Coluna Esplanada

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O juiz Sérgio Moro e o ‘caso pendente concreto’
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Leandro Mazzini

O juiz Moro, em Brasília: endosso a minuta da AJUFE sobre mudança no Código de Processo Penal. Foto: Augusto Dauster

O juiz Moro, em Brasília: endosso a minuta da AJUFE sobre mudança no Código de Processo Penal. Foto: Augusto Dauster

Uma velada apreensão toma conta dos juízes federais em torno do processo da Operação Lava Jato, coordenada pelo juiz Sérgio Moro, embora os magistrados desconversem sobre o assunto.

Há risco de a investigação levar um baque se ministros do Supremo Tribunal Federal decidirem, por liminar, soltar alguns empreiteiros mantidos sob prisão preventiva que poderiam entrar em delação premiada e contribuir muito para o caso.

De passagem ontem por Brasília, em evento da Associação Nacional dos Juízes Federais (AJUFE), o juiz Moro evitou falar da investigação e até citá-la. Agora só classifica a Lava Jato de ‘Caso Pendente Concreto’. A entidade de classe se esforça para blindar o juiz junto ao Supremo.

O juiz federal Moro tornou-se uma celebridade por onde passa. Mas foi aconselhado a ter mais cuidado. Até poucas semanas atrás, estava indo trabalhar de bicicleta em Curitiba. Ontem, no aeroporto da capital do Paraná, rumo a Brasília, o juiz foi cercado por pelo menos 40 pessoas entre o check-in e o salão de embarque.

Moro é um declarado apreciador do modus operandi da Operação Mãos Limpas, deflagrada pela Justiça na Itália nos anos 90 contra a corrupção envolvendo políticos e o narcotráfico. A despeito de se deparar com cenário diferente na Lava Jato, o magistrado se espelha na atuação forte da força-tarefa que levou à condenação e cadeia centenas de autoridades do Poder Legislativo.

Mas à ocasião tudo ocorreu com uma intensa afinidade entre a polícia, a promotoria e a Corte suprema da itália, como lembrou o juiz Livio Pepino em entrevista a este repórter em 2003, de passagem pelo Brasil. Pepino foi um dos principais colaboradores da Mãos Limpas:

‘Na Itália, mesmo com o esforço da Justiça e das polícias, ainda falta muito a combater. No Brasil, sem trabalho integrado entre as autoridades, não há solução para o crime organizado’, comentou o magistrado italiano à ocasião. ( Leia aqui )

Tanto Moro quanto Bochenek evitaram, porém, comentar se existe essa afinidade entre as autoridades no caso da Lava Jato, em razão das especulações de que ministros do STF podem conceder liminar de soltura aos principais investigados – em decisão monocrática, o ministro Teori Zavaski já libertara o ex-diretor da Petrobras Renato Duque quando encarcerado da primeira vez.

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL

Sob a tutela do presidente Antonio Bochenek, a AJUFE apresentou ontem na sede em Brasília uma minuta de projeto de lei para modificar o Código de Processo Penal. Os resultados do processo da Lava Jato instigaram a entidade a propor a mudança, embora a proposta trate de casos de condenação em primeira instância, enquanto a Lava Jato ainda investiga os envolvidos no esquema conhecido como Petrolão.

O objetivo é aniquilar o sentimento de impunidade que acomete o País diante de casos em evidência na mídia nos últimos anos, de famosos condenados com sentenças não cumpridas. A principal mudança é a tentativa de fazer valer a sentença de prisão logo em primeira instância, e restringir as manobras protelatórias da defesa de condenados.

‘A AJUFE busca a efetividade das ações judiciais, respeitando a presunção da inocência’, disse Bochenek, que agora vai intensificar a atuação da assessoria parlamentar junto ao Congresso Nacional.

Para Moro, o Brasil precisa repensar o sistema. Ele citou o Judiciário da França e Estados Unidos como exemplos a serem seguidos.


Com presença do juiz Moro, Ajufe debate medidas contra impunidade
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Leandro Mazzini

Sérgio Moro - em Brasília, para encontro da Ajufe. Foto extraída do jornalggn.com.br

Sérgio Moro – em Brasília, para encontro da Ajufe. Foto extraída do jornalggn.com.br

A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) divulga nesta tarde de terça, com a presença do juiz Sérgio Moro, coordenador da Operação Lava Jato, um pacote de medidas contra a impunidade para debate junto às instituições públicas e aos Poderes Judiciário, Executivo e Legislativo.

O evento ocorre às 14h30, na sede da entidade, em Brasília. Segundo a assessoria, ‘o objetivo das propostas é de promover o debate para encontrar formas de tornar a Justiça Criminal brasileira mais efetiva’. Ainda de acordo com a entidade, ‘as proposições foram debatidas e aprovadas no âmbito da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (ENCCLA) e discutidas internamente pela Ajufe’.


Estratégia de Moro é vencer empreiteiros pelo cansaço
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Leandro Mazzini

Foto extraída de ovale.com.br

Foto extraída de ovale.com.br

Advogados dos empreiteiros presos nas celas da Polícia Federal em Curitiba entenderam a estratégia do juiz federal Sérgio Moro, que conduz a investigação da Operação Lava Jato: vencê-los pelo cansaço. Por isso elaboram plano para tentar anular a investigação.

Um a um dos empresários tem cedido, e na lista estão os chefes da UTC, Queiroz Galvão, Mendes Junior e OAS.

O cenário ajuda o ‘terror’ psicológico. Para quem ficava em hotéis cinco estrelas, dirigia carros importados e viajava de jatinho, uma cela apertada, sem ar refrigerado, com ‘quentinha’ no almoço faz qualquer um entregar o jogo.

O juiz Moro vai prorrogar as prisões de todos os magnatas para forçá-los a entrar em delação premiada, e por ora o plano tem dado certo.

FALTA UMA 

E a Odebrecht? , perguntam muitos. Moro segurou prisões e só ordenou busca e apreensão. Está cercando a empresa aos poucos e analisando documentos para verificar se está tudo correto. Há quem aposte que vem aí operação especial só para a baiana.

A Odebrecht é a maior doadora de campanhas do PT. Seus advogados visitaram o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o caso só jogou lenha na fogueira.


Mãe do juiz Moro anda sob escolta policial
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Leandro Mazzini

O juiz federal Sérgio Moro, que coordena o processo da operação Lava Jato da Polícia Federal, começa a sentir na família o peso da responsabilidade de mexer com os maiores bandidos de colarinho branco da História do País.

Segundo pessoas próximas à família, a mãe do juiz, que mora numa grande cidade do interior do Paraná, anda deprimida, reclusa em casa e só circula na rua sob escolta policial. Há notícias não confirmadas de que o magistrado já sofreu ameaças de morte. Procurada, a assessoria da Polícia Federal não se manifestou.

VEM MAIS

A sétima fase da Lava Jato, batizada de Juízo Final, levou à cadeia executivos, donos de empreiteiras e, pelas delações premiadas, a virada do ano promete grandes surpresas.

Já tem político citado por Paulo Roberto Costa monitorado. Se algum deles tentar sair do Brasil, vai ser convidado a ficar. Nem jatinho escapará de revista.

Vale ressaltar que a lista de 28 nomes de políticos citados na imprensa como propinados é apenas da cota do ex-diretor da Petrobras Paulo Costa. Faltam as listas do doleiro Alberto Youssef e de executivos e lobistas que também concordaram com a delação.