Infraero paga R$ 16 milhões a consultor por plano de reestruturação
Leandro Mazzini
A Infraero, estatal que administra dezenas de aeroportos, mesmo com a iminência das concessões e com perda de receitas, pagou estratosféricos R$ 16,2 milhões para o consultor Vicente Falconi esboçar a reestruturação da estatal, apesar de a empresa contar com quadros na Diretoria de Administração capazes de elaborar o plano.
Após aprovação, o plano entrou agora na fase de execuções. As maiores mudanças serão de Março a Setembro. Falconi teve de apresentar o plano duas vezes aos dirigentes. Previa corte de custos e enxugamento de quadros. Mas a diretoria da estatal chiou e haverá apenas perdas de funções e redirecionamento de quadros.
Segundo a Infraero, o contrato foi fechado com o Instituto de Desenvolvimento Gerencial (IDG), de Falconi – o conhecido pai do Choque de Gestão do governo de Minas. Reconhecido no mercado internacional, Falconi é bom no que faz. Basta ver os preços.
Para esboçar a reestruturação, Falconi cobrou R$ 5,9 milhões (para o plano Reorganização Administrativa), R$ 5,3 milhões (para Gerenciamento de Projetos), R$ 2,5 milhões (para Redução das Despesas) e R$ 2,4 milhões (para Aumento de Receita).
A despeito do precioso plano de reestruturação e das últimas concessões, nas quais perdeu o controle – e receita – de alguns dos seus mais lucrativos aeroportos, a direção da Infraero não se intimida com gastos – até desnecessários.
É o caso das tratativas com a Inframérica, a nova concessionária do Aeroporto JK, para a Infraero alugar a antiga sede da TransBrasil por R$ 528 mil mensais, e deixar sua sede própria no Plano Piloto pela qual nada paga (veja aqui). A assessoria da estatal informou que o prédio não será desocupado. Fato, ficará ali somente o setor de informática, que ocupa um andar inteiro, cuja mudança de equipamentos exigiria gastos extras de R$ 2 milhões.