Líder do PT, irmão de Genoino prevê processos contra mensaleiros só em 2014
Leandro Mazzini
A despeito da decisão do Supremo Tribunal Federal pela cassação dos deputados mensaleiros condenados, se depender da Câmara Federal a abertura do processo de perda de mandatos no âmbito político só será em 2014.
''Os processos só serão abertos ano que vem'', enfatiza.
É o que prevê o líder do PT na Câmara, deputado José Guimarães (CE) – irmão do condenado José Genoino. Na avaliação de Guimarães, os embargos infringentes e declaratórios (que contestam as sentenças) que devem ser apresentados pelos advogados de defesa podem procrastinar, e muito, a sentença final e a publicação no Diário Oficial da Justiça.
Os mensaleiros têm o Legislativo a seu favor. Neste cenário, é provável que a Mesa Diretora da Câmara só abra o processo de cassação quando o caso for transitado em julgado. Com a expectativa da demora por parte dos condenados, cria-se a esperança de que ficarão até o fim de seus mandatos na Casa – o que, na visão do presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, é bem improvável.
Estão na lista da guilhotina política, além de Genoíno, os deputados Valdemar da Costa Neto (PR-SP), João Paulo Cunha (PT-SP) e Pedro Henry (PP-MT).
José Guimarães, alçado ao posto máximo do PT na Câmara, comanda agora 88 deputados – a maior bancada, e com peso de votos e o maior partido do país a favor de sua tese. Não abriu mão dos 14º e 15º salários, questionado pelo repórter: ''Sou um político pobre''. Reclama que parte da imprensa persegue o PT e defende o debate sobre a regulamentação da mídia.
Ele lamenta que apesar de sua ascensão política – está no segundo mandato de federal, após três de estadual no Ceará – é lembrado como o deputado cujo assessor foi preso com US$ 100 mil na cueca no Aeroporto de Congonhas em 2005, no auge do escândalo do Mensalão. Sobre o caso, Guimarães ressalta que foi inocentado e retirado do processo pelo STJ. Sobre o assessor e a origem do dinheiro, é taxativo: ''Nunca explicou''. E só. Embora não se culpe, aponta o episódio como fator principal da queda de Genoino da presidência do PT à época.