Bando do jaleco lucra com planos de saúde fajutos
Leandro Mazzini
As promotorias de saúde da maioria dos Estados investigam um golpe contra a saúde de milhares de brasileiros.
Proliferam como câncer Brasil adentro ''planos de saúde'' fajutos criados por consórcio de médicos.
Os profissionais atendem em hospital mantido por entidade beneficente, todo equipado com aparelhos doados e com verbas do Sistema Único de Saúde (SUS), sem qualquer custo para a turma do jaleco.
O cúmulo do assalto e má fé: colocam o cliente vip no serviço do SUS no hospital. Em suma, todo o dinheiro pago no ''plano'' é lucro para os médicos.
O grande assalto é tamanho que há médicos com ganhos de R$ 70 mil, R$ 100 mil e até R$ 200 mil mensais. Sob as vistas grossas do Governo e da Justiça, e diante da ingenuidade do cliente, eles 'loteiam' as especialidades entre o grupo, utilizando toda a estrutura do hospital público e equipamentos do SUS (alguns de última geração) para cobrar por exames e consultas.
Em suma, a turma do jaleco cobra preço elevado o ''plano'' e ainda embolsa taxas para exames e consultas – variam entre R$ 20 e R$ 30. Quem reclama ou não paga, leva pé no traseiro.
O filão cresce. Grandes e médias operadoras estão pagando milhões de reais pelos planos locais, cientes do lucro certo. Há dois meses, uma operadora mediana de Divinópolis, próximo a Belo Horizonte, comprou um plano na Zona da Mata de Minas.
A Agência Nacional de Saúde acumula reclamações de cidadãos lesados. Se o leitor é um deles, pode denunciar pelo 0800 701 9656 ou pelo www.ans.gov.br