Coluna Esplanada

Afago de Marconi a Dilma indica projeto presidencial – fora do PSDB

Leandro Mazzini

Foto extraída do goias24horas.com.br / arquivo

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O recente e escancarado afago à presidente Dilma é um recado político. O governador tucano Marconi Perillo, de Goiás, no quarto mandato, sonha em expandir o poder político além dos limites do Estado.

Há alguns anos vem esboçando no seu grupo político uma candidatura nacional. Notícias espalhadas por aliados revelam a pretensão de Marconi se candidatar a presidente da República.

Mas o tucano goiano encontra um cenário desfavorável há anos na legenda. Por dois motivos: a concentração de poder decisório no partido no eixo São Paulo-Minas Gerais, e a ascensão do senador Aécio Neves como candidato potencial em 2018.

Não por acaso, pessoas próximas de Marconi indicam que ele poderá se filiar ao PSD – hoje afinado com o governo Dilma – para tentar a candidatura. Mas tudo dependerá do cenário daqui a três anos, e da vontade, obviamente, de Gilberto Kassab, o dono do partido.

Marconi e Aécio andam se estranhando há alguns anos, desde a CPI do Cachoeira, no Senado, que revelou suspeitas de ligações do governador com o contraventor Carlinhos Cachoeira em Goiás. Aliados de ambos dizem que Aécio abandonou o governador à própria sorte e nem atendia suas ligações, apesar do apelo de Marconi por apoio.

Outro fator que leva Marconi a afagar a presidente Dilma é puramente financeiro. A Eletrobrás salvou a endividada Celg, a companhia energética de Goiás, no fim de 2014, com aporte de R$ 2 bilhões, numa operação que envolveu o antigo núcleo palaciano do Planalto.