Igreja e líder do PT pressionam Transportes para liberar ‘pau-de-arara’
Leandro Mazzini
Em pleno moderno século 21, o Brasil ainda sacoleja no pau-de-arara. Enquanto se discute segurança no trânsito, o governo está prestes a legalizar os caminhões de variados tamanhos que carregam como animais os lavradores, romeiros e famílias inteiras, em especial no Nordeste.
É o que informou há dias a seus fiéis Dom Fernando Panico, da Diocese do Crato, aliado do líder do Governo na Câmara, José Guimarães (PT).
O petista é o entusiasta da ideia de pressionar o Ministério do Transporte a baixar portaria. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e a Polícia Rodoviária Federal fecharam o cerco nos últimos meses e apreenderam dezenas de caminhões na região.
É uma tradição perigosa. Nestes caminhões, adultos e crianças sentam lado a lado, à beira da carroceria, sem qualquer equipamento de segurança ou sem proteção contra chuvas e sol, e viajam até por centenas de quilômetros.
Segundo Guimarães, após a legalização do pau-de-arara como “patrimônio imaterial” do Brasil, a ideia é abrir crédito nos bancos para motoristas comprarem vans e microônibus.
A Igreja faz forte lobby no Congresso e no ministério para a canetada da legalização. Milhares de romeiros deixaram de viajar a santuários, com o aperto da fiscalização.