Coluna Esplanada

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Força-tarefa por Jogos 2016 custará R$ 4 milhões por ano
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Leandro Mazzini

Passada a Copa da FIFA, o governo federal mira suas preocupações agora para o grande atraso das obras para os Jogos Olímpicos do Rio em 2016 – tanto atraso que fez o Comitê Olímpico Internacional pela primeira vez instalar um gabinete de monitoramento num país sede.

Mas na maratona contra o tempo, conota-se que o Palácio do Planalto resolveu criar a modalidade $alto sem Obstáculos: a presidente Dilma sancionou na última quarta (6) a Lei 13.020, que criou as Funções Comissionadas de Grandes Eventos (FCGE), o que acarretará em custos adicionais de até R$ 4 milhões por ano até 2017.

Serão 100 cargos comissionados destinados a servidores federais e militares, remanejados de seus órgãos de origem para a Secretaria Extraordinária para Grandes Eventos. Entre outras funções, em suma, caberá ao grupo planejar a logística de segurança pública – o que cabe à Prefeitura e governo do Rio – e em especial organizar a participação dos representantes do governo nos Jogos de 2016.

Ocorre que há três anos o Planalto criou a APO – Autoridade Pública Olímpica, justamente para fiscalizar as obras e representar o governo na organização – a APO, aliás, conta com servidores redirecionados, cargos em comissão, e sedes no Rio (prédio do BB, no Centro) e em Brasília (no CCBB).

CUSTOS

A priori, essa força-tarefa de 100 servidores custará aos cofres públicos R$ 372.912,20 até dezembro, quando… receberá aumento de gratificação. Ano que vem, serão R$ 398 mil por mês, que somarão mais de R$ 4,7 milhões só em 2015.

Além disso, esses cargos comissionados serão pagos pela rubrica de orçamento do Ministério da Justiça. Os servidores cedidos continuarão a receber seus salários dos órgãos de origem. Está estipulado no Parágrafo 3 da Lei sancionada. A turma baterá ponto na Secretaria até 31 de julho de 2017, um ano após o fim dos Jogos.

A FOLHA

Por enquanto, são 60 cargos comissionados para DAS 4, com adicional de R$ 4.764,89; 20 cargos para DAS 3 (R$ 2.677,48) e 20 para DAS 2 (R$ 1.673,46).

A lei, assinada por Dilma e avalizada por Miriam Belchior (Planejamento) e José Eduardo Cardoso (Justiça), prevê que as funções destinam-se a ‘atividades de direção, chefia e assessoramento’.

Questionada sobre os custos, cargos e funções supracitados, a assessoria da Casa Civil da Presidência, de onde saiu a Lei, limitou-se a informar que os dados estavam na publicação no D.O.

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otavio

Leite – o tucano está uma arara contra a presidente Dilma. Foto: psdb.org

ELEIÇÃO É.. 

Parece decisão eleitoreira. A presidente Dilma recuou e vetou a única emenda aprovada no SuperSimples, apresentada pelo deputado federal Otávio Leite (PSDB-RJ), sobre poder de capitalização de pequenas empresas na Bolsa e por fundos de investimentos ( saiba aqui ). “Não tenho dúvida de que a decisão foi política, para me prejudicar”, desabafa o parlamentar tucano, que virou uma arara. O deputado trabalhará para derrubar o veto no Congresso.

.. MINAR A OPOSIÇÃO

Otávio ficou revoltado, soube ontem à tarde por publicação, apesar de tudo combinado com governistas. Tivera o apoio do petista Cláudio Puty (PA), relator que dera parecer favorável. O ministro Afif Domingos, da Secretaria de Micro Empresas, endossara. Além de Luiz Barreto, do Sebrae, que comemorara. Por picuinha eleitoral, perdem o pequeno e médio empresário.

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UM LIXÃO ESTRUTURADO 

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Lixão da Estrutural – vergonha nacional a apenas 20km do Palácio onde foi assinada lei para seu fim. Foto: ABr

O Lixão da Estrutural, com 15 milhões de toneladas, fica numa cidade Satélite a apenas 20 km do Palácio da Alvorada, residência oficial da presidente da República. É só mais um dos 3 mil que ainda existem no Brasil apesar do prazo final de 2 de agosto para o fim dos lixões, dado pela lei da Política de Resíduos Sólidos. As prefeituras tiveram três anos para construir aterros sanitários.

Para piorar a situação , o Lixão é o maior da América do Sul e fica perto do Parque Nacional de Brasília, cujos mananciais abastecem 27% da capital. O Governo do Distrito Federal nada fez.

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 BIOGRAFIA & IMAGENS 

evandro

Evandro – histórias tão excelentes quanto as fotos

Evandro Teixeira ganhou biografia ‘Um certo olhar’, por Silvana Moreira e prefácio de Verissimo. Lança dia 5 de setembro em Salvador, e 24 no Rio. Mais premiado e fotojornalista brasileiro, Evandro tem histórias hilárias, como a da chegada do Papa João Paulo II ao Galeão em 1980.

ôH, SEU PAPA!

Evandro chegara atrasado à base aérea do Galeão, perdera a famosa foto do beijo no chão e soltou lá de trás ‘Beija aí de novo, seu Papa!’. Se ouviu ou foi intervenção divina, o Papa beijou novamente o chão. Quando provocado sobre o episódio, o fotógrafo ri e desconversa. Evandro é colaborador do site da Coluna, onde o leitor encontra fotos históricas e inéditas.

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GUERRA DAS PESQUISAS 

O governador Jaques Wagner (PT) comemorou ontem a decisão do TRE de liberar, após semanas, a pesquisa encomendada pelo seu candidato ao governo, Rui Costa. DEM e PSB pediram o embargo porque numa pergunta associou Rui a Lula, enquanto a candidata Lídice (PSB) não foi associada a Marina Silva.. E o DEM pegou carona.

CORRIDA DO CAIXA 

Como apenas o último Ibope circulou por semanas na Bahia, com Paulo Souto (DEM) líder com 42%, e Costa em 3º com 8%, o DEM encheu os cofres para arrecadação, diz o PT. “Eu diria que a pesquisa foi encomendada para isso”, conta o governador. No mais, na pesquisa a ser divulgada hoje, que ouviu 2 mil pessoas em 84 cidades, Rui, antes em 3º, teria quadruplicado seu índice de intenção de votos.


Com festa do Senhor do Bonfim, rufam os tambores eleitorais da Bahia
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Leandro Mazzini

ruivale

Na esteira da festa do Senhor do Bonfim, nesta quinta-feira, o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), iniciou sua reforma do secretariado visando as eleições deste ano.

Até sábado completa as trocas para sacramentar a pré-candidatura do chefe da Casa Civil, Rui Costa (na foto, à esquerda) como candidato petista ao governo. Um detalhe, como não é candidato, Wagner fica no cargo até dia 31 de Dezembro.

O coordenador da futura campanha de Costa será o ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli – ele que, até semanas atrás, era pré-candidato também, mas foi convencido.

Na festa desta quinta, Wagner levou seu candidato para tomar o famoso banho de Cheiro na lavagem do Bonfim, em frente à Igreja. A ministra da Cultura, Marta Suplicy, estava na cidade e acompanhou a festa. O prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM) – numa fase de boa relação com Wagner e a presidente Dilma – também compareceu.

O governador, a despeito da festa e das presenças políticas, afirmou que não foi um gesto político e que a campanha começa em junho. Com o pé machucado, Wagner percorreu parte do trajeto de 8 km. E ao contrário do ano passado, não houve protesto organizado.

Na Bahia, o quarto maior colégio eleitoral do País, por ora os pré-candidatos ao governo são  Costa (PT), Geddel Vieira Lima (PMDB) e Paulo Souto (DEM), apoiado pelo prefeito soteropolitano.


Sem candidatura em 2014, Wagner articula sucessão na Bahia de olho no PSB
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Leandro Mazzini

A um ano do início das campanhas, as águas da Baía de Todos os Santos estão propensas às navegações políticas, embora numa maré aparentemente ainda mansa.

Uma pequena agitação tomou a capital com a decisão do governador Jaques Wagner (PT) – no segundo mandato – em não concorrer a cargo algum em 2014, mas o capitão do estado articula a sua sucessão, com um olho nas hostes do PT, e outro no movimento do por ora aliado PSB, comandado pela amiga senadora Lídice da Mata.

A despeito da indecisão no partido, Wagner já tem o predileto. É Rui Costa, seu chefe da Casa Civil. Correm por fora, na tentativa de se lançarem pelo partido, o ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli – ligado a José Dirceu – e o senador Walter Pinheiro.

Wagner, no entanto, avalia a conjuntura para indicar o seu favorito e prefere não adiantar a sucessão. Está atento à onda de protestos populares Brasil afora, estuda os movimentos sócio-políticos local e nacional, e pretende anunciar o futuro candidato até Dezembro. A despeito de a escolha ser do partido (haverá muita negociação com o trio) mas a palavra do governador tem o peso.

O cenário exige cautela. E o PSB aliado de primeira hora está num encruzilhada. Decidido a disputar a Presidência da República com ou sem base de apoio, o governador Eduardo Campos, presidente do PSB, cobra uma posição clara de Lídice da Mata: Em suma, ou ela se lança candidata ao governo para lhe dar palanque, numa eventual coalizão com PSDB, PPS e DEM, ou terá o risco de perder o comando do diretório no estado, o que resultará no lançamento de outro nome.

Em outro cenário, se Campos não se lançar presidente, é provável que o PSB feche aliança com o PT. Essa indecisão socialista interfere diretamente na escolha petista. Nada se define entre petistas enquanto Campos ou Lídice não tomarem uma posição.

Uma prova de que todos estão no mesmo barco da maré, por ora mansa, da Bahia.


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