Coluna Esplanada

Arquivo : reflorestamento

Grupo de trabalho do Governo cerca Samarco: limpeza e reflorestamento
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Leandro Mazzini

 

Foto: UOL

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O que saiu da reunião do comitê interministerial, de sete pastas, para caso Samarco/Rio Doce até agora:

Há como recuperar o rio, embora isso demore anos e exija trabalho ininterrupto, tanto dos Governos envolvidos quanto (e principalmente) da mineradora; O Ibama vai obrigar a Samarco a instalar filtro nas barragens e reflorestar as margens de todas elas, a curto prazo.


Governo pretende lançar a Secretaria Especial de Florestas
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Leandro Mazzini

A ministra Izabella no encontro com jornalistas em Brasília: País deve superar expectativas na COP21

A ministra Izabella no encontro com jornalistas em Brasília: País deve superar expectativas na COP21

Proposta deve constar do programa para a COP21 em dezembro. Alemanha vai aportar 32 milhões de euros
para reflorestamento no Brasil

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, revelou que estuda lançar a Secretaria Especial de Florestas, sob controle da pasta, como um dos esforços do governo do Brasil para um forte programa de reflorestamento em todo o País, a fim de neutralizar a emissão de carbono. O iminente anúncio pode ocorrer durante o após a passagem da primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, nos próximos dias 19 e 20, quando vai anunciar um aporte de 32 milhões de euros – cerca de R$ 100 milhões – para um fundo de preservação.

Será uma secretaria “dedicada às florestas e a implementação do Código Florestal em parceria com o Serviço Florestal Brasileiro”, complementou a ministra Izabella. “Nós estamos em negociação com os alemães. Com a visita da chanceler Angela Merkel, a expectativa é que gente possa anunciar iniciativas de cooperação”, declarou.

As iniciativas em comum devem consolidar a proposta do Brasil que será levada à COP21 em Paris em Dezembro , quando há possibilidade de a ministra anunciar a Secretaria de Florestas e outras ações do Brasil. A proposta será finalizada logo após a visita de Merkel , avalizada pela presidente Dilma Rousseff.

A novidade sobre a secretaria, o anúncio de nova concessão de florestas no Pará e o novo boletim do Cadastro Ambiental Rural mostrando avanços no setor foram os temas do 2º ENECOB – Encontro Nacional de Editores, Colunistas e Blogueiros, um network promovido pela Coluna Esplanada em Brasília no domingo e segunda, com os jornais de 23 capitais onde é reproduzida. O evento se iniciou com o Esplanada Lounge na noite de domingo no Hotel Kubitschek Plaza, em Brasília, com palestras do delegado federal Franco Perazzoni e do desembargador federal Ney Bello, representando respectivamente a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal, e a Associação de Juízes Federais do Brasil, apoiadoras do evento.

A ministra ressaltou que a entrega da Contribuição Nacional Determinada à Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima é um esforço conjunto da sociedade civil, setor privado e outros cinco ministérios.
“Há um envolvimento do ministério do Meio Ambiente, da Fazenda, Planejamento, Agricultura e de Minas e Energia”, explicou.

Para Izabella Teixeira, a principal ambição do Brasil como forma de contribuir para o meio ambiente e também levar para a Conferência do Clima em Paris é a taxa de reflorestamento.

“O desafio agora é começar a capturar (carbono) por reflorestamento”, afirma. Ou seja, menos gases causadores do efeito estufa na atmosfera. Ela destacou ainda que a restauração florestal é a oportunidade de se criar uma nova economia no Brasil: “Construir uma nova ação de desenvolvimento, onde a floresta em pé e a floresta restaurada com tecnologias gere emprego, gere desenvolvimento, gere inclusão social, portanto eu tiro da agenda o (desmatamento) ilegal”.

Graças a programas e leis criadas pelo governo a ministra destacou o protagonismo do Brasil comparado a outros países do mundo. A meta voluntária que o País assumiu internacionalmente é de diminuir até 2020 80% do desmatamento na Amazônia; foram alcançados 76% desse número, de 27 mil km2 de áreas desmatadas em 2004 para 4 mil em 2014.

“De 2010 a 2015 nós temos a cinco menores taxas de desmatamento da História da Amazônia, isso significa a maior redução de emissão de gases no mundo. Nenhum país fez o que o Brasil fez”, afirmou.

Outro ponto levantado pela ministra durante a palestra no ENECOB foi a tentativa do governo de acabar com o desmatamento ilegal. Ela acredita que o Cadastro Ambiental Rural (CAR) será imprescindível no auxílio ao combate do desmatamento.

“O Cadastro vai dar a base do que tem. Ele é um inventário nacional de florestas. Pela primeira vez estamos fazendo todo um mapeamento de florestas no País”, assegurou.

Além do Cadastro Ambiental Rural a ministra antecipou que está sendo proposto a implementação pelo Serviço Florestal Brasileiro do CAR-Carbono.

“O Ministério (do Meio Ambiente) vem colocando a ambição da taxa de reflorestamento, que terá que ser construída, não só da floresta em pé, mas do carbono capturado, como medir aquele carbono que está fixado? Esse é o desafio do Raimundo Deusdará (diretor geral do Serviço Florestal Brasileiro, também presente no Encontro)”, explicou a ministra. Para ela, além de ser possível com essa iniciativa medir o que tem de carbono em cada propriedade, o projeto também vai oferecer alternativas de desenvolvimento também para a agricultura brasileira.

O ENECOB teve o patrocínio da GOL Linhas Aéreas, Banco do Brasil, Kubitschek Plaza Hotel; UOL e Jornal de Brasília com media partners; e apoio da Claro, Associação dos Delegados de Polícia Federal, Associação dos Juízes Federais do Brasil e Serviço Florestal Brasileiro.


Crise hídrica: reflorestamento de nascentes ganha pautas municipais
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Leandro Mazzini

Devido ao cuidado com nascentes e esforço da população, o rio das Almas corre com águas límpidas dentro de Pirenópolis. Foto: UOL

Devido ao cuidado com nascentes e esforço da população, o rio das Almas corre com águas límpidas dentro de Pirenópolis. Foto: UOL

Principal estância turística no eixo Brasília-Goiânia, a pequena Pirenópolis (GO) tomou iniciativa fundamental em tempos de crise hídrica. A Secretaria de Meio Ambiente iniciou ontem reflorestamento de nascentes e monitoramento com limpeza permanente do rio das Almas, que corta a cidade – que tem águas límpidas no percurso urbano, diante do esforço da população para preservar o maior tesouro natural às portas de casa.

A partir de segunda-feira, a secretaria vai bloquear a encanação de esgoto de todas as residências ou comércio com rede clandestina. A cidade vai ganhar também cinco pontos voluntários de coleta seletiva de lixo.

Nesta Semana da Água, todo o trabalho envolve a população com voluntários, em especial alunos da rede pública – que na sexta plantaram 25 mudas de várias espécies no entorno da nascente da Santa, a 40 km da cidade, na Serra dos Pireneus. A meta é plantar 400 mudas no entorno da nascente – e outras centenas em pelo menos dez nascentes da região.

À frente do grupo, o secretário Arthur Abreu carrega as mudas para o plantio. Foto: divulgação

À frente do grupo, o secretário Arthur Abreu carrega as mudas para o plantio. Foto: Thalita Braga

O envolvimento da população tem sido significativo. “A importância deste evento é dar visibilidade as ações de Meio Ambiente no município, aproximando a sociedade do poder público, para juntos expandirmos a prática de sustentabilidade”, explica o secretário Arthur Abreu.

Nascente da Santa, em meio aos buritis ao fundo,que abastece a bacia da serra dos Pireneus e região: cerca em área de meio hectare para evitar entrada de animais, e 400 novas mudas.

Nascente da Santa, em meio aos buritis ao fundo,que abastece a bacia da serra dos Pireneus e região: cerca em área de meio hectare para evitar entrada de animais, e 400 novas mudas.

PELO BRASIL

A iniciativa de consciência ambiental e envolvimento dos cidadãos de Pirenópolis felizmente não é única no Brasil, comemoram ambientalistas.

Desde 2007, quando foi lançado o programa Conservador de Águas, ganhou destaque entre ecologistas e imprensa especializada o pioneirismo da cidade de Extrema, no Sul de Minas Gerais. A prefeitura passou a pagar um auxílio mensal a donos de propriedades rurais para reflorestarem e preservarem as nascentes e margens de córregos e rios.

Mas pequenas iniciativas assim dão resultado a curto ou médio prazos?  Sim, e prova disso é que a bacia hidrográfica da região de Extrema é responsável por parte do abastecimento do sistema Cantareira, que agoniza desde o ano passado. O cenário poderia ser pior se não houvesse investimento nas nascentes.

Região serrana de Extrema (MG), com vista o rio Jaguari, que corta a cidade: reflorestamento foi fundamental para ajudar o sistema Cantareira. Foto: divulgação

Região serrana de Extrema (MG), com vista o rio Jaguari, que corta a cidade: reflorestamento foi fundamental para ajudar o sistema Cantareira. Foto: divulgação

Recentemente, uma pesquisa conjunta da Embrapa, CNPq e Unicamp apontou o problema do sistema Cantareira. Os especialistas descobriram que há um déficit de árvores de 34,5 mil hectares  na região da bacia (cada hectare é do tamanho de um campo de futebol). A situação é tão dramática que apenas 10% do topo de morro e das margens do sistema Cantareira têm mata nativa.

Programas pontuais surgem a toque de caixa. No Espírito Santo, o Programa Reflorestar financia o replantio de mudas nas zonas rurais, com crédito inicial de R$ 7 mil para o produtor – e seguido o cronograma, há um auxílio de R$ 200 por hectare por mês para a preservação.

NA EUROPA

O reflorestamento de margens e nascentes ganhou a atenção dos mandatários da região Sudeste só agora que a crise hídrica atinge São Paulo e região metropolitana, e outras capitais. É tema antigo na Europa e trabalhado seriamente em todas as gestões. A maioria dos rios que cortam as capitais europeias estão totalmente reflorestados em seu percurso rural. E isso os revigorou.


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