Levy assume papel de articulador político e ofusca Pepe Vargas
Leandro Mazzini
A visita de Joaquim Levy ontem ao presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-RN), contribuiu para amenizar o clima tenso entre o Palácio do Planalto e o Legislativo – e provou que o ministro da Fazenda assumiu a função de articulador do ministro palaciano Pepe Vargas, com quem a cúpula do Congresso não dialoga.
Semana passada, por telefone, Levy desabafou para Renan: ‘Só aceitei (a interlocução) porque me disseram no Palácio que tudo seria aprovado no Congresso’. E o presidente rebateu: ‘Não, aqui não é assim, as pessoas vão querer aprimorar, ou modificar..’
A chegada de Levy para negociar a mudança na correção na tabela do Imposto de Renda, que resultou no acordo, foi vista com bons olhos por Renan Calheiros e os senadores da base governista e oposição. Um sinal de que o Palácio enviou o emissário certo, e com humildade, para retomar a interlocução.
A cada dia mais nulo na interlocução com o Legislativo, o ministro Pepe Vargas ganhou novos apelidos nas Casas: ‘É o rei da ingenuidade’, conta um senador. Apesar do esforço do ministro em tomar à frente da articulação com as Casas, há um desdém imposto por Renan e principalmente pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Este é o destaque da Coluna de hoje, enviada ontem (10/03) às 19h para os jornais da rede Esplanada