Alagados, moradores de Minas e Rio sobrevivem sob chuva de promessas
Leandro Mazzini
A ida da presidente Dilma Rousseff ao Espírito Santo ontem, para sobrevoo nas áreas atingidas pelas chuvas recentes, esconde um problema maior ali perto, na divisa entre os estados de Minas e Rio.
Cidades da Zona da Mata mineira e do Noroeste Fluminense estão debaixo d’água porque o governo de Minas não realizou obras de R$ 300 milhões, com verbas do PAC, anunciadas há dois verões.
Os projetos das prefeituras atrasaram em alguns casos, e em outros o governo não liberou a verba. Elas envolvem como prioridade a construção de barragem em Miraí (MG) para segurar a cheia do Rio Preto, que poucos quilômetros depois se une ao Rio Glória e forma o Rio Muriaé, que deságua em Campos, Norte do Rio.
Pelo trajeto, o rio banha mais de vinte cidades, cujo volume subiu nos últimos dias e deixou cidades em estado de calamidade.
O problema na região vem de exatos sete anos, quando rompeu uma barragem de minério em Miraí, o que levou bauxita e lama a assorearem os dois rios na região.
Enquanto evitou sobrevoar a região supracitada, a poucos quilômetros do ES, Dilma blindou, involuntariamente, a incompetência das prefeituras e do governo mineiro.
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NOITE INFELIZ
Inimaginável essa noite de Natal numa mesma cela no Presídio da Papuda em Brasília: José Dirceu, Delúbio Soares, Valdemar da Costa Neto e Bispo Rodrigues em silêncio, antes da meia-noite de ontem, num breu do cubículo. Há poucos quilômetros dali pipocavam fogos da Península dos Ministros, outrora frequentada pelo quarteto. Esquecido em outra cela pelos aliados da bancada da Papuda, o deputado licenciado Natan Donadon (RO) enrolado num cobertor barato, como tem dormido, conta carcereiro. Todos eles passam por revista a nu duas vezes por semana.
ZONA DE DESCONFORTO
Petistas prognosticaram a candidatura de Eduardo Braga (PMDB-AM) como pule de dez. Mas rola à boca pequena um pacto entre o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio (PSDB),e o atual governador Omar Aziz (PSD) que brigará por uma cadeira do Senado. O candidato tucano à presidência, Aécio Neves, e a cúpula do partido veem em Arthur Virgílio um forte nome para divulgá-lo nas regiões Norte e Nordeste.
PELA TANGENTE
Enquanto Sérgio Cabral e Lindbergh (PT) se digladiam pelo apoio de Dilma e Lula no Rio, um efeito paralelo tem chamado a atenção dos caciques e marqueteiros: Marcelo Crivella (PRB). Ele está todo prosa. Fez pesquisas qualitativas recentes cujos números comprovaram o Ibope: além de liderar a corrida hoje para o Palácio Guanabara, sua rejeição vem caindo gradativamente, é uma das mais baixas.
IH..
A Caixa já alcançou R$ 79,8 milhões em arrecadação, até três dias atrás, nas apostas da Mega da Virada. Para pagar os estimados R$ 200 milhões, porém, precisa arrecadar R$ 375 milhões – ou 188 milhões de bilhetes.
ESQUECERAM DE MIM
Uma concursada aprovada para Analista do Senado procurou o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) – ex-funcionário da Casa. O concurso vencerá em meados de 2014. Ou seja, há quase um ano e meio espera ser convocada e nada. Detalhe, segundo uma fonte: as vagas estão preenchidas por servidores de diversas sessões. Direção do Senado acenou com a possibilidade de chamar apenas 20, com previsão orçamentária prevista para tal antes de junho.
PAPAI NOEL DE DELEGACIA
Eis a decisão da Secretaria de Segurança Pública do Maranhão para punir agente prisional e PM que permitiram a detento saída para festa de família, por R$ 150: eles serão punidos. Nada de exoneração. As perguntas que ficam para o Papai Noel que passa pelas delegacias do Maranhão de saco cheio: quantos saíram antes, e por quanto, e em que unidades?
PONTO FINAL
“Eu durmo bem. São os políticos os culpados pela falta de acordo
e pelo recurso à violência”.
Mikhail Kalashnikov, criador do fuzil AK-47, que morreu na Rússia aos 94.