Por reajuste, servidores do judiciário intimidam congressistas em carta
Leandro Mazzini
Os sindicatos das carreiras do judiciário que reivindicam reajuste salarial de até 58% mudaram a estratégia de pressão aos congressistas. Saiu o buzinaço com vuvuzelas na lateral do plenário do Senado, e entrou o lobby pesado de visitas porta a porta nos gabinetes de deputados e senadores – em especial os líderes.
A turma faz lobby para que os parlamentares ajudem a derrubar o veto da presidente Dilma ao reajuste aprovado nos plenários da Câmara e Senado. A sessão do Congresso está agendada para novembro.
Agora, visitam os gabinetes de congressistas com uma carta intimidadora. Nela, entre outros pontos interpretados como velados recados pelos parlamentares, os servidores citam que o parlamentar pode ter ''4 anos de mídia positiva'' ou ''4 anos de mídia negativa''.
Como muitos congressistas enrolados na Justiça, da primeira à última instância – a despeito de juízes e ministros alheios à demanda dos servidores – alguns políticos já declaram entre gabinetes que não querem pagar para ver.
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O PREÇO DO LOBBY
Os sindicatos das categorias envolvidas no lobby já gastaram R$ 18 milhões nas mobilizações em Brasília e nos Estados. A conta foi mostrada a um senador.
É o maior e mais caro lobby no Congresso Nacional. De posse de liminares, nos últimos meses os servidores conseguiram entrar nos salões e até nos plenários.
Em Tocantins, para apenas um exemplo, o SindJufe bancou outdoors em Palmas com as fotos de parlamentares que votaram contra o reajuste das categorias.
O reajuste dos servidores é uma das 'pautas-bombas' que a presidente Dilma quer conter. E o Planalto mobiliza a base governista para mentar o veto presidencial aos reajustes.
PROTESTOS IRRITAM
No último dia 1º a Coluna publicou nota sobre o protesto dos servidores ao lado do plenário do Senado. Além do barulho ininterrupto de vuvuzelas durante o dia, havia banda e a pista do Eixo se transformou num grande negócio para food-truck ( veja aqui ).
Muitos dos manifestantes são pagos com diárias pelos sindicatos. No dia seguinte, a Polícia Legislativa cercou o acostamento da pista.