivou a ser pré-candidato a Presidência da República?

Em 2011, o Partido Social Cristão, vendo o governo que foi montado, verificou que ele não atendia as expectativas da população brasileira. Observamos que o Estado foi aparelhado para atender interesses do partido que ganhou as eleições. Numa discussão interna foi escolhido um nome para pré-candidato. Isso se configurou em 14 de maio de 2013, com o anúncio oficial da nossa pré-candidatura.

Foi uma decisão do partido ou uma decisão pessoal também?

A decisão foi do partido. Nós aceitamos a indicação do nosso nome porque verificamos que a sociedade brasileira estava esperando por uma mudança e a mudança esperada não aconteceu com o governo atual. Havia promessas que não foram cumpridas no governo instalado. Constatamos que o Brasil precisava de uma mudança política cidadã, uma política com decência, com novas ideias, com ética e com moral didática. Um país como o nosso, onde um cidadão de bem está dentro de casa e o bandido solto na rua, tem alguma coisa errada. Então é isso que a população quer: uma mudança em atendimento aos seus anseios. Hoje o governo está se servindo do Estado e se servindo da população. E nosso paradigma é que o governo deve servir a população e não ser servido. Nós representamos essa alternativa de mudança para o país.

Qual a é a Bancada do PSC hoje no Congresso?

Em 2002, nós elegemos um deputado federal. Em 2006, elegemos nove deputados federais. Em 2010, dezessete federais e um senador. Hoje nós temos 13 deputados federais e um senador.

O PR, por exemplo, tem uma iniciativa de se mostrar independente no Congresso e lançar uma campanha “volta Lula”; Seria essa também uma vertente seguida pelo PSC ou não?

O ciclo deste governo acabou. O povo quer mudança e nós acreditamos que somos uma alternativa. Faremos um governo com decência, com ordem, com honestidade, com respeito ao cidadão, com respeito à família brasileira e aos valores tradicionais. Somos a favor da liberdade de imprensa, a favor da liberdade de opinião e do Estado de direito.

A questão da defesa dos valores da família brasileira é um dos parâmetros do próprio PSC, que teve no último ano um grande ícone no Congresso Nacional, o pastor Marco Feliciano.

Na realidade, o PSC sempre defendeu essas causas e, naquela oportunidade, democraticamente e sem nenhuma articulação política, sobrou a Comissão de Direitos Humanos. Indicamos o deputado Marco Feliciano, que foi escolhido pela Bancada, e montou a Comissão para funcionar para todos os segmentos da sociedade. A Comissão, até então, servia uma parcela dos seus interesses.

Em algum momento o partido cogitou lançar o pastor Feliciano como candidato a presidente?

Ele colocou o nome dele à disposição, mas o partido entendeu que o melhor nome para disputar a Presidência seria o meu.

Qual será a bandeira do candidato pastor Everaldo na campanha, além da defesa dos valores da família?

A bandeira é a verdadeira mudança: passar a um Estado que sirva a população e não se sirva. Defender amplamente os direitos da vida, da família. Atualmente, a família brasileira precisa trabalhar mais de 150 dias por ano para pagar impostos. Somos o quinto país com maior carga tributária do mundo e na prestação de serviços somos um dos últimos colocados. Não pode continuar desse jeito.

O senhor concorda com a política econômica e monetária do governo ou não?

A pior situação que vivemos é o desarranjo na política fiscal do país. Não temos um macro estudo de planejamento do país. Não pode ficar oferecendo analgésicos, tem que descobrir o cerne da questão.

Qual seria a solução imediata ou em médio prazo para a economia?

Um exemplo para mim é o Itamar Franco. Ele pegou o país numa situação realmente difícil e “pensou” o Brasil, tanto que elegeu um sucessor de outro partido. O Fernando Henrique desenvolveu o Plano Real, que foi um motivador de estabilidade econômica no país. Então, nós temos que conciliar um governo de coalizão nacional, pegar todos os segmentos da sociedade e fazer um planejamento a longo prazo.

O senhor tomaria medidas impopulares se fosse eleito? Como cortar ministérios e custos?

Não adianta a gente querer enganar a população. Nós temos que fazer um ajuste fiscal de verdade. Chamar os governadores, chamar todas as forças da sociedade e fazer uma ação. Precisamos evitar de todas as formas o desemprego e incentivar o setor produtivo, tirando o estado intervencionista. Se deixarmos o setor produtivo trabalhar, o setor vai fazer isso bem feito, porque é isso que tem garantido a nossa balança comercial. Infelizmente, onde o Estado chega, a ineficiência tem chegado também.

O senhor está dizendo que faltou planejamento e diálogo da presidente com o povo?

Faltou diálogo e também tornar efetiva as soluções apresentadas por todos os segmentos, inclusive o setor produtivo. É preciso pensar o país daqui a cem anos, porque não adianta pensar no imediato. Por isso não vale fazer qualquer coisa apenas para se manter no Poder, tem que pensar no Brasil.

Quem está ao lado do senhor nesse discurso? O PSC estará sozinho ou vai ter uma coalizão?

Por enquanto eu estou sozinho, mas tudo que soma é importante. Eu não me preocupo com o que não tenho, me preocupo apenas com o que tenho.

Como que vai ser sua campanha?

Pretendemos juntar todas as forças que acreditam na gente. Eu já viajo o Brasil o tempo todo. Para mim, tem gente que prioriza as grandes cidades, eu não desprezo as pequenas coisas. Eu priorizo os princípios cristãos, e Jesus nos deixou princípios.

O senhor acha que, independentemente da política, o Brasil está perdendo seus princípios cristãos?

Está faltando princípios de forma geral. Não apenas princípio cristão, mas moralidade, ética no serviço público. Essa roubalheira, essa corrupção que estamos vivendo hoje no país é falta de princípio ético. Um dos princípios de Jesus é “amar ao próximo como a ti mesmo”. Então, se eu devo amar meu próximo, eu não vou roubar ele. Essa é a ética da humanidade, ética do respeito, então, nós como cristãos vamos botar em prática o máximo que pudermos esses princípios.

O senhor surge na imprensa como o pré-candidato de um segmento forte na sociedade brasileira, que são os eleitores cristãos. Como é que está a interface do senhor com as igrejas?

Eu sou evangélico. O presidente do partido no Congresso é católico. Primeiro vice, evangélico. Segundo vice, católico. Terceiro vice é um dos fundadores de São Paulo e é espírita. O PSC é um partido político, não um partido religioso. Haverá uma atenção especial para todo brasileiro que queira mudar esse país, seja cristão ou não cristão. Quer a mudança? Quer um governo cidadão e que mude e melhore esse país? Então nós vamos focar nisso.

Se o senhor for eleito como presidente vai continuar com a política de concessão?

Concessão de verdade!

O que seria concessão de verdade?

Enquanto esse governo é estatizante, eu sou privatizante. Tudo que for possível passar para iniciativa privada e para o empreendedor brasileiro, nós vamos passar. Agora, as concessões que são feitas hoje são com dinheiro de quem? Do BNDES…

Isso não acontece porque os próprios investidores estão com medo de investir e o governo apoia essa opção?

O problema todo é o seguinte: o governo não tem credibilidade. Nós vamos ser claros e sem ficar dizendo ao empreendedor qual lucro ele vai ter. Não existe isso. Tem que regular para que o serviço seja prestado. As agências reguladoras priorizam a negociação política e os responsáveis não fiscalizam ninguém. Tem que privilegiar os funcionários públicos, de carreiras, os técnicos, pagar bem os salários dos funcionários para poder cobrar. É assim que tem que funcionar! O brasileiro já trabalha demais, paga muitos impostos e a produtividade só não é maior porque o governo não deixa ser.

O PSC é aliado do ex-presidente Lula?

Nós somos da base no Parlamento, mas somos um partido independente. Nas votações no Congresso, se tivesse algum projeto de interesse do povo a gente votava a favor, quando era contra a gente votava contra.

A campanha política para a Presidência da República é muito cara. Como é que vai ser a sua campanha? Vai ser a conta gotas ou o senhor tem caixa, vai buscar o financiamento?

Eu sempre cito uma passagem bíblica sobre a multiplicação dos peixes. Primeiro: Jesus nunca trabalhou sozinho, tinha uma equipe com ele. Segundo: ele podia falar uma palavra e todo mundo estaria alimentado, mas ele preferiu organizar o povo. Ou seja, planejamento e organização. Terceiro: Jesus nunca olhou para o que ele não tinha. Com esse princípio, o que eu tenho eu vou colocar em frente. Toda forma de contribuição legal nós vamos fazer normalmente como todo mundo faz.

O STF já endossou e agora só falta a conclusão da votação no Plenário sobre proibir financiamento privado para candidatos e comitês. O senhor é a favor ou contra?

Eu sou a favor do financiamento como é hoje, mas com transparência total. Para mim, a legislação é suficiente, só basta aplicar o que existe. Hoje não dá pra entender porque querem que mudem isso. É estranho a OAB defender dessa forma porque os que chegaram ao poder foram em função desse financiamento. Isso é antidemocrático, porque nas maiores economias do mundo as contribuições são declaradas. Nós temos que ser o mais transparente possível e não sonegar informações a população.

Se o senhor não for ao segundo turno, vai se aliar a quem? Ao PSB, PSDB ou ao PT?

Eu nem pensei nessa hipótese. Eu tenho tanta convicção de que vou para o segundo turno nas eleições que não pensamos nisso.

Como que o senhor vai tratar as questões do aborto e célula-tronco nas eleições?

Eu sou a favor da vida desde a sua concepção.

E em casos de anencéfalos e estupro?

O que já existe hoje na legislação em casos de estupros é suficiente. Já a anencefalia são casos extremamente excepcionais.

E pesquisas com células-tronco?

Eu sou favorável. Toda ciência que existe é uma coisa que Deus quer que as pessoas desenvolvam. Então, quando o homem descobre as tecnologias para preservar a vida é porque Deus permite. Tem que investir mesmo em pesquisas e estudos na área científica. Inclusive, no Brasil a gente dá pouco valor aos nossos cientistas. Estão indo para fora porque o Brasil não oferece espaço. Eu sou favorável a investir maciçamente na educação básica. Eu estudei em escola pública, mesmo sendo da Comunidade eu trabalhei em camelô da feira, servente de pedreiro, Office boy, mas tinha uma escola pública de qualidade. Então, eu pude subir na vida, me formar e aprender. Um exemplo são a Coréia do Sul e o Japão pós-guerra: 60% do orçamento vão para a educação.

Sobre a Maioridade penal, o senhor é a favor da redução?

Sou a favor. Ainda estou estudando sobre o assunto, mas temos um bom exemplo do sistema penitenciário americano: fez o crime, vai pagar por aquilo independentemente da idade. Entrando em outro assunto, eu sou a favor da privatização dos presídios. No Brasil já tem experiências que estão dando 100% certo.

O senhor é a favor de privatização ou concessão de presídios?

Da privatização. A segurança é o foco que nós vamos colocar como prioridade. Vamos chamar os governadores, as polícias civis, militares e federais, e fazer um pacto, utilizar toda a inteligência possível para organizar a situação da segurança pública. Hoje o cidadão de bem está preso dentro de casa e o bandido está solto. Não é possível que um oficial da polícia militar seja espancado sem poder reagir. Não é possível aquilo que aconteceu na Rocinha dia desses, no Rio de Janeiro, uma viatura cercada por meia dúzia de bandidos que quebraram a viatura toda. Isso não pode. Nós temos que, naturalmente, corrigir os funcionários públicos e policiais que desviam da rota, mas também temos que tratar bem, porque policial hoje está desmoralizado. O governo inverteu a ordem das coisas. Não sou a favor de espancamento, mas a polícia precisar ter respaldo para combater a criminalidade no Brasil.

E a PEC 300?

O PSC defende a PEC 300 (que cria piso nacional de salário para PMs e bombeiros). Ela é necessária porque há 11 anos cerca de 40% da renda nacional estava concentrada no governo federal. Hoje, são quase 70%. Então, eu defendo uma reforma tributária e um pacto federativo para dividir aos Estados.

Suas considerações sobre a saúde e a educação. O que pode mudar?

Na educação nós temos que estabelecer uma meritocracia, com participação das famílias. Não o enlatado que vem do Ministério da Educação, que serve para o Rio de Janeiro e não serve para o Maranhão, serve para o Maranhão mas não serve para Santa Catarina. Um município precisa aplicar, no mínimo, 25% do seu orçamento na educação. O governo neste ano destinou apenas 3,8 do orçamento para educação. A mesma coisa na saúde. Então, educação em todos os níveis. Tem que fazer uma base forte com ajuda da família. Hoje nós temos o exemplo de estudantes que vão fazer a prova do Enem e não sabem escrever uma redação. Vergonhosamente, saiu uma reportagem há um mês na Folha de S. Paulo com um relatório do MEC no qual aponta que, nos últimos dez anos, 30 mil escolas foram fechadas na área rural. Estão faltando mais de 300 mil professores de matemática e mais de 4 mil professores de português no ensino básico. Na saúde, o funcionário não é valorizado. O imposto para remédios no Brasil é de aproximadamente 30%. O remédio para quem precisa tem que ser desonerado, custo zero.

Acredita que o SUS é um bom modelo ou deve ser mudado?

Lamentavelmente, nós chegamos nesse caos. É aquilo que falei no início, não houve planejamento. Era previsível, a população cresceria e iria precisar de mais médicos aqui e acolá. Isso é desenvolvimento! Por que o ministério da educação nos últimos anos não liberou mais vagas em medicina? Porque lamentavelmente já tinha um comboio para poder privilegiar um governo ditador que não respeita os direitos humanos. É necessário planejar para o futuro.

O senhor conseguiria fazer uma reforma em dois anos?

Nessa reforma política a gente defende o fim do voto obrigatório, o fim das coligações proporcionais e a unificação das eleições. Isso para começar. Não adianta querer fazer uma reforma política radical. Tudo tem que ser feito com prazo e devagar, mas uma hora tem que fazer. Não é possível que lá no Congresso discutam a reforma política há quase 20 anos e ainda não aprovaram. Se a gente quer construir um Brasil realmente desenvolvido tem que haver planejamento. O governo é quem tem atrapalhado o brasileiro a se desenvolver.

Pretende continuar com o Bolsa-família se for eleito presidente?

Nós focamos o seguinte: vamos dar a bolsa-família para que as crianças sejam mantidas na escola. O nosso foco é a educação. Jamais vamos deixar os brasileiros com fome, dou a minha palavra, mas temos que estudar uma saída para isso.

Com Luana Lopes.

 

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PSC e Feliciano tentam agenda com grupos GLBT
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Leandro Mazzini

Numa primeira iniciativa para minorar a polêmica e tentar pacificar a relação com os grupos GLBT – Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros no caso da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, o PSC e o deputado Marco Feliciano (SP) vão propor oficialmente ‘uma agenda positiva’ a partir desta semana.

De acordo com o secretário-nacional do PSC, Antonio Oliboni, o parlamentar ‘já manifestou o desejo’. A agenda inclui ‘sentar para conversar com as entidades e todos os representantes das minorias’.

Segundo a assessoria de Feliciano, há um esforço por parte do deputado para aproximação com os grupos, embora os primeiros contatos informais não tenham tido sucesso.

A ideia surgiu diante da decisão de Feliciano de não renunciar na Comissão, apoiado pelo partido. ‘Não queremos discriminar ninguém. O PSC é um partido cristão’, diz Oliboni.

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AGU

É pule de dez a ida do jovem advogado Beto Vasconcelos para a Advocacia Geral da União. A incerteza é quanto tempo dura Luís Adams, por demissão ou promoção.

TAÇA QUEBRADA

Agentes de recente operação têm foto que compromete um ministro figurão. Ele em sua casa, um subordinado enrolado e um homem – depois detido – brindando bom vinho.

E FUX CHOROU.. 

Não se sabe o que conversaram José Dirceu com o então candidato ao Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux. Será eterno mistério. Mas isso aconteceu: Quando chamado pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, Fux entrou no gabinete e caiu num choro compulsivo ao ouvir: ‘Quero cumprimentar o novo ministro do STF’. O ministro Cardozo, assustado com a repercussão imediata da notícia no amigo, pediu água e já desandou a falar: ‘Olha, vamos lá na Granja do Torto conversar com a presidente, mas não vá me chorar na frente dela!’. O juiz se segurou.

BARBOSA INCONFIDENTE

O presidente do STF, o mineiro Joaquim Barbosa, será o agraciado pelo governo de Minas com o Grande Colar Tiradentes dia 21 na festa de Ouro Preto. A senadora Ana Amélia (PP-RS), Arno Augustin, do Tesouro, Pezão, do Rio, vão receber a Medalha.

ISTO É VERDADE 

‘Isto é Eduardo Campos, isto é PSB’, repetem as vinhetas do presidenciável socialista na TV. Entre críticas eleitoreiras, há um fato contundente: ‘Gastamos R$ 400 milhões por ano para manter termelétricas poluidoras’. É que a Eletrobrás, nos últimos anos, só licitou térmicas a carvão, com leniência do Ibama e do Ministério de Minas e Energia.

REDE BALANÇA

Marina Silva, que tenta fundar a REDE até Outubro, disse a aliados que pretende aparecer hoje no Congresso Nacional para constranger as bancadas que querem aprovar a lei que tira tempo de TV dos novos partidos. O projeto pode entrar em pauta amanhã.

ÓRFÃOS

Muitos políticos brasileiros vão ficar órfãos em Paris. O Hôtel de Crillon, na Praça Concorde, fechou as portas por dois anos para reformas. No site da coluna, leia artigo de Pedro Nonato, correspondente na Europa.

PAJELANÇA  

Na carona do MST, várias etnias realizam o “Abril Indígena” esta semana em Brasília. Não se tem ideia do que podem fazer, mas um alvo é o Palácio do Planalto. Em contrapartida, comissão de deputados visitará a Raposa Serra do Sol, recém-demarcada.

PONTO FINAL 

E quem riu primeiro chora por último: Zé Dirceu..

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Secretário Nacional do PSC é a favor do casamento gay e revela que partido tem homossexuais
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Leandro Mazzini

Atualizada Terça, 16, 19h50: Em nota oficial do PSC distribuída na terça, 16, o secretário-nacional nega as informações e diz que sua fala foi distorcida. O blog confia na matéria do repórter Marcio Lima, que entrevistou pessoalmente o senhor Antonio Oliboni. Este colunista telefonou para o sr. Oliboni na Quarta, 17, e o secretário-nacional confirmou todas as informações publicadas. Explicou que é a favor do casamento como determina a lei, e isso inclui a união homoafetiva, e destacou que é a favor do mérito da lei no que concerne aos direitos adquiridos da pessoa na união oficial.

O pastor-deputado Marco Feliciano (PSC-SP), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal, começa a encontrar posições contrárias às suas dentro do comando do próprio partido.

Secretário nacional do Partido Social Cristão, membro da executiva e presidente do diretório em Minas – onde foi fundada a legenda – Antonio Oliboni revelou que é a favor do casamento gay e que o PSC tem homossexuais assumidos em seus quadros – no Rio, Bahia e Paraná. Diz ter “muitos amigos gays”, mas frisou que pessoalmente é contra a adoção de crianças por casais gays.  “A criança tem que ter a presença das figuras paterna e materna”.

Deve-se a Márcio Lima, de Belo Horizonte, a entrevista com o secretário-nacional, cedida ao blog. Conheça aqui o site do repórter.

As palavras não só vão de encontro às ideias de Feliciano como têm o peso do comando do partido. Oliboni falou autorizado pelo presidente , Vítor Nósseis.  O secretário-nacional ainda emendou que, se fosse deputado, votaria a favor da união homoafetiva.

As declarações, no entanto, não indicam que o PSC vai pressionar Feliciano, há o respeito à ideologia pessoal do deputado. “O Marco Feliciano é um bom rapaz e sua atuação como pastor tem sido confundida com sua atuação como político”, comentou. Perguntado sobre o fato de Feliciano ter dito em pregações ser o negro “amaldiçoado”, Oliboni o defendeu com o argumento de que isto poderia ter sido “uma afirmação que ele fez num culto, talvez para explicar alguma mensagem específica a alguns de seus fiéis naquele momento”.

A exemplo de outros partidos, o PSC grava filmes para inserções permitidas por lei na televisão em rede nacional. O partido não vai fugir à polêmica da presença do deputado Feliciano na Comissão de Direitos Humanos. Oliboni vai convidá-lo para reunião em BH para ajudá-lo na implementação “de uma agenda positiva”.

Memória – Antonio Oliboni foi secretário de Justiça do governo Anthony Garotinho no Rio de Janeiro. Foi afastado do cargo e respondeu a processo por improbidade administrativa no caso do escândalo do rei da quentinhas, que fornecia alimentos para presídios do estado. Voltou a exercer a advocacia e hoje é secretário executivo do PSC.

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Eduardo Campos faz ofensiva sobre partidos pequenos
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Leandro Mazzini

Com a candidatura a presidente cada dia mais irreversível, Eduardo Campos (PSB) faz ofensiva em convites a nomes de vários partidos. Um senador tucano foi sondado.

Iniciou conversa com os chamados ‘nanicos’. Hoje no PSC, Ratinho Jr. espera a ‘janela’ na reforma eleitoral para se filiar ao PSB e ser lançado vice do governador tucano Beto Richa no Paraná.

Escanteado pelo governo, o presidente do PRTB, Levy Fidelix, foi procurado pelo deputado Márcio França, presidente do PSB paulista, em nome de Campos. Levy Fidelix faz conta: os cinco partidos nanicos que podem se bandear para Campos tiveram 7 milhões de votos em 2010. São PRTB, PTC, PRP, PSL e PTN.

Já no Congresso Nacional, cresce a percepção de que Campos é tão competitivo quanto Aécio (PSDB). Após saída do deputado Cadoca (PSC-PE), mais dois devem deixar o PSC rumo ao PSB.

Enquanto Campos escancara o projeto, Aécio conversa discreto com possíveis aliados, hoje na base de Dilma. Caso de Lupi, do PDT, com quem almoçou recentemente.

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CERCO DA RECEITA 

A situação das contas da Assefaz, o plano assistencial de cinco categorias de servidores federais, ganha mais a pauta de reuniões em Brasília. ‘A gente não sabe o que está acontecendo, vemos com muita preocupação. É o plano de saúde da maioria dos analistas da Receita’, frisa a presidente do SindiReceita, Silvia Felismino. Há meses entidades como CGU e AGU acompanham de perto a suspeita de rombo de R$ 35 milhões na Assefaz. Apesar de ter mantido um suplente e um diretor financeiro na entidade, o SindiReceita ‘está sem informações suficientes’, diz Felismino.

BOLSO NOS TRILHOS

Não é novidade o drible dos ministeriáveis para ganhar mais, inclusive agora no 2º escalão. Além do salário de R$ 26723, o teto constitucional, Bernardo Figueiredo, da EPL, emenda um jetom de R$ 2.672 por participar de Conselho.

TÃO LONGE, TÃO PERTO

Apesar de separados por um PT, Sérgio Cabral (PMDB) e Aécio Neves (PSDB) conversam muito. Foi Cabral quem indicou o seu marqueteiro Renato Pereira para ele.

PREVISÕES

Ex-candidato ao Planalto (será?), o senador Cristovam (PDT-DF) vê Dilma forte. ‘Mas com quatro pilares enferrujados: Democracia que não funciona, estabilidade econômica ameaçada; transferência de renda que não emancipa; modelo econômico concentrador’.

PODER FEMININO 

Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) tomará posse na Procuradoria da Mulher do Senado, na Terça. Das 81 cadeiras, só oito são de mulheres. ‘Vamos bater muito na questão da reforma para dar mais voz e participação às mulheres na política’, antecipa.

BANQUINHA DE URÂNIO

Tem urânio saindo pelo ladrão no Amapá. A abordagem de vendedores da matéria-prima explosiva a “turistas” intermediários acontece nos hotéis da capital. Uma fonte da coluna foi abordada com oferta. A PF está de olho. Há suspeita de que “formiguinhas” embarcadas abastecem navios de bandeiras asiáticas aportados na costa.


Deputado do PMDB recusou secretaria de Cabral no Rio
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Leandro Mazzini

Cabral (D) e Filipe Pereira, na posse do secretário

A despeito da comemoração do PSC na pasta, o secretário da recém-criada Secretaria de Prevenção à Dependência Química do governo do Rio, Filipe Pereira, era a terceira opção do governador Sérgio Cabral.

A cúpula do PMDB agiu rápido para apagar um incêndio interno. Cabral ficou irado ao ouvir a recusa do deputado estadual Edson Albertassi para assumir a vaga.

Cabral pensou em seguida no deputado estadual Pedro Fernandes, mas foi demovido, apesar de ele ser conhecido na cidade. Então o governador foi convencido pelos pemedebistas a fazer um gesto de aproximação com o PSC.

A decisão de criar a Secretaria e nomear Pereira surgiu dia 28 de Dezembro, em almoço na Gávea Pequena oferecido pelo prefeito Eduardo Paes à cúpula do PMDB.

Filipe é deputado federal e filho do pastor Everaldo, presidente do PSC e um dos líderes nacionais da Assembleia de Deus – com potencial rebanho eleitoral.

O concorrido bolo de aniversário do Pastor Everaldo teve fila suprapartidária na Câmara esta semana. Mas quem anda magoado com ele é Cadoca, de Pernambuco, que foi rifado por lá.

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JÁ NAS LIVRARIAS

 

A guerra jurídica e política do julgamento da Ação Penal 470, o Mensalão, se estendeu às livrarias. Após o lançamento do livro de Merval Pereira, “Mensalão, o dia a dia do maior julgamento da história da política do Brasil” (Record), a Geração Editorial mandou para as vitrines “A outra História do Mensalão”, de Paulo Moreira Leite.


NÃO ACABOU

 

A obra de Moreira Leite aponta o julgamento como contraditório e político. A ponto de o ministro Lewandowski, do STF, enviar exemplares para amigos. Numa clara conotação de contra-ataque ao ministro-relator Joaquim Barbosa.


CAIXA FORTE

 

Apesar do ‘Pibinho’ e dos altos gastos correntes na Esplanada, a União tem R$ 176,6 bilhões na rubrica para investir em ‘restos a pagar’ de emendas e execução do Orçamento de 2012. As obras estão espalhadas por aí. Falta o dinheiro aparecer.

FREIO NA FARRA

Na esteira da reforma política, o procurador da Câmara, Cláudio Cajado (DEM-BA), apresentará projeto que reduz de 90 para 60 dias o tempo de campanha eleitoral.

DEDO NA TOMADA

Bem plausível. O federal Dudu da Fonte (PP-PE), ex-presidente da CPI da Conta de Luz, assume a Comissão de Minas e Energia da Câmara. E mira as elétricas.

TOGA & BATOM

A mulher cada vez mais no poder, com méritos, na nova diretoria do TRT do Rio a partir de Segunda. São quatro desembargadoras: a vice Maria das Graças Paranhos, a dirigente Ana Mª Moraes, a Corregedora Sonia Mello e a ouvidora Edith Tourinho.

QUASE LÁ

Ricardo Trípoli continua no PSDB, mas a próximos indica a clara insatisfação com a cúpula em São Paulo. Escanteado, o ex-vereador, ex-estadual e agora federal puxador de votos na capital pode se render à Rede de Marina Silva, caso se concretize.