Guerra do narcotráfico no Paraguai afeta o Brasil
Leandro Mazzini
O Exército, a Agência Brasileira de Inteligência e órgãos de segurança monitoram 24 horas a situação na fronteira do Brasil com o Paraguai na cidade de Ponta Porã (MS) com Pedro Juan Cabalero, após a morte do traficante Jorge Rafaat.
A Polícia Federal já sabe que mais de 100 homens de uma facção criminosa de São Paulo aliada a uma do Rio de Janeiro articularam o cerco numa rua de Pedro Juan. A guerra é pelo bilionário controle da vergonhosa entrada de armas e drogas no Brasil.
O Exército posicionou blindados Urutu na fronteira.
Após a troca de tiros que resultou na morte de Rafaat, atingido várias vezes por balas de calibe .50, criminosos do cerco entraram em hospital armados e obrigaram médicos a socorrer um colega ferido.
Com a notícia do assassinato do pai, um herdeiro de Rafaat uniu um grupo de capangas e invadiu a casa do preposto da facção rival em Pedro Juan. A residência estava vazia e a metralharam toda.
Há dias, Rafaat escapou de um atentado – seus seguranças mataram os rivais, que estavam num carro-forte. O traficante passou a circular com 30 seguranças. Em entrevista a um canal de TV paraguaio, acusou o senador Robert Acevedo de controlar o crime organizado na região e o chamou de ''mulherzita''.
Uma coincidência, no dia seguinte à morte de Rafaat, o senador Acevedo tornou-se presidente do Congresso Nacional paraguaio, lamentou a morte e negou qualquer envolvimento com o crime organizado.