‘Só mencionei presidentes de Poder’, explica Janot sobre Cunha
Leandro Mazzini
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), passou por novo constrangimento no Supremo Tribunal Federal (STF) em menos de 40 dias. Alvo da operação Lava Jato, o parlamentar foi hoje à sessão de abertura dos trabalhos do Judiciário e, por indicação do cerimonial, sentou-se justamente ao lado do Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot – quem pediu sua cabeça ao Supremo.
''Cunha usa o cargo para se defender e obstruir a ação da Justiça'', escrevera Janot, em dezembro, no pedido o afastamento do peemedebista da presidência da Câmara por usar o cargo para ''fins ilícitos''.
Cunha passou a sessão praticamente de costas para Janot. Enrubesceu o rosto e não escondeu o constrangimento ao ser sumariamente ignorado pelo Procurador-Geral no cumprimento às autoridades. Sequer foi citado. À Coluna, Janot justificou, lacônico: ''Só mencionei os presidentes de Poder''. Ao reverenciar Renan Calheiros, o citou como presidente do Congresso Nacional.
Cunha esteve na Suprema Corte em dezembro para discutir o rito do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Foi surpreendido e se mostrou contrariado com a decisão do presidente, ministro Ricardo Lewandowski, de abrir o encontro à imprensa. Em pouco mais 30 minutos, Lewandowski desqualificou as ''dúvidas'' do presidente da Câmara e resumiu o encontro numa frase irônica: ''O Supremo não faz 'exercício' de futurologia''.
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Colaborou Walmor Parente