Coluna Esplanada

Arquivo : Aliança Latino-Americana Contra o Comércio Ilícito

Países latinos vão criar Aliança Contra o Comércio Ilícito
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Leandro Mazzini

Uma iniciativa de grandes empresas associadas a frentes governamentais de países da América do Sul e Caribe visa o combate ao contrabando e pirataria crescentes no continente.

Reunidos em Bogotá até o próximo dia 24, representantes de variados setores e governos de 15 países discutem os mercados ilegais na América Latina. Eles vão criar a Aliança Latino-Americana Contra o Comércio Ilícito.

Os países membros, a priori, serão Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela.

O objetivo do evento é chegar a um acordo multilateral entre os países para o combate a mercados ilícitos envolvendo os setores de têxteis, metais, cigarros, plásticos e bebidas.

O Brasil é destaque negativo nessa área, já que o país é campeão mundial em contrabando de cigarros. Por aqui, cerca de 32% das vendas do setor são dominadas por marcas contrabandeadas com o Paraguai, e o número não para de crescer a cada ano.

Além disso, o contrabando e pirataria em vários setores oneram os cofres do Tesouro em bilhões de reais anualmente em sonegação, além de colocar em risco a saúde dos consumidores com produtos de qualidade não aferida.

O esforço governamental e empresarial surge num momento propício, em que o Brasil afasta da atual conjuntura a sua crise política e dá passos para o reaquecimento da economia em conversas bilaterais no continente. O presidente Michel Temer acaba de visitar com comitiva a Argentina e o Paraguai – aqui, um adendo curioso. O presidente paraguaio Horário Cartes é proprietário da Tabesa, a maior fabricante de cigarros do País, cujos produtos em boa parte são contrabandeados para o Brasil sem pagar impostos.

Embora o governo brasileiro há anos trate isso com discrição, há uma clara tentativa dos empresários brasileiros em cobrar posição firme do Palácio para uma resposta política e fiscal, além do cerco policial já feito com pouco efeito.

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