Donos de terras, deputados do DF legislam por seus lotes
Leandro Mazzini
A drástica mudança no Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília (PPCUB), no tombado Plano Piloto, não passa apenas pela especulação do insaciável setor imobiliário em conivência com a Câmara do Distrito Federal, mas também por projetos pessoais dos deputados distritais que votarão o projeto.
O novo PPCUB vai abrir caminho para loteamentos de outras áreas em cidades satélites, as quais de propriedades dos parlamentares. É que a LUOS – Lei de Uso e Ocupação do Solo tramita junto com o PPCUB e deve ser aprovada a reboque, por interesses pessoais.
O presidente da Câmara Distrital, Wasny de Roure (PT), confirmou ser dono de terras na satélite Santa Maria, e requereu ao IBRAM, Instituto Ambiental de Brasília, autorização para parcelamento de solo e venda. Ele as adquiriu no fim dos anos 70.
Acuado, Wasny ainda soltou: ‘Muitos outros parlamentares possuem terras no mesmo local’.
Wasny é padrinho do administrador de Santa Maria. Suas propriedades são no setor Tororó, na DF-140. Ele, porém, não quis citar quais outros deputados têm lotes na região.
Segundo DAR 594/13, pág. 68 do Diário Oficial do DF, foi autorizada elaboração de estudo ambiental nas terras de Wasny. Aliado, o Governo do DF faz de conta que não vê, em troca da aprovação do PPCUB pressionado pelas construtoras.
O trator governista do PPCUB que será votado semana que vem prevê um crime contra Brasília: o loteamento do restante das belas áreas verdes do Plano Piloto. Pressão das construtoras e incorporadoras também sobre a Câmara.
Cobrado pela sociedade sobre a mudança no PPCUB no Plano Piloto, Wasny, em nome de parte da Câmara, faz jogo de cena e diz que talvez não votem a mudança no plano. A jogada é justamente para pressionar o apoio do GDF, para que avalize a aprovação conjunta do LUOS, que beneficiará as terras dos parlamentares para negociações com construtoras.
O descalabro do Governo de Brasília e da Câmara Distrital é tão grande que o projeto será votado sem a resposta da UNESCO, que mantém o título de patrimônio da Humanidade para a cidade por preservar seu projeto original – e seus parques.
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NA CANELA
Olha o que dá ser aliado de Eduardo Campos contra o atual governo. A Casa Civil da Presidência acaba de enviar para o Congresso a MP 628, que ‘autoriza a União a encerrar o Fundo de Recuperação Econômica do Espírito Santo’ do Estado capixaba. O governador Renato Casagrande (PSB), que dará palanque para Campos, assinou há um ano contrato para ressarcimento de R$ 3 bilhões com as mudanças, pela Fazenda, do recolhimento do ICMS de importação – que dava lastro para o caixa. Agora que se vire.
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ACARAJÉ POLÍTICO
A conversa foi apimentada, os dois esbravejaram, mas na Sexta à noite Walter Pinheiro e Sérgio Gabrielli acataram a decisão de Wagner lançar Rui Costa ao Governo baiano.
TACADA NO PÉ
O boa praça deputado Jerônimo Goergen (PP-RS) incluiu na MP 627 emenda que isenta de tributação de IPI e Imposto Industrial equipamentos de golfe.
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TAMANHO DO..PASSO
O vice de Sérgio Cabral, Luiz Fernando Pezão, diz estar tranquilo com o bombardeio dos pré-candidatos Garotinho e Lindbergh contra sua candidatura. ‘Deus me deu pé grande para saber o tamanho do passo que eu posso dar, está tudo direito’. Diz Pezão que não se preocupa em nada, por ora, com a futura candidatura pelo PMDB. ‘Eu e o governador lançamos obras. Só em Dezembro serão 200 ruas na Baixada e São Gonçalo’, diz o vice. Com Cabral em baixa, três partidos já têm candidatos certos.
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QUEBRADEIRA DE NATAL
Pesquisa da Farmus indica que 102 prefeituras do Rio Grande do Sul enfrentam dificuldades para pagar o 13º salário dos servidores. Passaram o pires para o governador Tarso Genro. Mas não é diferente. Minas tem 200 prefeituras quebradas.
BRASIL-LONDRES
O ítalo brasileiro e atual CEO da British American Tobacco, Nicandro Durante, e ex-presidente da Souza Cruz, foi nomeado administrador independente do Reckitt Benckiser Group, líder global de bens de consumo em saúde.
ATÉ REQUIÃO
O ‘abraço-assinado’ para José Genoino tem 11 mil assinaturas. Opositor do PT, Roberto Requião (PMDB-PR) está lá, mas petistas históricos deixaram Dirceu e Genoino.
EXCEÇÃO
Apesar da Rede e PSB no Paraná, o presidenciável Eduardo Campos (PSB) fechou com a reeleição do governador tucano Beto Richa. A dupla afinada conversou bem na Sexta.
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DÉBITO SOBRE DÍVIDA
O senador Delcídio Amaral (PT) reclama: o Mato Grosso do Sul devia para a União R$ 2 bilhões em 1998, pagou R$ 6 bilhões e agora deve R$ 7 bilhões. ‘Não tem lógica, quanto mais se paga mais se endivida. E não é só em MS?’, desabafa.