Coluna Esplanada

Reunião dos R$ 20 milhões contou com participação de quatro deputados

Leandro Mazzini

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Toninho Andrade – o ex-ministro liderou reunião em restaurante de BH. Foto: ABr

Foi numa mesa no conceituado restaurante Vecchio Sogno, de Belo Horizonte, que um quarteto do PMDB ouviu a proposta de R$ 20 milhões para que o ex-ministro Antonio Andrade se candidatasse ao Senado pela chapa de Pimenta da Veiga (PSDB).

O presidente do diretório tucano e deputado federal Marcus Pestana (PSDB-MG) jura que é mentira (ele vai apresentar notícia-crime contra Andrade, leia abaixo).  Além do ex-ministro, estavam à mesa os deputados estaduais Cabo Júlio e Adalclever Lopes, além de João Alberto Lages, ex-presidente da Ceasa-MG e homem de confiança de Andrade.

O trio aliado confirma a versão do deputado federal Antonio Andrade, que aproveitou a imunidade parlamentar para revelar a tentativa de ‘aliança’. Até a publicação da coluna, Andrade era pré-candidato ao Senado pela chapa de Fernando Pimentel (PT), candidato ao governo de Minas.

NÃO TEM SANTO

A reunião foi consenso do quinteto. Os pemedebistas soltaram, sim, que estavam precisando de dinheiro para a campanha. Coube ao tucano supostamente ofertar. Ou seja, Pestana não esperava o desabafo, que pode ter interpretado como pedido de dinheiro. E o quarteto do PMDB não esperava a oferta… Tá bom..

PONTO DO PODER

O restaurante Vecchio Sogno fica próximo à Assembleia Legislativa de Minas Gerais e é conhecido ponto de encontro de políticos. A reunião foi num café ao crepúsculo.

Atualização Quarta, 28, 14h – O deputado Marcus Pestana vai acionar na Justiça o colega Antonio Andrade para que prove a acusação.

Atualização Quarta, 28, 1514 – Um pacto de silêncio tomou conta do quarteto pemedebista sobre a reunião. Diz o deputado Marcus Pestana que tudo é uma mentira, e enviou cópia da notícia-crime pela qual vai acionar judicialmente o deputado Antonio Andrade – por quem aguardamos uma resposta. Andrade, segundo assessoria, está em viagem e volta só na terça-feira.

Atualização 17h43 – O deputado Cabo Júlio mandou nota: 'A única reunião que participei como integrante da Executiva Estadual do PMDB foi na sede do Partido em reunião aberta com a presença inclusive da imprensa, em que presidiu a reunião o Deputado Federal Saraiva Felipe, então Presidente  do PMDB''

A Coluna mantém a versão publicada.

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O JUIZ X MILITARES

Tem respaldo e precedente internacional a ação penal proposta pelo juiz Caio Taranto, da 4ª Vara Criminal Federal do Rio, contra 5 militares acusados da morte do ex-deputado Rubens Paiva em 1971. Há interpretação jurídica de que a Lei da Anistia não abrange crimes contra direitos humanos nos parâmetros do Código Penal.

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Baltasar Garzon – O espanhol se notabilizou na tentativa de enquadrar Pinochet. Foto: The Guardian

PRECEDENTE & EXEMPLO

A precedência vem do pedido de prisão do general Augusto Pinochet, enfermo em Londres, em 1998, cujo mandado de prisão foi expedido pelo juiz Baltasar Garzon, à época membro da Alta Corte Penal da Espanha. Ele queria julgar Pinochet por crimes contra espanhóis na ditadura chilena. Não conseguiu, mas deu exemplo. Em 2003, este repórter o entrevistou no Rio (Leia aqui)

MÉRITO

Aliás, deve-se à Comissão Estadual da Verdade no Rio, criada pela OAB, a descoberta da participação dos militares após investigações. ''Os crimes de tortura e de desaparecimento forçado são de lesa humanidade e, por isso, imprescritíveis, de acordo com a Constituição de 88 e com os tratados internacionais assinados pelo Brasil'', diz o presidente Wadih Damous.

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ORLANDO – O RETORNO

Parte dos candidatos do PCdoB em São Paulo está muito insatisfeita com a cúpula do partido. Foi preterida pelos grãos comunistas que decidiram investir bolada na candidatura do ex-ministro Orlando Silva (Esporte) à Câmara. Coisa de R$ 10 milhões.

FUTURO DE PH

Atualizada Quinta, 29, 9h20 – Ao contrário do publicado anteriormente, Paulo Hartung (PMDB-ES) não foi ao jantar de Dilma no Palácio do Jaburu na terça-feira, com pré-candidatos a governos.

MARCHA DOS ÍNDIOS

Os protestos no entorno do Estádio Nacional Mané Garrincha ontem, em Brasília, foram uma pequena amostra. Cerca de 500 índios marcham de Luziânia (GO) para Brasília para tentar barrar, semana que vem, a votação da PEC 215, que pode entrar na pauta. A PEC tira da União e dá ao Congresso Nacional – onde a bancada ruralista é a mais forte – o poder de demarcar reservas indígenas.

DATA VENIA

O advogado Rolf Guerreiro Lauris acionou na Justiça Federal, em ação popular, o AGU Luís Adams e o Procurador-Chefe do BC. É que eles estão defendendo os bancos privados na ação bilionária no STF que analisa os planos econômicos de 20 anos atrás. O advogado alega que ‘não é função da AGU, tampouco do BC, advogar para os bancos privados. ‘Ambos teriam extrapolado suas funções originárias e agido com improbidade nas demandas que envolvem o direito que os poupadores tem de recuperar as perdas’.

RISCO DE VIDA

A deputada cassada da Venezuela Maria Corina Machado desistiu de vir a Brasília, hoje, alegando risco de vida. A Comissão de Relações Exteriores da Câmara vai debater a situação do país com professores ‘Chaviztas’ e uma jornalista da Globovísion.

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Sérgio Cabral – ele patrocina discretamente o AeZão no Rio. Foto: ABr

AEZÃO 

Apesar de realizar a convenção só no fim de junho, o PMDB do Rio celebrará em almoço num restaurante da Barra da Tijuca, dia 5, a aliança com o tucano Aécio Neves. Aezão é a chapa Aécio + Pezão, o governador que tenta a reeleição.

COSTURA FAMILIAR

Aliás, o ex-governador Sérgio Cabral, que patrocina nos bastidores a aliança PMDB-PSDB, estuda se lançar a deputado federal, e lançar o primogênito Marco Antônio a deputado estadual. A vaga ao Senado fica aberta para algum aliado de Pezão. Cabral pode estar blefando, em razão de estar bem cotado para o Senado. A estratégia visa confundir o adversário figadal Anthony Garotinho – que vai disputar, dizem os bastidores, a vaga que Cabral tentar, tamanha a rivalidade entre ambos.

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PONTO FINAL 

Dúvida eterna: os pemedebistas revelaram a oferta de R$ 20 milhões por consternação ou porque se julgaram subestimados?

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