Eduardo Campos convoca bloco para folia eleitoral em Minas
Leandro Mazzini
Pré-candidato ao Palácio do Planalto em 2014, o governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos, vai colocar seu bloco eleitoral nas ruas de Minas Gerais.
Por ser reduto do também presidenciável Aécio Neves (PSDB), um eventual aliado, a investida será sutil, para não melindrar ou prejudicar o tucano.
Na primeira articulação, Campos vai chamar ao Recife após o carnaval o presidente do PSB mineiro, o ex-ministro Walfrido dos Mares Guia, para traçar a estratégia do palanque no estado. O governador disse a interlocutor da coluna ter uma certeza: não pode abrir mão de Minas, terceiro maior colégio eleitoral do país.
Campos prepara seu desembarque em Minas com outra preocupação. O maior desafio começa pela capital Belo Horizonte: O prefeito, Marcio de Lacerda, apesar de filiado ao PSB, é mais aliado de Aécio do que o próprio Campos. A dúvida é saber de que lado ele vai ficar, com toda a máquina municipal preparada para uma campanha tucana ou socialista numa cidade com 2 milhões de eleitores.
Mas o esperado embate ultrapassa o quantitativo. Neste jogo entre os dois presidenciáveis leva a melhor quem mostrar poder de persuasão política. Em termos políticos: com quem vai Lacerda e sua trupe de cabos eleitorais.
Engana-se no entanto quem aposta numa dobradinha de chapa entre Aécio e Campos, independentemente da cabeça. Embora não revelem, nenhum deles aceita ser um vice do outro. Fato é que ambos se incomodam, apesar de amigos. Campos o cobre de elogios. Aécio, indagado um dia pelo repórter no plenário do Senado sobre o poder do pernambucano, sorriu amarelo, desconversou e partiu.
Uma certeza os dois têm. Uma parceria está fora de cogitação. Um ensaio na eleição municipal de 2012 foi um desastre eleitoral, pelas consequências nas urnas de Uberaba. Foi a única cidade mineira onde a dupla resolveu aparecer para pedir votos para Antonio Lerin (PSB), que liderava as pesquisas. Apesar dos sorrisos, fotos, corpo-a-corpo, Aécio e Campos provaram de uma rejeição em dobro. Resultado é que o líder despencou nas pesquisas após a aparição das estrelas, e perdeu a eleição para Paulo Piau (PMDB).
A despeito do bloco de Campos ensaiando folia em Minas, e das caravanas que Aécio prepara para se tornar mais conhecido no Nordeste, ambos não tiveram só o que comemorar após o pleito de 2012. O caso de Uberaba não foi pontual. Aécio também tentou ajudar o prefeito de Juiz de Fora, Custódio Matos (PSDB). Foi duas vezes à ''Manchester Mineira'', em vão. Custódio sequer foi para o 2º turno.
Perto de casa, em Petrolina (PE), Campos perdeu pela segunda vez. Não conseguiu eleger o herdeiro do ministro da Integração, Bezerra Filho (PSB), contra o prefeito Júlio Lóssio (PMDB) – este, aliás, um expoente do PMDB que pleiteia o cargo de governador.
É só um detalhe de rodapé: Súditos de Dilma apareceram no camarote do governador de Pernambuco no sábado, no Recife: os ministros Marta Suplicy (Cultura), Alexandre Padilha (Saúde) e Fernando Bezerra (Integração), este da sua cota.