Com desmonte da CGU, Planalto enfraquece fiscalização do próprio Governo
Leandro Mazzini
Os delegados federais estão preocupados com o enfraquecimento da Controladoria Geral da União (CGU).
A reforma administrativa tocada pela presidente Dilma deve oficializar o desmonte de um dos mais sérios órgãos da República, a CGU, de onde surge boa parte das grandes operações da Polícia Federal contra a corrupção, em especial em órgãos federais.
Uma reunião ontem entre servidores deu o mapa do enterro: uma parte da CGU ficará sob tutela da Casa Civil do Planalto (isso mesmo), e a outra sob o comando do Ministério da Justiça.
''Os delegados receiam que o que acontece com a CGU possa ser precedente negativo para os demais órgãos fiscalizadores'', diz o presidente da Associação dos Delegados de Polícia Federal, Marcos Leôncio.
O que servidores e outras esferas de combate à corrupção apontam é que a burocracia do Governo ainda não enxergou – ou faz de propósito: o fatiamento da CGU para dois órgãos políticos enfraquece as operações.
Entre portas no órgão, há reclamações seguidas de servidores tanto em Brasília quanto nas missões nos Estados. Reclamam da falta de pessoal e instrumentos, por exemplo, para a melhor fiscalização das contas de municípios sorteados.